Tia May

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Maya apertava a mão de Peter firmemente. Ele percebeu, mas não quis falar nada sobre o ocorrido, sabia que a namorada estava nervosa e por não saber muito bem como agir naquela situação constrangedora resolveu ficar quieto ao invés de dar apoio e suporte, mas também estava nervoso.

Ela vestia uma calça de cintura alta preta – o que, na opinião do jovem Peter a deixava bem mais elegante e bem vestida que o normal – um salto alto e uma blusa de cetim. Estava parecendo mais velha do que era, mas queria apenas parecer apresentável para a tia do rapaz, uma tia que ele considerava uma mãe. Ela arrumou o cabelo ruivo e a franja de lado enquanto Peter a fitava esperando a confirmação de Maya para poder tocar a campainha de sua própria casa. Foram ordens de sua Tia May.

Ele mantinha suas mãos no bolso da calça azul marinho jeans, seu cabelo estava bagunçado do mesmo modo de sempre e ele estava com um casaco preto – novo – que teve que usar por pressão de Tia May, que acabou cedendo depois de fazerem um acordo sobre usar o terno, ou alguma roupa com aquela jaqueta. A resposta era bem óbvia: ele não escolheu o terno. Não porque não gostava de usar terno...

Ele apenas odiava.

Não achava que ficava bem de terno e tinha medo de Maya gargalhar de si com o terno e até mesmo sair correndo para fora de sua casa após vê-lo de terno e gravata como o agente Coulson. Balançou a cabeça mandando embora os pensamentos negativos porque ela já estava junto dele e não tinha sequer rido.

— O que está esperando? – ela perguntou com um pequeno sorriso no rosto.

— Han... – ele coçou a nuca – nada – riu em seguida – está pronta?

Ela balançou a cabeça sorrindo para ele.

— Tudo bem – ele virou de frente para a porta tocando a campainha.

O sonoro ding dong ecoou pela casa e rapidamente a maçaneta da porta se abriu. Peter se assustou um pouco, mas tentou parecer tranquilo. Sabia que sua tia estava esperando o casal perto da porta. Deu um fraco sorriso segurando a risada fitando o chão, porém, sem prestar atenção alguma na direção em que estava olhando. Sua tia abriu a porta e deu um sorriso enorme olhando para o sobrinho e em seguida para a namorada dele.

— Olá! – ela disse simpática olhando para Maya – sou May, a tia do Peter.

— Olá Tia May – ela disse soltando a mão do namorado – sou Maya.

Tia May abraçou Maya com um sorriso e olhou o sobrinho por cima do ombro da garota. Assim que se soltaram ela abraçou Peter dizendo que os dois deveriam entrar antes que o jantar esfriasse.

Desde que Peter e Maya começaram a namorar, depois de assumirem o que sentiam um pelo o outro, era a primeira vez que Maya conhecia a Tia de Peter que ele tanto falava. Peter também falava bastante de Maya com Tia May, falava bem de uma para a outra na esperança – e em oração – de se darem bem. Mas ele sabia que tudo daria certo, não tinha como sua Tia May não gostar de Maya e de Maya não gostar de sua Tia May.

Ele fechou a porta.

Tia May estava parada perto da mesa e Peter apenas a fitou surpreso. Nunca tinha visto tanta comida junta naquela mesa em algum outro dia que não fosse ação de graças. Estendeu a mão para Maya se sentar ao seu lado e puxou a cadeira para a garota mostrando – e esbanjando – seu cavalheirismo para Tia May. Ela sorriu como se estivesse dizendo "isso mesmo, Peter".

A comida já estava servida e parecia quente, o silêncio pairava sobre a mesa enquanto o barulho dos garfos tilintando de leve no prato de porcelana branca preenchia todo o som na casa de Peter. Sua tia resolveu puxar algum assunto antes que Maya fosse embora para casa sem nem saber quem realmente era a tia de Peter.

Never Let Me Go, Peter IIOnde histórias criam vida. Descubra agora