Algumas horas atrás, Gwen Stacy ponto de vista.
Passava as fotos de Peter igual uma idiota no computador. Ele havia tirado tantas fotos minhas que um dia o fiz me mandar todas que tinha tirado. E eram lindas, mais que isso, eram maravilhosas, ele realmente tinha talento para fotografar, mesmo que por hobbie. E aquele cara que tirou fotos incríveis de mim por tanto tempo, o cara que foi apaixonado por mim durante todo tempo agora estava com outra sabe-se lá fazendo o que. Olhei as horas no computador, a hora parecia não andar e não aguentava mais ficar em casa sem sono e pensando no Peter. Não sabia se estava em meu telhado tomando conta de mim, vigiando para que ninguém me fizesse mal, mas também não procuraria saber.
02:03 p.m.
Bufei. Não ficaria ali, em casa, parada com todos esses pensamentos em minha cabeça. Pensamentos inúteis, pensamentos imbecis. Talvez estivesse acontecendo alguma festa na rua, talvez algo pudesse me distrair do lado de fora de minha casa. Mas não, com certeza não era uma boa ideia sair ás duas da manhã, era como se estivesse naqueles filmes de terror em que a mocinha só faz a coisa mais provável a se fazer, coisas do tipo: ir para o porão com a luz apagada no meio da madrugada, ouvir um barulho e ir atrás para ver se não é coisa da imaginação... Coisas estúpidas, e o que eu menos tinha era estupidez dentro de mim.
Me joguei na cama com o celular em mãos e a vontade de ligar para Peter. A vontade de ouvir sua voz e entender o porquê ele havia feito aquilo comigo, o porquê ele tinha prometido á meu pai que não iria mais cruzar o meu caminho sendo que longe dele é tudo muito mais perigoso. Não consigo entender. Agora não tenho meu pai para me proteger, e o Homem Aranha muito menos, porque o Homem Aranha, neste exato momento está ao lado de outra. Outra que não tem culpa alguma por ter fisgado o coração de meu Peter... O coração do Peter que algum dia já foi meu.
Não demorei a adormecer. Dizem que quando choramos muito acabamos ficando com sono, principalmente se for baixinho, debaixo das cobertas na calada da noite.
Descobri que é verídico.
Acordei com o Sol batendo no meu rosto atravessando a cortina e não parecia ser mais do que sete da manhã. Estava certa, olhei para o relógio na cabeceira da cama e ele indicava seis e meia. Não tinha tempo a perder, talvez conseguisse pegar Peter saindo de casa antes da escola, alguns minutos mais cedo, na esperança de que conseguisse falar com ele, esclarecer minhas perguntas como uma fraca, como uma idiota que ainda corria atrás do cara que nada queria com ela. Mas era mais forte do que eu, e não sabia como controlar essa parte de mim que desejava tanto Peter.
Coloquei a primeira roupa que vi no guarda-roupa: uma saia roxa, uma blusa preta e meu sobretudo. Calcei minhas botas brancas e escrevi um bilhete deixando-o em cima da mesa da sala de jantar para minha mãe.
"Mãe, tive que sair mais cedo. Trabalho da escola.
Te amo, Gwen."
Arrumei a faixa de cabelo preta acima de minha franja e saí do apartamento indo em direção a casa de Peter. Não conseguia pensar em nada além de como eu estava sendo idiota, mas algo involuntário dentro de mim fazia com que eu não parasse de seguir aquele caminho, e eu não tentava lutar contra esse "controlador".
Não demorei muito para chegar até lá, fiquei parada por certo tempo – que não fui capaz de calcular – em frente as escadas de sua casa. Podia ver alguém se mexendo lá dentro, mas não sabia se era ele ou sua tia arrumando a casa e fazendo o café da manhã. Respirei fundo e depois – de muito tempo – bati a campainha com o coração acelerado, parecia que saltaria de minha boca se não fizesse nada a respeito. Quis fugir, mas de tão assustada que estava acabei permanecendo travada, em frente a porta de vidro onde a tia de Peter vinha com um fraco sorriso.
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Never Let Me Go, Peter II
FanfictionContinuação da fanfiction de mesmo nome. Postada originalmente no Nyah: https://fanfiction.com.br/historia/682624/Never_Let_Me_Go_Peter_II/ SINOPSE Um ano após a t...