[Maya Mase ponto de vista.]
Minha vida até então não passou de uma história onde o garoto conhece a garota, ambos se apaixonam e tentam ter uma vida juntos apesar das grandes circunstâncias que os impedem disso. Como, por exemplo, ela ser uma traíra do governo russo que agora trabalha com o governo americano, seu maior rival, ou ele quem tem os vilões mais alucinados de toda Nova York que, a todo custo, querem mata-lo e as pessoas que ele ama. Mas nós não desistimos. Claro que não, ele é o Homem Aranha e eu sou uma Agente da S.H.I.E.L.D., nós podemos aguentar umas pressões aqui, umas brigas ali e uns sequestros de ambos os lados. Mas nenhum de nós dois pode lidar com a culpa. A culpa pela morte de alguém ou a culpa de não estar fazendo nada enquanto outras pessoas estão sofrendo pela mesma razão que você sofreu.
Todo mundo tem uma escolha em todo momento da vida. Chega determinado momento em que as escolhas parecem ser alternativas impossíveis e aqui está o meu. Meu nome é Maya Mase e esta foi a história de quando eu fui imensamente feliz ao lado do único cara que amei em toda minha vida. E tudo acabou com uma decisão difícil de ser feita.
O telefone tocava em minha cama pela terceira vez e eu apenas o fitava com a foto de Peter piscando, se eu não atendesse mais uma vez sei que ele checaria minha casa para saber se estava tudo bem e eu ainda não estava pronta para lhe dar tchau. Peguei o telefone em mãos e hesitei, mas preferi atender antes que lhe causasse uma preocupação desnecessária.
— Maya? – ele perguntou com sua voz trêmula. Sabia que tinha o preocupado.
— Oi, Pete – sussurrei sentada na cama olhando a parede.
— Eu tava começando a me preocupar.
— Eu só tava no banho – menti.
— Desculpa surtar, é que... – ele fez uma breve pausa, mas logo prosseguiu – eu tô com medo de quase te perder mais uma vez.
— Eu sei, Pete. Desculpa também, tá legal? – respirei fundo – você pode passar aqui mais tarde?
- Claro. Aconteceu alguma coisa?
Olhei para a mala perto de minha cama - Não. Só quero te ver.
Ele riu - Certo. Vou tomar um banho e vou pra ai ok?
- Tudo bem - respondi - te amo, Pete.
- Também te amo, Maya.
Ainda sentada na cama desliguei a ligação voltando a fitar a parede. Aquilo estava sendo tão difícil para mim e eu sentia que só pioraria, mas não podia simplesmente ir para a Rússia sem despedir-me Peter, mas eu, definitivamente, o machucaria com a mudança repentina. Sabia que já estava, mas ele só não demonstrava. Mas não podia deixar as coisas como estavam, não podia ser uma a gente secreta americana e agir como se nada estivesse acontecendo ao redor do mundo. Querendo ou não tinha uma correlação comigo, durante todos esses anos de Corporação fui a primeira a traí-los, a primeira a me rebelar e a primeira a ser imensamente torturada por uma das partes do Baralho. Assim como eu, outras crianças estão sendo induzidas a acidentes quase fatais para que sejam pegas pelos cabeças de Corporações e usadas como armas não sentimentais. Eu não poderia deixar isso acontecer, não mais. Eu podia fazer a diferença e farei.
O celular vibrou na minha cama, era uma mensagem de Peter onde ele dizia que o banho ficaria para depois porque o dever o chamava. Ele me mandou a localização e a especificação e parecia que uma gangue de bandidos assaltava uma joalheria no centro de Nova York, pelo menos uma dezena de homens encapuzados foram vistos. Finalizou a mensagem dizendo que cuidaria disso rapidinho e que iria até minha casa depois, respondi a mensagem dizendo, mais uma vez, que o amo e que o esperaria ali.
Peguei meu celular telefonando para Anna, a garota do nosso grupo quem ficou imensamente preocupada quando passei um longo tempo no hospital, me recuperando, e negou em arrastar o pé de lá por muito tempo enquanto eu não recebesse alta, ela concordava em ir para casa apenas para dormir, mas estava de volta antes mesmo de conseguir me dar conta de que ela havia saído.
Ela atendeu rapidamente - E ai, chefa!
Sorri olhando para a parede a minha frente - Ei, Ann. Tá ocupada?
- Se assistir um filme tedioso, indicado ao oscar, sobre um homem que não conseguia sair de seu papel de pássaro é estar ocupada, eu tô é muito mal de programas caseiros - ela riu.
Ri junto dela do outro lado da linha - Consegue me encontrar no café perto da minha casa em dez minutos?
- Obrigada por me salvar, chefa - ela respondeu animada - estou ai em dez!
- Certo. Beijos.
- Te vejo já.
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Never Let Me Go, Peter II
FanfictionContinuação da fanfiction de mesmo nome. Postada originalmente no Nyah: https://fanfiction.com.br/historia/682624/Never_Let_Me_Go_Peter_II/ SINOPSE Um ano após a t...