— Ela ainda dorme.
— Espero que o tranquilizante não tenha sido tão severo.
— As ordens foram claras: ela tem que estar viva.
— O que farão com ela?
— Não tenho ideia – o garoto loiro de sardas a fitou caída no chão – mas não queria ser essa garota.
— O que você acha que ela fez? – a garota ruiva terminava de amarrar a corrente em suas mãos frias.
— Matou alguém que não devia?
— Acho que ela irritou o chefe por não ter cumprido uma missão.
— Por que ela não cumpriria uma missão? – o garoto observava a ruiva quem agora estava parada de seu lado fitando Maya caída no chão.
— Não sei – ela deu de ombros – não faz sentido, não é?
— Nenhum.
A porta se abriu em um único estalo, ambos ficaram em silêncio e curvaram seus corpos na direção do homem quem entrava na sala com o rosto erguido, não os fitou e apenas fez um sinal com a mão direita para que eles voltassem às suas posições normais. Ele parou ao lado da garota ruiva deitada no chão com os pés e as mãos algemados e presos ao chão, ela parecia mais tranquila que quando a encontrou. Ele soube, no exato momento, que ela o reconheceu mesmo que nunca tivessem visto um ao outro anteriormente.
Novamente fez um sinal com sua mão direita e os dois garotos compreenderam do que se tratava, ambos se retiraram da sala subindo as escadas em direção à sala de jantar da casa, deram de cara com dois homens enormes com sobretudos que os cobriam do pescoço aos pés, abaixaram os olhares desviando dos mesmos e indo em direção a mesa de jantar que já estava posta. Um único prato estava sujo, os demais estavam postos em meio a talheres em seus devidos lugares, seus irmãos estavam em pé atrás de suas respectivas cadeiras tão calados quanto famintos. Amma e Razek se posicionaram um ao lado do outro fazendo com que o irmão mais velho tocasse o sino de prata central que indicava que estavam prontos para comer.
Ambos sentaram junto com seus irmãos mais velhos e mais novos e serviam suas comidas trocando olhares. Não era permitido conversar na sala de jantar e muito menos durante o jantar e quem não obedecesse sofria um castigo misterioso no porão onde nenhum dos que foram jamais tinham voltado.
O barulho de água foi audível o suficiente para que ela abrisse os olhos assustada e sentindo dificuldade de respirar, pensou que estivesse se afogando, mas no instante em que se sentou no chão sujo sentindo o fedor e olhar ao seu redor notou que seria melhor estar no fundo do mar do que ali. Não sabia onde estava, mas sabia que não estava em bom estado, pois se encontrava de mãos e pés atados, com o rosto molhado e em um lugar precário.
Fitou o homem a sua frente. Sua expressão parecia de prazer onde ele continha um sorriso em seus lábios finos. Seus olhos estavam escondidos por um brilhante óculos escuros com as lentes redondas, seu nariz pontudo e fino parecia uma arma letal pronta para matar alguém, se necessário. Ele usava um sobretudo preto e mantinha as mãos dentro do mesmo que avantajava sua barriga para frente, ele era tão pequeno quanto gordo e Maya não o reconhecia de lugar algum, mas ele parecia conhece-la muito bem.
Ela se manteve em silêncio logo pensando em uma maneira de sair dali. Não sentia seus telefones em seus bolsos traseiros, sabia que eles não facilitariam as coisas para ela e por mais que ela estivesse curiosa para saber quem ele era e ganhar mais tempo preferiu manter-se em silêncio, apenas o olhando e sentindo o olhar do homem em cima de si. Foi quando o homem se virou em direção a uma porta e logo saiu após dois homens enormes abrirem a porta para ele e segui-lo logo em seguida.
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Never Let Me Go, Peter II
FanfictionContinuação da fanfiction de mesmo nome. Postada originalmente no Nyah: https://fanfiction.com.br/historia/682624/Never_Let_Me_Go_Peter_II/ SINOPSE Um ano após a t...