Verde

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[Peter ponto de vista.]

Flashback algumas horas atrás.

"Porque eu? Tinha que ficar com Maya no hospital, não deixa-la sozinha, mas então ela me olhou com aquela cara de "Vá salvar o mundo, Peter Parker" e como eu podia negar?" pensava enquanto lançava minha teia no alto dos prédios e me balançava até o ponto central, seguindo as coordenadas que a S.H.I.E.L.D. havia me passado.

"Estúpido Duende Verde! Esse idiota é tão covarde que estava planejando bater na minha namorada e até mesmo em minha ex, ao invés de vir direto no problema: euzinho." Definitivamente era algo que não conseguia entender.

"Por que eu?" era o que se passava na minha cabeça de segundo á segundo. Chegava a ser estúpido apenas pensar. Sequer fiz algo para Norman Osbourne, sempre fui amigo de Harry, seu ignorado filho, e de repente ele quer matar o Homem Aranha, e o pior, mesmo após descobrir que sou eu, o melhor amigo de seu filho ignorado, ainda sim continua com a estúpida ideia na cabeça. Meus pensamentos atônitos, e idiotas passavam rapidamente pelo meu cérebro de aracnídeo tentando achar uma resposta, e mesmo sabendo que não a encontraria dentro da minha cabeça, tentei juntar algumas peças que não sabia de onde surgiram.

"Harry está com raiva de mim?" Não. "Ele quer me matar?" Não. "O pai dele está com ciúmes do filho ficar mais comigo do que com ele?" Provavelmente não. Afinal, o Harry é... Exatamente! O filho ignorado! Chega ser estupidez ao quadrado pensar nisso. Era como se uma voz – mais do que irritante – gritasse na minha cabeça:

— Ei, Parker! Você é o gênio da ciência, faz coisas incríveis como pode pensar em uma ideia idiota dessas?!

— Não sou bom com convívio pessoal, querida consciência – falava comigo mesmo, ou com a voz irritante.

Enquanto saltava de um prédio ao outro, segurando em minha teia pensava em Maya, em como ela estava e se ia chegar bem em casa, estava aquele tipo de namorado grudento que todo mundo quer dar um pé na bunda. Mas, por favor né, ela acabou de sofrer um "acidente" do idiota do Duende Verde, e o que eu fiz?

— Nada.

— Cala a boca, consciência!

Provavelmente ninguém estava me escutando, afinal, as janelas dos prédios que eu passava bem ao lado estavam fechadas, e não era a primeira vez que tinha "surtos" de conversar com a minha consciência, coisas estúpidas, como: ficar falando sozinho. Sempre fui de fazer isso, não totalmente sozinho... Quero dizer, sempre tive amigos...

Imaginários.

Não faz diferença, eu os tinha e eles me escutavam e apoiavam. Bem, Peter Parker nunca foi o tipo de adolescente popular. E agora, ser popular, para mim não faz o mínimo sentido, tenho coisas mais importantes para fazer do que me preocupar se vou sentar na mesma mesa que Flash Tompson no intervalo. Preferia ficar do lado de fora sentado embaixo de uma árvore comendo algum sanduíche caseiro, mas ultimamente não tenho tempo nem para isso mais, há dias, e talvez há meses, eu não sabia mais o que era "comer com calma".

— Sou mesmo um idiota – ri falando comigo mesmo.

Parei em cima de um telhado e fitei o Central Park. O idiota do Verdão escolhe o lugar mais movimentado de Nova York para atacar, ele realmente estava querendo chamar atenção. E onde estão Os Vingadores? Faço parte do grupo agora, não faço? Tenho todo o direito de chama-los, não tenho?

Sim, só se eu quiser tomar um soco de ferro na cara do Tony.

Droga, simplesmente tinha que esperar eles aparecerem para dar o ar da graça ao Duende? "Não!" pensei convicto e prossegui "Ele quer á mim e a ninguém mais. Ele é um idiota que bateu em minha namorada e vou ficar aqui, parado em cima de um prédio, só esperando que ele machuque mais pessoas inocentes?". Isso mesmo, a resposta é não. Mas tinha que chegar em grande estilo, com um jeito Homem Aranha de ser.

Never Let Me Go, Peter IIOnde histórias criam vida. Descubra agora