PRÓLOGO

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Levantei o cajado na altura dos olhos tentando fazer com que o Lifran iluminasse as marcas nas paredes. Eu procurava a chave sobre a qual deveria começar a lançar os feitiços em meio a uma escuridão muito densa e as únicas coisas que conseguia ver, eram aquelas que refletiam a luz vinda dos metais.

Anápsete — recitei.

Algumas bolas de luz saíram da minha mão e plainaram sobre as nossas cabeças. Não foram suficientes para iluminar tudo à nossa volta, mas tornava nítido o que estava num raio de três metros de nós. No mesmo instante meu companheiro assumiu uma postura ainda mais rígida. Nossas costas se tocavam e eu ouvia a sua respiração pesada enquanto ele empunhava Kydêmonas com força.

Eu sabia de todos os preparativos que estavam sendo feitos na superfície, ainda sim precisávamos começar logo o ritual. Longe da única saída viável, nós estávamos expostos demais. Se alguma coisa conseguisse entrar, nós é que não conseguiríamos sair.

— Alys, pelo menos dessa vez, concentre-se — sussurrou entre os dentes — pelo Construtor! Precisamos sair daqui!

— Está bem! Calma! Eu ainda não encontrei a chave. — Tentei manter o tom baixo — Espere aí, o que é isso...?

Na parede à nossa esquerda havia um grande símbolo, o mesmo que eu já estava habituada a ver: o cajado cruzado com a espada, na frente de um par de asas. Era feito de um metal negro reluzente com espaços perfeitos para encaixar duas mãos.

Quando eu já estava a meio passo de encaixar uma mão, ouvi uma voz vinda de algum lugar às minhas costas.

— Ora, ora, se não é a Elemental! — sibilou. — Não é que você conseguiu mesmo chegar aqui na primeira Lua?

Me virei e deparei com os mesmos olhos amarelos que me perseguiram tantas vezes. As mãos ossudas também podiam ser vistas a meia distância, cruzadas sob uma bengala metálica com um crânio na ponta. O Guardião assumiu a sua posição de batalha, lançou um feitiço contra nosso inimigo e eu pude ver pela primeira vez o rosto por trás de tantos ataques.

Há coisas na vida que eu preferia não descobrir.

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Alys - Elemento Alpha [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora