Capítulo 15

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Porque demora tanto? Caramba o hospital não fica tão distante da casa dos meus pais, apesar deles morarem nos Hamptons, olho no relógio enquanto vejo a Dra. Veneci trabalhar em cima da Katherine, quando finalmente a ambulância parou e a porta foi aberta, haviam vários médicos vestidos de azul esperando.

– Eu preciso de uma ultrassonografia, e uma monitoração fetal contínua, os bebês não estão mexendo ao toque. - Cecilia falava com os médicos enquanto levavam Katherine pelo corredor do hospital. E eu ia acompanhando de perto tudo aquilo, minha mente estava a mil, as meninas podem estar morrendo assim como a Katherine, eu poderia perder as três ao mesmo tempo, como eu não percebi que essa coisa das plaquetas poderia ser algo tão ruim, como? A maca passou por uma porta cinza escura feita de plástico se não me engano. – Espere aqui! - a dra. Veneci pediu e eu parei olhando pela parte transparente do porta, eles moveram a Katherine de uma maca para outra, sua roupa foi levantada até os seios, e eu podia ver a Cecilia fazer manobras em sua barriga, ela esperava que as meninas mexesse,eu senti algo descer por minha bochecha, e minha visão ficar turva, eu estava chorando porque a minha mulher estava lá dentro com as minhas filhas.

Comecei a andar de um lado para o outro, eu não sabia o que fazer, eu não podia ajudar agora, mais lágrimas desceram do meu rosto e me abaixei naquele corredor branco do hospital, e percebi que nada na minha vida importava mais que minha mulher e minhas filhas, passei a mão pelos cabelos e chorei com uma criança inconformada por não poder ajudar. Senti uma mão passar pelo meu ombro.

– Como ela está? - perguntei ao vê a Dra. Veneci ao me levantar e limpar o rosto.

– A pressão está muito alta, já medicamos ela com sulfato de magnésio para que melhore, colocamos uma sonda para que ela não precise levantar para fazer xixi, já tiramos sangue para sabermos qual a contagem de plaquetas dela, a ultrassonografia está sendo providenciada, estou esperando trazerem a máquina de ultrassom para fazermos.

– Como ela está? - perguntei novamente.

– Katherine está num caso grave de pré-eclâmpsia e síndrome HELLP.

– Mas, o quê? - eu já li sobre isso, quando pesquisei sobre as possíveis causas das plaquetas da Katherine terem baixado.

– A pressão está muito alta, há o caso das plaquetas terem baixado, estamos esperando os resultados dos primeiros exames para fazermos algo, não posso fazer nada enquanto não tiver os primeiros resultados, não posso levá-la para mesa de cirurgia, ela pode não sobreviver.

– Mas, e as meninas?

– Estamos tentando controlar a pressão para que não afete os bebês.

– Se ela morrer, ou qualquer uma das meninas será culpa sua, ouviu bem? Você entende que será sua culpa, por ter saído da cidade sem avisar. - eu estava ficando desesperado.

– Eu não devo satisfação a você quando preciso viajar.

– Claro que deve, ainda mais quando assumiu que cuidaria da gestação da minha mulher. - gritei.

– Se controle, estamos em um hospital. - Cecília falou me olhando nos olhos. - estou fazendo tudo por ela, o máximo que posso.

– Faça mais... - eu exigi segurando o braço da Dra. Veneci.

– Nathan! - a voz de meu pai veio a mim tão rápido quanto suas mãos, me separando da médica. - Pare.

– Não me diga o que fazer, não é você que tem a mulher e as filhas lá dentro. - apontei para a sala de emergência gritando.

– Nathan se acalme. - minha mãe entrou em meu campo de visão, enquanto a médica sumia novamente pela porta da emergência.

– Como posso me acalmar, eu tenho a Katherine e as minhas filhas lá dentro, ela pode morrer mãe. - falei chorando. - E ainda tem o George lá fora, hoje iam finalmente pegá-lo com a boca na comida e prendê-lo.

– Acalme-se filho, vai dá tudo certo! - minha mãe me abraçou.

– Eu não sei, mãe! Não sei se dará tudo certo.

– Mantenha a fé, filho.

Durante as próximas 3 horas eu fiquei na sala de espera com os meus pais, esperando uma mísera notícia do que poderia estar ocorrendo lá dentro. Mas, nem a médica ou qualquer outro me dizia nada, eu parava qualquer enfermeira que passava pela sala de espera, perguntando pela minha mulher, e nenhuma sabia dizer algo. Eu estava enjaulado dentro de um hospital sem ter como ajudar a mulher da minha vida.

Kate

Acordei atordoada, com vozes por toda parte, olhei para o meu braço e tinha uma agulha lá, eu estava tomando soro? Abri mais os olhos e percebi que eu estava no hospital, olhei para o lado e havia uma outra moça tentando tirar sangue de mim, tentei falar mas a minha garganta estava tão seca.

– Água! - pedi e a moça levantou a cabeça, logo eu fui cercada por um monte de médicos e enfermeiros, que eu nunca vi na vida, a única que pude reconhecer foi a Dra. Veneci.

– Oi querida, finalmente acordou. Você está no hospital a cerca de três horas, estamos realizando uma bateria de exames e administrando remédios para baixar sua pressão que está alta.

– As meninas? - perguntei rouca.

– Aparentemente bem, conseguimos escutar os batimentos cardíacos delas.

– Água! - pedi.

– Infelizmente não poderá beber água, estamos preparando você para uma cirurgia. - a médica falou, logo ela se afastou de mim e pegou uma prancheta que foi entregue por um dos enfermeiros. Vi ela levar a mão a boca e fazer cara de espanto, algo estava muito errado.

– Eu quero ver o Nathan. - pedi.

– Vou pedir para chamá-lo. - uma das moças que estava ao meu lado falou.

– Katherine, infelizmente nós não poderemos fazer um parto cesárea em você, suas plaquetas estão em 30 mil, e mesmo que fizéssemos uma transfusão de plaquetas agora, ainda não seria possível fazer uma cirurgia. Então vamos induzir seu parto através de comprimidos via vaginal, para que o colo do seu útero dilate a fim de que as meninas passem.

– Elas são pequenas demais! - falei olhando-a.

– Sim eu sei, mas hoje temos toda a tecnologia ao nosso favor, elas irão sobreviver.

– Eu quero ver o Nathan! - pedi novamente.

– Ok! - Minutos mais tarde, o Nathan estava ao meu lado, com os olhos vermelhos.

– Oi! - falei sentindo a garganta seca.

– Não fale muito, me disseram que você não poderá tomar água, pois pretendem te operar.

– Eles não vão me operar, irão induzir o parto para que seja normal, minhas plaquetas estão muito baixas e disseram que eu posso não voltar viva da cirurgia. - falei mesmo assim, ele segurou minha mão e beijou-a.

– Ei, não se preocupe vai tudo dar certo, eu estarei aqui. - e eu pude vê em seus olhos que ele dizia a verdade, que nada no mundo o faria sair de perto de mim e de nossas meninas.

– Nathan, eu preciso de sua autorização para fazer a indução do parto dela. - a médica se aproximou de nós.

– Quais os riscos? - ele perguntou.

– A sempre riscos, quando temos bebês prematuros, mas o risco maior é não fazemos esse parto e morrer a Katherine e as meninas. - ela realmente disse isso na minha frente?

– O quão grave é e o que está me escondendo? - Nathan perguntou.

– Nathan, se eu não começar agora a indução com os comprimidos, as meninas podem não sobreviver, Katherine está com os órgãos inchados, devido a síndrome HELLP, descobri que a dor que ela sentia na casa dos seus pais, era devido ao pulmão está inchado, por conta do corpo está tentando rejeitar a placenta. Autorize logo. - escutei ela falar, Nathan pegou a prancheta de suas mãos e assinou algo.

– Se algo acontecer a elas, você morre! - ele disse olhando-a, a médica saiu e me deixou sozinha com ele. - Vai tudo correr bem meu anjo.

– Eu espero que sim. - falei sorrindo.

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