13. O Grande Mar da Solidão

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Atualmente, no interrogatório da TochWood:
-É... Só.-Falei levantando as sobrancelhas.
-Mais nada?.-Perguntou.
-Hamm.... Não. Posso saber seu nome?
-Não.
-OK... Mas vocês sabem, digamos, muitas coisas sobre mim, pediram para eu contar, pois bem, contei. Agora me deixam sair, quero ir pra casa, ao não ser que tenham a Tardis, estou atrasada e minha mãe está preocupadíssima!
-...
-O quê?
-Não está em casa.
-Formos para o outro mundo!?
-Não, não arriscaria.
-então... Onde estamos?
-Em Londres.
-Londres?! Não não temos que voltar para NY!
-Sinto muito.
-Sério? Acho que não.-Falei levantando as sobrancelhas.-Me solta então.-Fiz para ela desamarrar minhas mãos.-Não sou nenhuma ladra.-E ela me olha, eii! Foi só salgadinhos!.-Prisoneira.
-Como quiser. Mas irá ajuda-lo?
-Estou muito cansada, quero dormir.-Falei articulando minhas mãos.-E onde vou dormir?!
-Na sua casa, lembra?
-Aquela... Da janela?
-Sim, sua velha casa.-Falou com a chave na mão.
- ... Mas
-Mas nada, pegue.
Não tinha outra escolha, então peguei.
-Mas ainda está de tarde.-Falei.
-Pode dar uma volta. Para pensar.
-Sempre prestativa!.-Falei dando um sorriso falso.
E a mesma retribuiu.
Fui liberada.
-E Alice, não faça nenhuma besteira, estamos de olho EM você.
-Claro.-Falei.
-Alice?
-hum?
-Por que... O nome Alice?
-... Em homenagem a um anjo, que Me salvou.
Apenas sorriu e se virou.
Antes de ir, pensei em um lugar, calmo, e com bastante vento, conhecido como a Baía Do Lobo Mau.
Um belo lugar para pensar.
-Senhorita Wesley? Aonde?
-Na baía do lobo mau.
-Claro.-Falou o motorista.
Chegando lá, já pude sentir o vento forte, porém leve ao respirar.
-Obrigada.-Falei batendo a porta do carro.
E lá estava! A grande e triste praia.
Não tinha ninguém, claro.
Ao ver já pude saber o quanto estava fria aquela água. E o vento também contribuía.
Aquelas rochas... Grandes rochas eram aquelas hein?
Nunca fiquei tão...triste? Em uma praia, ela transmitia isso:Solidão.
-Um bom lugar para pensar.-Repeti.
E começaram a vim vários flashbacks do doutor. E eu imaginava como deveria ter sido abandonar, não, perder o grande amor por você mesmo. Deve ser por isso que era tão triste presenciar, ou pior, no meu caso, imaginar. Perde-lo duas vezes no mesmo lugar. Dureza hein.
Então me sentei perto de algumas rochas, em frente ao mar, O GRANDE MAR DA SOLIDÃO.
Me via ali, sozinha, ao imenso pedaço de mar. E ficava a observar o céu. Não tinha mais AQUELA atração pelas estrelas... Bom, iria ser estanho ainda ter.... Pois morri por elas. E foi ali que achei no céu, uma grande atração pela Lua, ela estava lá. O fim da tarde estava chegando, e ela ainda estava lá, transparente no céu, apenas um anel nele.
Senti passos vindo entre as areias. Era uma mulher, loira, com um sobretudo roxo, calça moletom cinza, e um sapatenis azul, quase preto. Parecia triste com algo,e ela se aproximava.
-Um belo lugar para pensar, não?.-Falou sentando ao meu lado.
-Concordo.
-Nunca vi muitas pessoas por aqui.-Falou.
-Ate parece que vem aqui todo dia.
-E venho. Todo final de tarde.-Falou olhando para um lugar de poucas rochas, quase ao mar.
-O que significa?.-Perguntei olhando para o mesmo lugar.
-Foi ali.-Falou apontando.-Que perde para sempre meu amor.
-O que aconteceu?
-Ele... Simplesmente foi embora, sem dizer adeus.-Falou ficando vermelha.
Uma pequena observação: Ela era ... Rosa? Sim, quase rosa. E agora ficou completamente.
-Nossa... Sinto muito.-Falei querendo a abraçar mas... Não a conhecia.
-Afinal quem é você?.-Perguntou passando a mão no rosto.
-Ah, sou Alice Wesley, prazer.-Falei estendendo a mão.
-Prazer Alice.-Falou retribuindo.
Eeeeh! Ela retribuiu e não me deixou no vácuo. Já gostei dela!
-E você? Qual seu nome?.-Perguntei, já que ela não falou.
-Ah, desculpe é que...
-Oh tudo bem.-Falei sorrindo.
-Meu nome é Rose, Rose Tayler.
Nesse momento arregalei completamente os olhos! E-Era a ROSE! TAVA EXPLICADO PORQUE ELA SEMPRE IA ALI, E O CARA QUE A DEIXOU ERA O DOUTOR!! BEM QUE EU... QUE BURRA QUE SOU!
-Tudo bem?.-Perguntou, reparando na minha cara de espanto total.
-R-Rose?
-Sim.-Falou tentando descobrir algo.
-Ah... D-desculpe é que... Nossa!
-Por que tanto... Você me conhece?
-Não, mas já ouvi falar muito sobre você, a Bad Wolf.
-Não sou mais... Acho.-Falou.-Perai! Como você...?
-Como eu sei? Minha mãe me falou.
-Quem é sua mãe?
-Ah... Você não conhece.
-Então como ela sabe sobre mim?
-Vou deixar mais fácil de entender. Eu conheço o doutor.
E nesse momento ela abriu levemente a boca e com os olhos arregalados, caiu uma lágrima de cada um de seus olhos, sem ao menos pisca-los.
-O...Doutor?.-Falou, aparecendo UM GRANDE sorriso em seu rosto.
-Sim!
-Onde? Onde ele está?.-Falou se levantando e procurando.
-Não... Ele não está aqui.
E ela não parecia entender.
-Senta aqui.
E ela sentou.
-Minha mãe me contava histórias sobre um doutor... Impossível...? Que viajava em sua tardis. Mas aí ela morreu.... E eu meio que desistir que procura-lo... Porque foi culpa dele!! Tudo dele! Ele é culpado de tudo isso! De eu ter morrido e ter vindo pra cá. Se eu soubesse que iria conhece-lo naquela noite, tinha passado para visitar Emma em vez de ensaiar aquelas falas! E... Emma? Onde será que está? Não a achei aqui. E todos que eu conheço... que eu amo acham que eu morri e foi, é tudo culpa dele. Hoje eu tive que presenciar cada momento... Cada emoção, cada sentimento de como era! E... Ainda querem que eu o ajude! Como eu iria fazer isso? Se ninguém mais conseguiu? Ou melhor, por que acham que eu quero?.-Falei gaguejando entre as palavras.
Olhei para Rose e vi que não entendia nada.
-Olha... Eu sei que não entendeu nada mas
-Eu entendi.-Falou me abraçando.
E a apertei mais.
-como entendeu?
-Entendi que você está magoada com ele por ter acontecido essas coisas.-Fala olhando para o mar.-Mas não deveria culpa-lo.
-Por que não? Se foi.
-Porque... Ele é um homem solitário, que se culpa por tudo que acontece, se preocupa com tudo. Nossa, imagina só. Você perder todos que amam, e temer ama-los, pois sabe que no final todos se vão, que tudo morre um dia. Ele viu tudo, do começo ao final. E... Ter sobrado apenas ele. E ter a culpa .... E pensar que ele podia ter salvado pelo menos... 1 ser vivo, iria fazer a diferença. E eu creio que... Sim, iria fazer. E acho que é por isso que ele salva o máximo de pessoas, alienígenas, seres possível. Para tentar "aliviar" essa culpa. Então por favor.... Não o Culpe mais.... E eu tenho certeza que ele gosta muito de você... Pra te pedir ajuda. O doutor é um homem orgulhoso, que só pede ajuda aos que ele mais confia.
-... Agora eu entendi porque ele te amou tanto.-Falei.
E ela sorriu.
-"Amou"?
-Ama.-Falei sorrindo.
-Se você... Não consegue... De imediato perdoa-lo, vai aprender. Tenho certeza, somos humanos, esqueçamos, ou melhor, superamos.-Falou pegando em meu ombro.
-Você realmente consegue subir o auto estima de alguém. Obrigada.
-De nada!
-Mas... Me diga, como sabe tanto?
-Ora, viajei com ele, por duas regenerações. E você percebe isso quando se estar muito tempo com ele. Mais é porque sou casada com ele.-Falou sorrindo.
-Casada?! Como assim? Ele.. O quê!?
-Calma.-Falou sorrindo.-Ele... É um doutor humano.
-Doutor... Humano?
-Sim, criada por Donna e o vórtex, ah! E a mão do doutor.
-Nossa, tudo por causa de uma Mão.
-Exatamente!
E caímos na gargalhada.
-Mas... se você é casada com o doutor, por que vem aqui?
-Porque por mais que eu tente, não consigo esquece-lo. Não consigo... Sabe,  mesmo que seja ele ali, comigo, mas ainda não é ele, entende. Sempre falta.
-Sim, falta a Tardis.-Falei sorrindo.
-Você tem um bom humor, isso é bom! Para o doutor, diverti-lo.
-... E imagino que foi ele que escolheu, não?
-Sim...
-Claro, sempre fazendo escolha por nós. Achando que é a certa.
-Às vezes são, mas a maioria não.-Falou fazendo-me rir.
-Não que eu sou ingrata, eu amo meu marido! Muito mesmo! E ele respeita isso, de eu vim aqui. Fazendo-me ama-lo mais.
-Que bom.
-E... Vai perdoa-lo? Ajuda-lo?
-N-Não sei, realmente.
-E se você... Falasse com ele? Sabe, iria ser melhor, ate para você.
-Eu sei mas... Iria dar muito trabalho e... Não tenho certeza se quero ir ainda confusa.
E ela me olha.
-O quê?
-Ele... Está aqui.
-Oh claro! O seu marido, o seu doutor.
-Sim. Mas aqui ele é chamado por Doutor John Smith, mas os amigos e familiares o chamam de doutor.
-Não sei...
-Vem.-Falou puxando-me.
-Viramos amigas?
-Na minha parte.
-Nossa, sou amiga de ROSE TAYLER. Que honra.
E ela sorrir.
-É bem perto daqui.-Falou.
E sim, literalmente. Era uma casa grande de praia.
E quando estávamos nos aproximando, uma garotinha loira com vestido azul veio correndo para a nossa direção.
-Mamãe!.-Falou abraçando Rose, com tudo. Jogando areia em nós.
-Donna, cuidado.-Falou Rose.
-Donna?.-Perguntei.
-Sim.
Não falei nada, bom...
E entramos. A sala era coberta com um papel de parede florido, flores vermelhas. Bela escolha!
Eu mudei em tudo, mas ainda era obcecada por flores! Menos, claro, mas elas me fascinavam.
E alguém da cozinha grita:
-Rose? É você?
-Sim, amor, sou eu.-Falou tampando o nariz.
E estava saindo uma fumaça de lá.
Fui correndo junto com Rose.
E encontramos a pia cheia de pratos, e fogão imundo, o chão cheio de farinha, e um homem, de costas que logo se virou.
Estava todo sujo, com avental "branco" que já era amarelo. Uma calça moletom cinza e um moletom cinza de capuz.
-Doutor! O que está fazendo?.-Perguntou Rose espantada.
E Donna apareceu sorrindo.
-Eu e o papai estávamos fazendo um bolo.-Falou Donna, colocando o dedo na massa e pondo na boca.
-É... Tentamos.-Falou Doutor Smith (vou chama-lo assim para não ficar confuso), sorrindo.
-O que vale é a intenção, mas qual era?.-Falou Rose.
-Surpresa!.-Falaram ao mesmo tempo Doutor Smith e Donna.
E os três caíram na gargalhada. Bom... Uma familia perfeita.
-Ah, amor, essa é a Alice, amiga do doutor.
E ele para de sorrir e me olha.
-Olá Alice.-Fala se virando e lavando a mão.
-Oi...-Falei meio sem jeito.
Era ele! O doutor que minha mãe descreveu, o que ela viu quando a tardis a salvou:Olhos castanhos, cabelo legal, alto.
E ficou um silêncio.
-Mãe, vou assistir TV.-Fala Donna cortando o silêncio.
-Claro, vou com você.-Fala Rose, deixando-me a sós com o doutor Smith.
E ele ainda está virado para a pia.
-Você está fazendo errado, por isso sempre queima.-Falei jogando a tentativa do bolo no lixo.-Sempre falo para minha mãe, mas... Ela nunca dá ouvidos, como quer ser a garota suflê?.-Falei dando um sorriso de lado.
Ele se vira e me observa. E isso estava ficando estanho! Estava sentido como... Uma sequência de agulhadas no meu coração.
Era como se o meu doutor estivesse me olhando, e ele não falava nada! E isso piorava a situação. Estava desesperada, mas conseguia disfarçar pondo as formas na pia, ao lado dele. Ate que ele fala:
-Então como?
-Simples. Em vez de ficar toda hora olhando: não incha. Deixar muito: queima. Agora tem que ser o tempo perfeito.
-Como tem tanta certeza?
-Tá na receita.-Falo, pegando a embalagem.-20 minutos.
Ele sorrir. E isso me aliviou muito! Fazendo-me ri também, de aliviada.
-Parece que eu conheço esses olhos.-Fala.
-Ah... São bem comuns, castanhos.-Falo colocando o cabelo para detrás da orelha.
-Como você conhece o doutor?.-Finalmente pergunta.
-Ah... Longa história.
-Estou disposto a ouvir cada detalhe.-Fala sorrindo só com a parte de cima dos dentes.
É... Cada doutor tem um jeito diferente.
Deixo de mão o bolo e me apoio na pia, ficando na frente dele.
-Hoje é nosso aniversário de casamento.-Fala.
-Sério? Parabéns!
-Sim, e daqui a pouco irá acontecer uma festa, de comemoração. E você está convidada.
-OK! Virei.
-Não tem tempo para voltar pra casa e depois voltar, você fica, e eu te empresto uma roupa.-fala Rose, aparecendo na porta da cozinha.
-Não... Não quero incomodar.-Falo.
-Que nada! Vem.-Fala Rose me puxando.
Viro a cabeca e o doutor Smith sussurra:
-Agora é tarde.
Bom, o doutor continua e sempre será o idiota mais amado(por mim).
E ela me levou ate o seu quarto.
Colocou vários vestido em cima da cama.
Ela pegou um,fez cara feia e põe ele de novo no guarda roupa. E pude ver que era preto.
-Ei! Perai, posso ver?
-Sim, mas ele é...
-Prefeito!
-É... Temos gostos totalmente diferentes!.-Fala sorrindo.
E eu retribi o sorriso.
Vesti-me com ele.
Ele era um vestido que ia ate os pés, preto e florido. E coloquei um salto preto.
Rose colocou um grande e brilhante vestido branco, a parte de baixo era vermelha, soltou os cabelos e colocou um salto dourado. Ela estava Belíssima!
-Nossa... Você está linda!.-Falo batendo palmas.
-Igualmente.
E eu vou primeiro.
Na sala estava uma mulher loira, mais velha que Rose, mas parecida com ela.
-Só pode ser sua mãe.-Falo baixo.
E sentado no sofá tem um homem, com os olhos da Rose.
-O pai.
E lá fora, vejo que tem uma garotinha brincando com Donna.
-É a minha cunhada.-Fala o doutor Smith, atrás de mim, fazendo-me virar.
E ele estava com um terno branco de veludo meio listrado; uma calça branca, também listrada; gravata vermelha e um tênis all star vermelho cano longo.
-Nossa! Está um gato.-Falo levantando as sobrancelhas.
-É eu faço o meu melhor.-Fala ajeitando a gravata.
-Huum todo convencido.
-Claro!
Mas ele desvia o olhar de mim e olha para a escada, abrindo a boca lentamente. Fazendo-me virar também. E la estava, Rose! Linda é pouco para descrevê-la! O seu sorriso brilhava mais do que o vestido. Seus cabelos loiros em um coque "bagunçado", com algumas flores douradas e brancas de metal(presilhas) no cabelo.
O doutor Smith foi ate ela e a esperou descer as escadas, quando desceu, ele pegou sua mão e depositou um beijo, calmo e doce. Um beijo que eu nunca ganharia, nem mesmo na mão, não daquele jeito. Tão apaixonado! Eles eram perfeitos? Não sei, mas essa era a melhor definição do que pareciam.

The Girl Who Forgot(Doctor Who)Onde histórias criam vida. Descubra agora