Capítulo 9 (atualizado 22/05/17)

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                         Ana:

Acordo em pânico, procurando algum vestígio que a noite de ontem não se passava de um terrível pesadelo, mas ao olhar para o meu corpo lembro-me de tudo que aconteceu e meu corpo não me deixa esquecer, pois a dor me invade por completo, não consigo nem me mexer, sinto às minhas partes íntimas queimarem, uma sensação horrível me atinge.

Meus pensamentos estão uma bagunça, na verdade nem sei o que pensar; só sei que estou sofrendo e sei que meus pais também estão, começo a chorar lembrando de tudo que aconteceu até hoje, lembrar dos meus pais me bate uma saudade e se pudesse voltaria atrás e faria tudo diferente, se arrependimento matasse estaria morta, desde o momento que aqui entrei.

 Fui muito burra, idiota e ingênua que acreditei em todas as mentiras que o Miguel me falou, como conseguir ser tão burra em acreditar que ele me ama? Tenho vontade de me bater, mas estou com muita dor no meu corpo, acho que já estou pagando pelos meus erros, pois estou no inferno e nem sei se um dia sairei daqui, só sei que vou lutar pra poder sair.

 Percebo que ainda estou nua e toda suja, sinto nojo e vontade de vomitar, me sinto imunda, me desvio dos meus pensamentos quando escuto alguém abrir a porta do sótão, me apavoro com medo que seja Miguel, Mas graças a Deus que não, é a bia.

- bom dia! Miguel mandou vim cuidar de você.

- não quero nada, quero ficar quieta na minha, ah e quero uma roupa também e pode deixar que me viro sozinha.

- acha mesmo que não precisa de ajuda, olhe pra você e veja como está.

                           Narradora:

 Ana percebe o quanto precisa da ajuda de bia naquele momento, ela ia falar mais alguma coisa, porém se autoavaliou e viu que realmente precisará dela, para tomar banho e colocar uma roupa.

  Bia ajuda Ana a se levantar e a leva para o banheiro, ela á apoia em seu próprio corpo, ao perceber que a mesma está muito debilitada.

 Após limpar e arruma Ana, Bia sai do sótão pensativa, a mesma pensa em tudo que viveu nas mãos de Miguel, pelos erros que cometeu e acaba pensando se ela cometeu o mesmo erros.

                       Miguel:

Saio do sótão me sentindo leve, orgulhoso e feliz, vou para o meu quarto e planejo o dia de amanhã na minha cabeça, pois no atardecer Ana receberá um presente que carregará pelo resto de sua vida e nada me fará tão feliz.

Deito em minha cama e adormeço tranquilo e calmo, acordo cedo e peço para Bia cuidar da Ana e arruma-la, enquanto isso preparo o café da manhã de Ana, coloco frutas, torradas, pães, queijo, suco e leite, quero a minha menina forte para mais tarde.

Bia vem até a mim e diz que Ana já está pronta, pego as coisas que preparei e vou para o sótão.

                             Ana:

Bia acaba de me arrumar e sai sem fazer um ai, me afundo nas minhas mágoas e fico fora de mim por alguns minutos, logo escuto passos vindo pro sótão, me deito e finjo que estou dormindo não quero ver ninguém, muito menos o Miguel, sinto um frio me pecorrer e um medo me atingir, mas não quero me mexer, sinto o seu perfume e sei que Miguel está aqui, continuo quieta, ele vem até a mim e acaricia os meus cabelos e minha cabeça vira uma bagunça, ontem ele me tortura e hoje age como se nada tivesse acontecido, continuo a fingir que estou dormindo até ele me acordar.

minha menina acorde!

Continuo fingindo está dormindo.

- vamos minha anjinha acorde, você não me quer ver bravo?

Começo a  fingir está despertando, ele vem até mim e me envolve em seus braços eu nada falo, estou em pânico, ele me levanta me guiando até a mesa do café da manhã, não quero comer, não quero nada que venha dele, quero sair daqui e voltar ter minha vida de antes.

- meu anjo lhe trouxe o seu café da manhã.

- não estou com fome.

mas você tem que se alimentar para mais tarde.

Fico tensa na hora que ele disse mais tarde e não consigo me mexer, ele levanta e fico com medo dele fazer alguma coisa, mas ele sai dizendo que mais tarde voltaria.

                    Horas depois:

Um pouco mais cedo Bia trouxe meu almoço, mas nem encosto um dedo assim como fiz no café da manhã deito e durmo, acordo com um barulho no sótão, porém permaneço de olhos fechados, mas tenho aquelas sensações estranhas que sinto só quando Miguel está por perto e consigo sentir sua respiração pesada vindo até a mim.

Sua filha da puta você não tocou no café da manhã que lhe trouxe e nem almoçou sua vadia dos infernos, acha que meu dinheiro é capim?

Miguel joga tudo longe, ele está descontrolado, agarra meu cabelo e me joga na parede, me dando socos e tapas, está me machucando muito, mas nada falo, prefiro sofrer calada. Ele me coloca na cama e me ordena a ficar ali sem sair, vai até a mesa e coloca um monte de coisa que não consigo enxergar, vem até a mim e me arrasta pelos cabelos até a mesa, me amarra e começar a me torturar, me morde, me bate, puxa meus cabelos e crava as unhas em meus seios, to com tanto nojo que vômito em cima dele, com isso ele me dar vários tapas no rosto e um soco no estômago, me deixa ali um bom tempo e fica só me olhando, até que fala:

- Está pronta pra levar com você a minha eterna marca?

Continuo sem dizer uma palavra sequer, ele me olha com muita raiva, mas continuo ali, Miguel me analisa de cima à baixo, vai até a escrivaninha e pega duas coisas, que ao chegar perto de mim me descontrolo e começo a pedir misericórdia pela minha vida, peço para que não faça isso comigo e começo a chorar, mas ao ver o meu desespero ele começa a rir descontroladamente. Miguel tem nas suas mãos um maçarico e um ferro com a letra "M".

Ele vem até a mim e para ao meu lado perto da minha coxa, ascende o maçarico e esquenta o ferro e encosta na minha virilha, a dor é intensa que não consigo respirar e nem ficar acordada e me entrego a escuridão.

                             

 

Sótão do medoOnde histórias criam vida. Descubra agora