Sótão do medo

Capítulo 20 (atualizado 25/05/17)

                     Miguel:

Hoje faz 4 dias que peguei os resultados dos exames e desde então sinto como se a Médica estivesse me escondendo algo, mas não tenho tanta certeza, pois ela só deve estar preocupada com a saúde de Ana, por ela ainda está muito debilitada.
Não saiu de casa á um bom tempo para me divertir, desde que peguei a médica, hoje estou querendo dar uma volta pela cidade, ver o que anda acontecendo por lá, entretanto não quero deixar a Ana "sozinha", ontem o quadro dela apresentou algumas mudanças, umas nada boas e outras melhores, mas prefiro ficar por aqui.
Vou ao meu quarto, tomo um bom banho e nessa hora me lembro da minha Ana, logo fico alarmado, ficar sem ela tem sido o meu pior castigo, preciso dela, mas enquanto não tem vou me divertindo com Bia, a coitada acha que eu gosto, mas sempre depois de tudo falo o quanto ela é desprezível e o quanto tenho nojo dela.
Termino o meu banho e saio dos meus devaneios, me arrumo e vou até o sótão, quando chego lá vejo uma cena que me deixa curioso, a médica está examinando a barriga de Ana e tentando escutar algo, fico observando mais um pouco até que resolvo perguntar:

— Está tudo bem com Ana? - Assim que escuta a minha voz se assusta e me olha nervosa-.

— Está tudo ótimo com ela, só estou fazendo exames de rotina.

Não sei o motivo, mas não consigo acreditar nela, mas por hora resolvo ficar quieto, vou até Ana e lhe dou um beijo na testa, ela se mexe, acho que alguém está sentindo a minha falta, toco nela mais uma vez e novamente ela se mexe, então resolvo deitar ao lado, ela se agita, mas continuo ali, porém essa aproximadamente  fez algo em se manifestar, sempre que fico perto dela o meu corpo se ascende e como se ela fosse a minha energia, mas dessa vez vou dormi aqui, preciso ficar ao seu lado.

                Narradora:

A médica sabe que essa aproximação de Miguel com Ana não a fará bem, porém nada pode dizer, então ela deita no chão e começa a chorar baixinho e imagina os seus filhos principalmente a sua filha e olha para Ana e imagina os pais dela como devem estar esse tempo todo longe da filha.
Miguel acaba adormecendo e a agitação de Ana ainda é grande, então a Médica se levanta e vai bem devagar pra perto de Ana e fala que está tudo bem e que ele não irá fazer nada com ela, assim que acaba de falar Miguel se mexe e ela volta pro seu lugar e acaba dormindo com o cansaço mental que vem suportando.

           Brunna  (Médica):

Dois dias se passaram desde a noite que o monstro dormiu aqui e durante esses dias o quadro de Ana piorou estou fazendo de tudo, mas essa menina não está lutando para viver, sei que na situação dela é difícil lutar, mas ela precisa, então tive uma ideia, todos os dias vou conversar com ela, para ela saber que tem uma amiga e tentar passar a positividade e a minha fé em Deus, pois sei que podemos sair daqui.
Todos os dias examino Ana, acabei pegando um carinho por ela, ainda mais com tudo que aconteceu e sei que por muitas coisas essa menina passou, então começo a falar:

— Oie Ana, sou a Brunna a sua médica, estou aqui quase que na mesma circunstância que você, porém estou para cuidar de você é preciso que você apresente melhoras, sei que é difícil, mas logo estaremos livres.

Ela se mexe, mas não se agita como fez com aquele homem e fico feliz, ao menos sei que está me ouvindo, então resolvo continua:

— Sabe te admiro muito, pela força que você está tendo e teve esse tempo todo.

Paro de falar assim que escuto um barulho e começo a aferir a pressão arterial de Ana.

(...)

Nesse dia tudo ocorreu bem, já no dia seguinte Ana tem um sangramento e isso me preocupou, na hora que fui ver o que estava acontecendo, o monstro entrou no sótão e me pergunta o que está acontecendo e o que estaria causando esse sangramento em Ana, penso em responder que ela está menstruada, mas preciso contar a verdade preciso de remédios urgentemente.

— Então eu ainda não sei o seu nome e isso também não me importa, mas preciso desses remédios urgente para controlar esse sangramento.

Sei que está morrendo de raiva, mas deve ter percebido o meu desespero e saiu imediatamente para comprar. Sei que quando ele volta às coisas vão piorar então peço paciência e calma a Deus para poder enfrentar o que vem a frente.
Não demora muito e ele entra com os medicamentos, vejo a fúria em seus olhos e me arrepio com o medo do que ele pode fazer, faço às medicações e assim que acabo vou falar com ele, mas antes de abrir a boca sou agarrada pela garganta e ele começa a gritar:

— PORRA O QUE ANA TEM AGORA? O SEU TRATAMENTO SÓ ESTÁ PIORANDO, EU QUERO SABER QUE MERDA ESTÁ ACONTECENDO E O MEU NOME NÃO TE INTERESSA.

— ela teve um sangramento devido ao estado dela e as debilitação que ela estão tendo.

— QUAL É O ESTADO DELA???

Vejo que preciso falar se não ele vai fazer alguma coisa contra mim e eu preciso defender Ana, ela está indefesa, então resolvo contra a verdade.

— Ela está grávida.

Olho pra ele e vejo ódio, raiva, seus olhos me transmiti medo, mas não posso deixar transparecer então fico neutra no meu canto enquanto ele anda de um lado pro outro e depois saí do Sótão sem ao menos dizer nada.
Dou graças a Deus por ele sair daqui, porém sei que ele ainda vai explodir, mas vou cuidar de Ana hoje e amanhã enfrentarei a fera.

(...)

Agora a noite vejo que Ana está bem melhor em todos os aspectos, posso ver que o tratamento está fazendo efeito e fico muito feliz com isso.