Capítulo 12 (atualizado 24/05/17)

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                           Ana:

Depois de despejar toda a minha raiva em Miguel me sinto mais leve, mas o medo de que ele faça algo comigo me atinge em cheio, pois ele é um louco e pode fazer qualquer coisa sem ao menos se importa.
Fico deitada no Sótão com muita dor pelo corpo, o que Miguel fez comigo é desumano, a marca ainda dói mesmo com o curativo, se eu me mexer é uma dor insuportável, então fico aqui quieta esperando alguém entrar aqui, pois está tudo silencioso, que chego estranhar.
Acabei pegando no sono, acordei com Bia aqui com o jantar, estou sem fome, então falo para ela levar a comida de volta, a mesma diz que é ordem do Miguel, que pelo meu bem seria bom eu comer.
Como não quero problema com ele, resolvo me alimentar, não como tudo, mas como o suficiente para forrar o estômago e Miguel não brigar, após me alimentar Bia me ajuda com o banho, nem sei o certo a hora que é, mas estou com sono e me sinto muito fraca, quando volto para cama durmo sem pensar no amanhã, acho que minha cabeça está exausta.
Acordo e não vejo ninguém, esse silêncio está me dando dos nervos, pois sei que não é normal, ainda depois de tudo que disse para Miguel é  muito estranho ele não ter feito nada e ter sumido de ontem para hoje, mas dou graças a Deus, porque assim fico longe dele e espero que ele não volte mais.

(…)

Dois dias se passou e hoje estou bem melhor, o meu corpo dói, mas não como antes, Miguel está a dois dias sem vim aqui e isso é um alívio, ontem perguntei a Bia o que houve com ele, orei para que ele estivesse morto, mas ela só me disse que ele foi viajar.
Bia é uma boa pessoa, mas tenho certeza que o passado dela é muito ruim, pois ela não demonstrar nenhum tipo de felicidade e não sei porque ainda fica aqui aturando as humilhações de Miguel.
Horas se passam e uma ideia surge na minha cabeça, já que Bia tem total acesso a esta casa ela poderia me ajudar a sair daqui e poderia ser agora enquanto ele viaja, vou esperar ela vim aqui e conversarei com ela, a mesma deve vim aqui trazer o meu jantar.
Como disse ela veio trazer a minha janta e aproveitei para chamar ela pra conversar:

— Bia, posso falar com você um instante?

— diga Ana!

— Sei que pode parecer arriscado, mas preciso de sua ajuda!

— Nem pense, já sei o que você quer e minha resposta é não.

— Bia você aproveita e foge também.

— Quem te enganou dizendo que quero fugir? Minha filha eu sou livre e faço o que eu bem entender, já você tem que ficar aqui presa enquanto eu tenho liberdade. Não irei te ajudar!

— Como você aguenta ficar aqui? Ser humilhada dia e noite por um monstro? Como consegue aguentar isso tudo? Quando ele me disse que você era escrava dele, achava que você vivia aqui obrigada, mas vejo que gosta de ser tratada pior que um animal!

— Quem é tratada pior que um animal é você sua ridícula, por isso merece ficar aqui eu nunca vou te ajudar e, é benfeito para você.

— Acho que você é assim porque gosta dele.

— Cala a boca, você não sabe de nada! Tomara que Miguel te destrua, como fez comigo assim você nunca mais fala besteira.

Vejo o rosto de Bia molhado pelas lágrimas que caiu e no mesmo instante me arrependo de tudo que disse a ela, pois na verdade não conheço a sua história e acabei a julgando sem saber.
Meus pais me ensinaram que jamais deveremos julgar o próximo e eu acabei de fazer isso, pelas circunstâncias que me encontro, eu só queria sair daqui e voltar para casa, abraçar meus pais, morro de saudades deles.
Quando Bia voltar lhe pedirei desculpas, mesmo ela não me ajudando, preciso dar um jeito de tê-la ao meu lado, mesmo que não me ajude a sair daqui.

(…)

Bia só vem aqui trazer a minha janta, ela cortou todas as minhas alimentação e isso tem me deixado bastante fraca, ainda não pedir desculpas, toda vez que penso em falar ela sai daqui.
Hoje faz cinco dias que Miguel sumiu e estou feliz, pois meu corpo está se recuperando, mesmo estando três dias sem me alimentar direito, mas as feridas pelo meu corpo estão melhores.
Estou dormindo mais que o normal, deve ser a fraqueza com a má alimentação. Acordo com Bia trazendo a minha janta, então resolvo falar:

— Bia desculpas, não tinha intenção de lhe magoar, falei na hora da raiva.

Ela nada disse apenas saiu do sótão me deixando sozinha com os meus pensamentos, que insiste em me colocar medo, fico pensando como será quando Miguel voltar? O que ele vai fazer comigo?  Não quero que ele volte e nem imaginar o que vai acontecer, queria está bem longe daqui, na verdade queria nunca ter entrado nesse inferno, mas fui burra o suficiente e agora pago pela minha burrice, com a minha vida.

Sótão do medoOnde histórias criam vida. Descubra agora