Eu pensei que saciaria a minha fome. Mas eu ainda continuo com fome. Os meus olhos piscam lentamente, e sinto um vazio no estomago. De fato continuo sozinha. Lá eu queria companhia, enchia-me de esperança que ao chegar aqui tudo mudaria. Embora eu esconda, o meu corpo me pede afeto. Eu o abraço, literalmente faço isso, o contorno com os meus dedos tentando alertar que está tudo bem, mas assustada eu observo o meu redor com medo da aproximação do perigo.
Eu continuo sozinha. Continuo sozinha perto do amor. Minha solidão continua a me dizer bom dia. Sua voz calma me é entorpecedora.
Há olhos como os meus? Atentos olham ao redor, a cada observação uma surpresa, a cada surpresa o recuo, o medo da dor. A decepção mim é física e imaginária, um caminho turbulento que eu crio e traço em meu inconsciente. Sozinha. Hahaha... sozinha...
Vagarosamente me deparo comigo mesma. Sentada. Ou então preparando o chá para minha própria visita. Inconscientemente, eu mesma coloco a vassoura atrás da porta. Eu mesma me rejeito, eu me espilo.
Vomito-me no vaso sanitário e dou descarga, desço pelo ralo. Caio no esgoto, esse é o meu estado emocional mais baixo. Mais vulnerável. E eu estou sozinha. Passa um tormento dentro de mim. Um tormento já instalado, inerente. Posso olha-lo pelo antigo buraquinho. Eu digo ''olá problema'' e ele me olha e me ataca.
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Fantasia & Poesia
PoetryPoesias que escrevi e escrevo para fugir do mundo. Cartas a ninguém. E as fantasias, que me acalmam ou desvairam.