Fantasia & Poesia

a cria de que se referia

Sua face disforme. Palavras distorcidas. Vozes que falam, clamam por serem ouvidas. Gritos medonhos. Andar estranho. Personagem que nasce de dentro do oposto. Quem jurou outro, agora se entrega a outrem. Personalidade nova nascendo aos gritos, olhando-me tu sabes. Decifra-me alguém!
Ela quem? Será essa a tal cria?
Quente, ardente, queima e rasga. Tanto tempo para descobrir de que isso se referia. Para de me olhar, ok?
Eu não sou essa menina que tu pensas!
Para de me ignorar, vou te provar, vou te machucar, vou fazer você ver... o quê?
Oh meu Deus, estou falando de quem?
Blusa rosa? Listrada!? Já sei aquele da blusa azul... Não, não é ninguém. Para sair da prisão a menina inventou um disfarce, raspou o cabelo, andou de passos largos. Não quero magoala mas... é isso a menina que eu esperava, a menina que eu esperava, que queria que fosse menina, veio menino. Ele sabe, está preocupado. É feio... não é como eu pensei. Mas veio. Alto. Risos. Na minha frente. Sai da minha frente. Calma. Acalma. Não é você, você fica. Mas não te amo mais.

Ele. O que quer? Eu sei... não vai desistir. O que sabes de mim que não sei? Percebi. Você viu. Quem me magoou. Quis ajudar. Eu não vi. Já te amei. Mate-o pra mim. Traga-me, Anjo. Fica aqui...

Desculpa! Desculpa! Desculpa! Desculpa!