Esquiva
Perco-me
Acostumo a deitar-me sobre essa areia inexistente
Entupo-me de soníferos
Devaneio a noite toda
Estou flutuando no espaço
Eu mato, aqui eu tenho coragem
Perdi minha inocência em seus braços
Os mesmos que agora me prendem
Meu mundo fantástico
Recheado de coisas sem nome
E me suicido no espaço
Mato-me e torno-me viva novamente
No meu mundo desenhado
Coloro cada espaço
Eu me invento
E me faço de outra forma
Meus desenhos são inconsequentes
Malditos são teus ensinamentos
Que "selvageraram" meu consciente
Descubro meu corpo nu
Cheio de traços sem nexo
Estou presa em seu mundo cru
Enquanto o meu lá fora aprodece
Misteriosos são seus segredos
Que me roubam em secreto
Sustenta-me quando eu tenho medo
Mas ao mesmo tempo de ti vem o medo que me enlouquece
Me mata e faz-me viver
Somente para matar-me novamente
Contigo aprendi a crescer
Mas contigo me diminuo a cada instante
Estrago-me com seus dedos grandes
Que rasgam-me da cabeça aos pés
Suas mãos de bruxas malditas
Que me enforcam e me fazem viver
Me toma e me suicida
Maldita, são as suas mãos
Cheia de pele envelhecida
Meus cabelos caem a chão
Fantasia eloquente
Esquizofrenia esquiva
Solução de instante
Malditos pisca-piscas
Meigas estrelas sem luz
Sonho sem mistério,
Velha guarda
Que ao sono me induz

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Fantasia & Poesia
PuisiPoesias que escrevi e escrevo para fugir do mundo. Cartas a ninguém. E as fantasias, que me acalmam ou desvairam.