Fantasia & Poesia

Afogada

Onde estão as flores?
Não as vejo desde a primeira primavera...
As folhas caem, nascem os espinhos
Anceio pelas flores.
No dia seguinte abro a porta.
Vejo pétalas pelo caminho, mas as flores em seu vigor murcharam e caíram.
Resta-me colher as pétalas, e guarda-las como prova de que elas existem.
Onde estou? Não me encontro a umas 10 primaveras, desde quando desacreditei que eu era parte da minha própria fantasia. Minha identidade caiu, agora me sinto sozinha.
Onde estou? Alguém pode me ouvir aqui? Alguém leia e me responda por favor... eu não deixei nada pelo caminho. Eu não sei onde estou. Choro e deito aqui. Me odeio por ser quem não sei. Me amo quando mergulho nesse mar perdido. Eu preciso ouvir sua voz. Eu preciso do seu sorriso. Me mostrando qual é o caminho certo. Motivando-me com o seu exemplo. Meu amor... onde está em fim? Ainda ontem estavas presentes, mas se diluiu nesse céu anil.
Nunca cri, eu bem sei
Que estaria aqui comigo
Afinal tudo que sempre tive foi o abrigo de tua auréola protegendo-me do perigo
Lembro-me que sorria docemente
Fazendo ruguinhas nos cantinhos dos olhos
Me acalmava com o seu boa noite
Ou com o brilho de seus olhos
Azuis! Me lembro bem
De vê-lo chegar junto ao sol.
Meu amor sumiu no espaço
Deixou um vaco
Me deixou só