Chego ao quarto da Frederica e vê-la quase tão entubada como antes, continua a deixar-me abalado.
- Frederica, tens de acordar logo. Digo na esperança de que ela abra os olhos e me diga que vai ficar tudo bem- A nossa filha está à tua espera, ela está tão linda, hoje ficou com a minha mãe, estamos todos triste pelo que aconteceu eu juro que se a Júlia não estivesse presa quem a matava era eu. A culpa de tudo isto é minha, se eu não tivesse aceitado o plano da inspetora a esta hora tu estarias bem. Mas eu só o fiz para podermos recuperar a Grace, porque eu via o teu sofrimento e só queria que ele acabasse. Tu chateaste-te com a Abigail porque estavas a sofrer eu só não queria que as coisas continuassem assim. Ela continua em coma faz quase duas semanas, eu só queria que vocês fizessem as pazes e que não acontecesse o mesmo que aconteceu com a tua mãe e a D. Constança, duas irmãs separadas durante anos por uma fatalidade do destino. A Abigail não teve culpa do que aconteceu, e agora tal como tu estiveste ela também está entre a vida e a morte. O único erro que vocês cometeram foi zangarem-se. A nossa filhota precisa da madrinha, e é em ti e na madrinha que ela vai ver a referência de mulher. A Grace vai precisar de alguém a quem recorrer quando tiver algo para te dizer e não tiver coragem. A culpa de tudo isto é minha, eu devia ter ido sozinho, mas não, eu queria tanto a Grace de volta que não pensei nas consequências. Eu amo-te e tu tens de recuperar rápido para podermos ter a nossa felicidade de volta, tu mal estiveste com a Grace, precisas de acordar logo, ela está a crescer tão rápido e isso assusta-me, porque eu quero que ela seja bebê para sempre. Eu admito que fui um idiota e estúpido quando disseste que estavas grávida, nunca devia ter chamado "coisa" à nossa filha mas eu estava assustado demais para pensar, eu só pensei em mim e na minha carreira como FBI, eu devia também ter pensado em ti. Eu sei que já me perdoas-te, no entanto eu precisava de dizer tudo isto. Desculpa...
Sai do quarto da Frederica arrasado, parecia que tinha levado com uma parede de tijolos em cima, nunca me tinha sentido assim, mas sei que disse tudo o que queria dizer à muito tempo. Quando sai do hospital voltei para casa dos meus pais. Quando lá cheguei o Jacob estava lá, doeu tanto ver a cara de desesperado dele.
- Jacob, vamos para cima. Agarrei na Grace e levei-a também comigo, visto que esta a com saudade dela e a minha mãe tinha de voltar à empresa.
- Dói demais. Diz ele.
- Eu sei. Como é que te sentes?
- Mal, eu nem sei se ela vai sobreviver nem sequer sei se vai acordar. Enquanto a Frederica já saiu do coma,a Abigail continua, enquanto que com a Frederica podemos ter uma esperança grande, com a Abigail não nos resta nada a não ser esperar e rezar. Eu tenho receio de amanhã acordar e ela já não estar aqui, eu vivo cada dia com o medo de me dizerem que ela não resistiu. Eu devia ter chegado mais cedo naquele maldito dia, se o tivesse feito provavelmente a Grace não tinha sido raptada e a Frederica e a Abigail não estavam no hospital.
- Ninguém teve culpa, ou por outro lado a Júlia é a única e real culpada.
- Talvez... Deixa me ver a princesa do padrinho. Diz esticando os braços para agarrar a Grace.
- Eu vou buscar, algo para comermos.
- Nos vamos para a sala.
- Ok.
Eu desço na direção da cozinha enquanto o Jacob leva a Grace para a sala.
- Onde é que anda a tia e o tio?
- A minha mãe foi para a empresa e o meu pai para a fábrica.
- Sabes sempre achei o trabalho da minha mãe estranho.
- Então, porquê? É só uma empresa, milhões de pessoas possuem empresas.
- Eu sei, mas há algo cá dentro que me diz que a minha mãe não é apenas dona da empresa.
- Andas a ver filmes a mais Sr. FBI.
- Não é nada disso, eu só acho estranho. Todas as mães levam os filhos à empresa da família só a minha é que não.
- Já pensaste que pode ser só porque ela sabe que não queres trabalhar na empresa.
- Não, há ali mais qualquer coisa. E eu ainda vou saber o que é.
- Pronto, já começa com a paranóia.
- Não é paranóia. E se nos deixasse-mos de paleio e fossemos dar uma volta com a minha princesinha ♡.
- Bora, depois podemos passar no hospital gostava de ver a Abigail e a Frederica.
- Tudo bem, acho que a Grace merece ver a madrinha e a mãe. Sabes está a acontecer com elas o que aconteceu com a D. Katrina e a D. Constança.
- É, elas deviam ter aprendido com o erro das mães.
- Vamos embora vá, temos de aproveitar o dia que está.Oi seguidores, foi me pedido para divulgar o livro "A cidade da ruína" de @Hana455
VOCÊ ESTÁ LENDO
Era Só Uma Aposta
Teen FictionFrederica, uma adolescente de 17 anos, nerd, doce, linda e muito reservada apaixona-se pelo rapaz mais popular da escola, Carlos. Ele é exatamente o seu oposto, um rapaz vulgar e grosseiro. Digamos que é um conjunto do rapaz certo e errado. Um dia...