Acordo assustada, estou suada e tremendo mais uma vez. Aperto mais os olhos e afundo o rosto nas almofadas, não tinha conseguido dormir direto, rolava de um lado para o outro a madrugada inteira e de novo, parecia tão real.
Escuto ao fundo as vozes que vem da televisão que deixei ligada de madrugada, logo alguns passos e a porta sendo aberta.
Sem delongas minha mãe entra no quarto feliz da vida, achando que eu ainda estou dormindo, anda na ponta dos pés até a cortina e o Sol entra sem permissão.
— Vamos levantar, Lena! Temos um grande dia hoje — sinto sua mão cutucar minha perna e sua voz tentando me encorajar. Passo as mãos pelos olhos, tentando espantar qualquer resquício de preguiça do meu corpo, espreguiço os meus braços e por fim, levanto da cama indo em direção ao banheiro.
Assim que termino de usar o banheiro volto para o quarto, pego meu celular que está cheio de notificações de mensagem e boa parte dela é de Rodrigo que parece desesperado.
*
Rodrigo:
CADÊ VOCÊ??????
VOCÊ MORREU?
ME DESCULPA TER BEBIDO
ME RESPONDE POR FAVORRRRRRRRR
Me desculpa ter bebido ontem :/ espero que esteja bem.Helena:
Ok.*
Uma resposta simples, ainda estou chateada com Rodrigo, mas sem ânimo para escrever um bom texto dizendo o quanto ele é irresponsável. Abro a seguinte mensagem que é de Lucas.
*
Lucas Cavalcanti:
Por que foi embora?Helena:
Porque não estava com saco de aguentar gente bêbada.Lucas Cavalcanti online
Lucas Cavalcanti:
Você pensou que poderia ser perigoso aquela hora da noite?Helena:
Eu sei, não sou nenhuma burra. Além disso, quem iria me "defender"? Um bando de bêbado?Lucas Cavalcanti:
Faz o que você quiser, mas saiba que não é desse jeito que as coisas funcionamHelena:
Ok.*
— Está pronta para passarmos o dia em família? — minha mãe diz alegre assim que coloco os pés na sala. Sorrio forçado e meu pai parece fazer o mesmo — O que vocês têm?
— Ressaca.
— Você roncou a noite inteira — meu pai fala com uma careta e acabo rindo. Me junto a eles na mesa do café da manhã e começo a me servir.
—Meu Deus! Eu não ronco assim —minha mãe responde ofendida, reviro os olhos assim como meu pai e comemos em silêncio — Podem parar vocês dois!
— Mãe, relaxa.
— Terminem logo porque não quero pegar trânsito para ir naquele lugar — ela faz uma voz de cansaço e dou de ombros.
— Aquilo se chama "Centro De São Paulo".
— É, eu sei.— ela me responde com um meio sorriso. Terminamos de tomar café, fui me arrumar rápido e saímos em direção ao Centro.
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Dedilhando O Amor
Novela JuvenilHelena é uma adoradora de música, se lembra até da primeira vez que escutou Legião Urbana aos 7 anos em uma tarde de domingo. Ela só não imaginava que uma das músicas deles seria a trilha sonora de sua adolescência. Quando percebe que seu ensino...