Tá Difícil!

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Ele vira em uma rua escura e começa a subir um morro, penso no que ele quer me mostrar num lugar como aquele e fico um pouco mais nervosa, ele parece ter acalmado um pouco por que sua respiração já está mais suave e ele parece destraido batendo os dedos no volante no ritmo da música. Não quero mais ficar encarando ele, então pego meu telefone e mando uma mensagem para Kelly.

" Um conselho? " 

Esse era um lance nosso, toda vez que precisamos de um conselho, uma palavra amiga, um abraço ou qualquer coisa, nós mandamos por mensagem e nunca deixamos de responder por que é um jeito de mostrar que é o que mais precisamos no momento. E prometemos sempre nos ajudar. Não quero atrapalhar a Bruna agora por que ela deve estar no jantar com o Babyprof e a Fê não está sabendo de nada ainda então recorro somente a Kell e tenho certeza que ela irá me ajudar. Sempre ajuda!

Em menos de dois minutos ela me envia uma resposta.

" Se for sobre os olhos azuis, VIVA dona Julia, sem ter medo de se arrepender.  Amiga, sei que isso pode dar completamente errado, mas encontrar alguem que mexa tanto com a gente como vocês fazem um com o outro é uma coisa rara.  Sei que não conheço ele, mas eu te conheço e eu vi o jeito que vocês estavam quando ele te arrastou pelo Shopping de mãos dadas, vi o seu sorriso que ele não podia ver e vi a cara de felicidade dele que voce não viu. Viva minha amiga! "

Leio duas vezes a mensagem,  eu não a vi na hora que ele me arrastou pela saída, na verdade acho que não reparei em nada só nas nossas mãos e na sensação que aquilo me causava.
Não consigo digitar uma resposta por que Pedro para o carro atrás de um quiosque iluminado, ele puxa o freio de mão, desliga o carro e me olha.
- Pronta?
- É aqui que você vai me matar e jogar meu corpo morro abaixo?
- Julia, isso não é um filme do Pânico. Estou te levando para comer e dançar.
- Dançar? -  digo olhando para o quisque que não parece ser um lugar bom para dançar.
- Sim, já que você me deixou ir te ver dançar amanhã, eu hoje vou deixar você ME ver dançar. -  ele diz o me um pouco mais alto para que eu entenda o que vai acontecer. Mas continuo olhando para a parte de trás do quiosque e imaginando se ele vai dançar no mato enquanto como meu cachorro quente não consigo segurar o riso.
- Tá rindo de mim é bonitinha, espera só para ver.
Saimos do carro e ele me puxa em direção ao quiosque, quando estamos chegando perto começo a escutar uma música do Luiz Gonzaga, e lembro da minha mãe e eu dançando em casa e bate uma saudadezinha no coração.
- Eu costumava dançar essa musica com a minha mãe em casa. -  Pedro que caminha devagar para e me olha.
- Sente saudade dela? - ele me pergunta e tira um cabelo do meu rosto,  eu faço que sim com a cabeça e ele me puxa para um abraço. - Ei nada de tristeza hoje, vem vamos dançar e homenagear a sua mãe.
- Você vai! -  eu digo rindo pelo que acabou de acontecer. -  você disse que me trouxe para comer e TE ver dançar. -  ele para e me olha arqueando uma sobrancelha.
- Você tem sempre uma resposta na ponta da língua? -  ele diz enquanto aperta uma das minhas bochechas.
- Fazer o que sou assim! -  volto a andar e saiu puxando ele,  incomodada em quantas vezes ele me tocou em um curto caminho. Não que eu vá reclamar, só não quero deixar isso ir longe demais.  Foco Julia, você ta aqui com um amigo para comer cachorro quente e ver ele pagar mico. Não precisa se arrepiar toda vez que ele te toca.
Ele me puxa com força pelo braço e eu acabo caindo em seu peito. Sério a segunda vez que fazem isso comigo só hoje, ninguém merece. Mas diferente da primeira vez, seu calor faz com que meu coração pare e eu me arrepiei da cabeça aos pés. Ele me encara por uns segundos.
- Você sabe que ta andando no mato a noite né,  olha o chão mal criada. -  ele diz rindo e me mostrando que ia pisar em um montinho de caquinha de algum bicho que não preciso e nem quero saber. -  Ia ser quase impossível de aguentar o cheiro depois. O seu perfume já é bem difícil. -  eu o encaro, ai essa doeu!
- Eu tô fedendo?
- Não Julia, mas te prometi que não a agarraria e esse seu perfume tá deixando tudo muito difícil agora.
- Ah! -  resmunguei sem palavras, dou graças a Deus por estar escuro e ele não ver como me deixou vermelha.
Não falamos mais nada, e voltamos a andar. Quando chegamos no quiosque ele cumprimenta um senhor que está mexendo em algo em uma caixa.
- Gilberto essa é Julia, uma amiga do curso que te falei.
- Prazer moça, veio dançar ou comer?
- Hoje vim só ver ele pagar um miquinho.
- Vai ser difícil, esse besta ai até que dança bem. -  ele diz batendo no ombro do Pedro que está com um sorriso convencido nos lábios... Aii que lábios... Ho Jesuuus isso ta cada vez mais difícil!
- Então divirta-se,  hoje temos o especial caldo de camarão com aimpim da minha esposa. E sinceramente é um espetáculo, a danada sabe cozinha. - ele diz passando a mão pela barriga todo orgulhoso. Não me contenho e dou um sorriso
- Amo camarão e tenho certeza que deve estar divino.
- Já vou adiantar o pedido de vocês então, leva logo ela lá para frente Pedrão. -  ele diz nos empurrando para a parte da frente e UAU! Quando olho para a parte da frente do quiosque fico sem ar com o que vejo.  É  um lugar todo decorado, há umas seis mesas de madeira espalhadas formando um U e no centro há uma pista feita de palet, e as luzes são presas formando um céu de lâmpadas, nunca que eu ia imaginar que era assim. Tem um monte de flores enfeitando o lugar, as mesas tem toalhas floridas e um potinho de vidro com uma vela dentro,  o que dá um charme a mais em tudo. Que lugar perfeito.

Recadinho importante!!
Eu procurei uma foto que mostrasse fielmente o  lugar que eu imaginei,  mas como não achei, coloquei essa foto e no próximo capítulo vou colocar outra diferente. Ai vocês misturem as duas. 
E deixem nos comentários o que estão achando da história, será que o Pedro e a Julia vão resistir a essa noite?  Quero saber tudo o que estão imaginando.
Beijoooos

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