Um herói do passado. (24)

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O natal e o ano novo, foram passados em família, Breno se sentia completo, nem conseguia mais pensar nas coisas ruins do passado, com as alegrias que tinha ao lado das pessoas amava.

  Isaac saiu da empresa e com o dinheiro que tinha guardado, comprou a local onde funcionava uma sorveteria, mas o dono vendeu barato para sair do país, Breno continuou com seu trabalho, por via das dúvidas, mesmo assim ajudou Isaac com sua "idéia genial" tanto financeira, como escolhendo as coisas, Ágata também não ficou de fora, dando seu toque feminino na decoração.

   Um dia antes da inauguração Breno foi almoçar com Isaac, no restaurante onde eles sempre comiam.

- Amanhã é o grande dia... -dizia Isaac animado como sempre. - Aliás, o senhor já está me enrolando, disse que eram só três meses, já fazem quatro e até agora nada. -ele tentou fazer cara de bravo.

- Eu disse de três a cinco meses e já passo a maior parte do tempo no seu apartamento, na hora certa, estaremos todos juntos, agora se concentra em cuidar do restauram e da Ágata, que do resto eu cuido. -Breno falou em um tom misterioso que deixou Isaac curioso.

- Você está com cara de quem vai aprontar, conta logo, sabe que não gosto de ficar curioso!

- Nem você pelado em uma banheira de leite condensado e com uma cereja em cima me faria contar!

- Que idéia interessante, vou providenciar o leite condensado. -Isaac se levantou, Breno riu e o segurou.

- Estou brincado, mas fica tranquilo, é surpresa boa, agora eu tenho que voltar ao trabalho.

- E eu tenho que ir ao banco, bom trabalho amor. -eles se levantaram.

- Cuidado, o que mais tem ultimamente é assalto a banco.

- Relaxa, sou muito cuidadoso!

  Após darem uma beijo de despedida, Breno entrou no prédio da empresa e Isaac foi de carro para um banco que não ficava muito longe do local, não havia muitas pessoas, quando ele colocou os pés dentro do local, homens armados o empurraram para dentro e anunciaram um assalto.

  Depois do trabalho Breno recebeu uma ligação de Ágata, ela disse estar preocupada pois Isaac não tinha voltado para casa, Breno também se preocupou e foi para o apartamento, tentou várias vezes ligar para o celular de Isaac, mas não conseguiu, no apartamento ele e Ágata começaram a entrar em desespero.

- O que será que aconteceu com meu irmão?! -perguntava ela tentando ligar de novo. - Se tiver acontecido algo vou viver a vida toda me culpando, pois chamei ele de cara de cavalo lá na escola.

- Temos que manter a calma... vou atrás dele!

- Eu vou também!

  Breno e Ágata saíram pela rua, andaram pela cidade vizinhança indo em direção ao banco que Isaac disse que iria, no meio do caminho o celular de Breno tocou, era um número desconhecido.

- Alô. -Breno atendeu tão preocupado que sua mão tremia.
- Breno, sou eu o Isaac, fica calmo, eu estou bem, só sofri um assalto e levei um tiro de raspão.

- Aí meu Deus, onde você está?! Nós estávamos quase morrendo de preocupação!

- Estou na delegacia, vou prestar depoimento, não se preocupe.

- Nós vamos aí agora mesmo!

  Breno e Ágata foram de táxi a delegacia, ao chegarem no local a menina começou a perguntar para todos os polícias que passavam:"cadê o cara de cavalo do meu irmão, vou bater nele por ter nos dado esse susto!"

  De longe eles viram Isaac sentado em um banco conversando com um policial.

- Isaac!!! -gritaram Ágata e Breno indo o abraçar.

- Calma gente meu braço está doendo! -Isaac mostrou o curativo perto do ombro.

- O que aconteceu?

- Boa noite, eu sou o policial Fred. -disse o homem de farda dando um aperto de mãos em Breno que o encarou. - Foi um assalto com cerca de dez assaltantes, Isaac fez uma loucura muito corajosa de defender uma mulher grávida, a qual os assaltantes estavam sendo violentos com ela, por isso um deles deu um tiro de raspão nele, por sorte não fizeram coisa pior.

- Oh meu Deus, é você! -afirmou Breno colocando a mão na boca e começando a chorar.

- Desculpe, eu quem? -perguntou o policial não entendo.

- A alguns anos atrás, o senhor salvou uma criança que estava prestes a ser morta por um louco, era um menino, você o pegou nos braços, disse que tudo ficaria bem e o entregou nos braços de sua mãe. -nos olhos do policial algumas lágrimas começaram a se formar, mesmo ele tentando as controlar. - Esse menino era eu!

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