Um monstro revelado. (3)

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  Após um final de semana divertido com seu pai, Breno voltou para a casa de sua mãe, ela não perguntou sobre Samuel, apenas o recebeu normalmente. Na segunda, Breno estava voltando para casa, não fazia tanto calor, ele chegou em sua rua e olhou para a casa da senhora ao lado, tinham muitos cachorros lá, como estava distraído nem percebeu a aproximação de José.

- Boa tarde garotinho! -disse o homem dando um susto em Breno.

- É o senhor... boa tarde, com licença. -Breno ia entrar, mas o homem o interrompeu.

- Espere, será que não pode me ajudar em algo? -o menino parou e esperou ele dizer mais. - Tem muitos doces sobrando em minha loja, se não forem consumidos logo, vão estragar, não gostaria de vir pegar alguns.

- Não pode ser quando minha mãe chegar, tenho que cumprir com a minha rotina.

- É apenas dois minutos, não vai querer perturbar ela quando ela chegar cansada.

- ... Ok, obrigado senhor José.

- Que nada, eu quem devo agradecer.

  Inocentemente, Breno seguiu o senhor para dentro da loja, ele se animou ao ver todas aquelas guloseimas, José sorriu exageradamente, enquanto observava o garoto.

- Então quais que posso levar?

- Aqueles ali.

  O senhor apontou para alguns doces bem no fundo da loja, Breno foi andando até lá e quando chegou no final, José o empurrou para um pequeno quarto do lado, o fazendo cair no chão.

- O que é isso? -perguntou o Breno se assustando.

- Não se preocupe, vai ficar tudo bem.

   O garoto começou a sentir medo, queria correr dali o mais rápido possível, mas quando ia se levantar, José o golpeou nas costas e o segurou, ele era muito mais forte que Breno, mesmo parecendo tão ratifico.

- Por favor me deixa ir! -pediu Breno sentindo o bafo e o medo colarem em seu rosto. - O que vai fazer?!

- Não, nós temos muito o que fazer!

   José amarrou os braços dele o fazendo ficar completamente vulnerável, Breno tentava se soltar em vão, quando percebeu do que estava sendo vítima, só conseguiu fechar os olhos e chorar, enquanto sentia dor e nojo, queria estar em qualquer lugar menos ali, seus gritos não podiam ser ouvidos pelos vizinhos, ou pessoas que passavam por ali, ele mal podia acreditar que aquilo era real, antes fosse uma ilusão.

  Sem parecer sentir pena, José abusou do garoto por alguns minutos, não se importava com a vida que estava destruindo, após quase partir o garoto em dois com movimentos violentos, ele o largou e se vestiu.

- Se contar alguma coisa para alguém, eu mato a sua mãe e depois mato você, entendeu? -ao ouvir aquilo, Breno se sentiu ainda pior, mal conseguia pensar direito, então apenas concordou com a cabeça, enquanto encarava o chão e soluçava de tanto chorar. - Agora vá para sua casa e finja que nada aconteceu!

  Sem saber o que fazer, Breno se arrastou para casa, desolado, enojado e destruído, assim que entrou, foi para o banheiro e vomitou enquanto chorava muito, depois se enfiou em baixo do chuveiro e lá passou boa parte da tarde, a água não podia levar a dor que ele estava sentindo, Breno queria que aquilo sumisse, que a dor passasse, mas não passou.

  Antônia chegou em casa depois do trabalho, tirou os sapatos e chamou por Breno, ele respondeu mas não apareceu, ela ligou o fogo para esquentar a janta e foi para o quarto ver o garoto.

- Oi querido, tudo bem? -perguntou a mulher vendo o garoto de costas, olhando a TV desligada.

- Sim... -respondeu com a voz meio falha. - E você?

- Estou bem... está gripado?

- Ahn?

- É que sua voz está estranhas, tem algum problema?

- ... Não, estou bem. -Breno estava tão amedrontado e desesperado, mas tinha medo que aquele homem tentasse fazer algum mal a sua querida mãe.

- Filho, sabe que pode me contar tudo... está com problemas na escola?

- Já disse que estou bem... Pode ficar tranquila.

- Ok... vou por o jantar. -a mulher voltou para a cozinha estranhando a reação do filho, nem poderia imaginar o que tinha acontecido, enquanto colocava a comida no prato. - Vem comer.  -Breno sentou na mesa de cabeça baixa. - Você está me assustando, só ficou de cabeça baixa quando nosso cachorro morreu atropelado, pode dizer.

- Mãe... não se preocupe comigo, a senhora é uma ótima mãe, eu te amo. -ele levantou a cabeça um pouco mas logo voltou a abaixar.
- Também te amo querido...

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