Prólogo

187 10 0
                                    

O telefone tocou me fazendo resmungar enquanto Peter nem se movia ao meu lado.
Eram exatamente 14:00 pm de uma segunda ensolarada,  o que de acordo com os mandamentos da minha conselheira Sarah era uma puta falta de educação ligar, já que as pessoas dormiam tentando superar a ressaca da noite anterior.
- Hailey! Mamãe gritou me fazendo afastar o celular do ouvido.
Revirei os olhos quando Peter me pediu para falar baixo.
- Bom dia mãe.
Ela deu uma gargalhada que eu conhecia bem por ser uma das mais sarcásticas.
- Boa TARDE querida, estou ligando para confirmar sua presença e do seu namorado na festa da Bailey e do Richard.
Namorado, essa era a palavra que eu com toda certeza não poderia dizer ser a definição para Peter que estava incrivelmente resmungão e nu deitado em minha cama.
- E então querida? Mamãe voltou a gritar me tirando dos pensamentos.
- Eu não sei se vou...
- Hailey eu não quero nem saber suas desculpas para mais esse evento que você não aparece.
Qual era o problema de desistir das festinhas de família e curtir uma balada com muito homem sarado e bebidas?
- Querida sua irmã vai se casar em 1 semana e você já se negou em ser a madrinha que diabos custa pelo menos aparecer para a cerimônia? Bailey está bastante fragilizada com todos os compromissos que você vem furando.
Bailey se importa comigo desde quando?
- Ok mãe, eu vou!
Um suspiro escapou e mamãe riu entusiasmada.
- Ótimo estou entusiasmada para conhecer o Cristopher!
- Quem é Cristopher? Perguntei sem entender.
- Seu namorado, não era esse o nome?
Engasguei lembrando de mais uma das mentiras que eu falava a mamãe.
- Isso, Cris é o nome dele.
Mamãe desligou enfim e Peter me olhou levantando.
- Cristopher? Ele perguntou vestindo a calça.
- Meu namorado imaginário. Falei batendo em seu ombro.
Seus lábios se abriram em um sorriso debochado.
- E aonde você vai arrumar um namorado em 6 dias? Peter perguntou enquanto me seguia até a cozinha.
Fiz uma careta e seus olhos pararam no meu corpo coberto apenas pela lingerie de renda.
- Você pode achar que é uma loucura. Mais eu acho que posso te ajudar.
- O que você vai fazer? Ir comigo na festa? Pensei que sua namorada fosse ciumenta.
Ele passou a mão pelo cabelo desarrumado me entregando uma xícara.
- Olha não vamos falar da Katy agora, e não eu não posso me apresentar como seu namorado, mas posso arrumar um para você.
Me sentei fazendo sinal para que ele continuasse.
- Tem um amigo que tem uma empresa, eles alugam homens por dias, semanas e até anos dependendo de quanto você paga.
Concordei ainda sem saber o que eu tinha a ver.
- Você pode olhar o catálogo e escolher um desses só por esse final de semana.
- Eu vou comprar um namorado? Perguntei rindo.
- Você não tem tempo para inventar outra desculpa tem?
Neguei avaliando a loucura que ele me oferecia.
- Bom acho que estamos atrasados. Falei tirando suas mãos rápidas das minhas pernas.
- Eu sou seu chefe, então estou te liberando para chegar alguns minutos atrasada.
Empurrei Peter que riu beijando meu pescoço.
- Vamos fazer assim você me deixa nessa tal agência preciso arrumar um namorado para ontem!
Peter concordou enquanto eu fui me arrumar.
Eu sabia que era errado sair com meu chefe, que ainda por cima era comprometido com uma garota que me odiava e com razão.
- Vamos baby, preciso arrumar uns papéis para minha viagem.
Concordei e Peter voltou a me beijar enquanto desciamos pelo elevador.
Durante o caminho Katy não parava de ligar e gritar pelo que entendi, e até falar que a vagabunda queridinha de Peter não havia chegado ela falou.
- Vagabunda? Perguntei rindo.
Peter revirou os olhos envergonhado e estacionou o carro em frente um prédio.
- Suba as escadas e vire a direita.
- Obrigada!
Peter acenou e entrei no tal prédio.
Subi quase todas as escadas e já estava quase ligando para Peter para xingar sua brincadeira de mau gosto quando encontrei uma sala com uma placa que me fez suspirar.
- Procura-se namorado(a), noivo(a), ou quem sabe um marido ou esposa, aqui você encontra tudo isso por um valor incrível.

Comecei a rir pensando em como tudo aquilo era humilhante quando um homem me olhou pelo vidro e fez sinal para me aproximar.
- Posso ajudar? Ele perguntou sorrindo.
O lugar não era de todo mal, tinha até uma recepção.
- Preciso de um namorado se possível para amanhã!
O homem concordou e digitou algo no computador.
- Está realmente difícil arrumar alguém. Ele disse passando os dedos sujos pelo cabelo.
- Isso é sério? Quem em sã consciência aluga um namorado?
O homem pareceu ter se ofendido já que me olhou feio.
- Você é um dos exemplos e não se engane mocinha isso aqui não é um daqueles albergues nojentos.
Me desculpei enquanto ele voltou a digitar.
- Christopher Berlim, 27 anos, e está a disposição por um valor razoável 200 dólares por dia.
- 200 dólares? Perguntei irritada.
- E um valor alto, mais como é por urgência.
Tirei o maldito cheque da bolsa e o homem riu mais mostrando os dentes amarelos.
- Preciso por umas duas semana, começando por amanhã.
Joguei o cheque e o homem assentiu.
- Como quiser senhorita, vamos marcar um encontro de vocês dois amanhã logo cedo, assim se conhecem.
Dei de ombros irritada, por ter jogado praticamente todo o meu salário no lixo por alguém que nem merecia como Bailey.
Desci novamente as malditas escadas quase caindo e fui andando até os prédios Walters.
- Atrasada! Katy falou jogando o cabelo perfeitamente arrumado para trás.
- Eu avisei Peter que me atrasaria.
Ela me olhou por um tempo e me observou sentar na cadeira.
- Claro, Peter adora bajular as empregadinhas.
Meu sangue fervia quando Katy começava as provocações.
Felizmente a porta se abriu e Sarah entrou acompanhada de Peter que pela minha cara se aproximou rapidamente.
- Minha mãe está na sala de reuniões , Katy.
Sarah se sentou ao meu lado e abriu seu sorriso debochado que todos conheciam bem.
- Hailey preciso que você busque os papéis da minha viagem na minha sala.
Me levantei, mostrando meu melhor sorriso e passei por Katy que me fuzilou com o olhar.
- Claro, você vem? Katy gritou me fazendo rir.
Entrei na sala que até então estava uma bagunça com papéis por toda mesa quando a porta se abriu.
- Como foi? Peter perguntou me puxando até ele.
- Tenho namorado agora! Falei o fazendo rir.
Me afastei de seu beijo e Peter resmungou.
- Tem certeza que não pode ser minha secretária nessa viagem? Eu, você,  em uma ilha seria meu sonho.
Neguei recebendo uma careta e logo a porta voltou a abrir e Katy entrou acompanhada da sogra.
- É só isso? Perguntei me afastando de Peter que se manteve imóvel como se não se importasse.
- Sim, muito obrigada Hailey.
Assenti saindo pela porta ignorando os olhares.
Sarah engasgou com o refrigerante que bebia quando contei toda a história do namorado de aluguel.
- Só me fala uma coisa, como você vai criar toda uma intimidade com alguém que nem conhece?
- Não preciso de intimidade com ninguém amiga, preciso de um cara que me acompanhe até a festa e depois siga para sua vida e nunca mais me veja.

Procura-se um namorado... Que Não Esteja Apaixonado!Onde histórias criam vida. Descubra agora