Capítulo 14

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27/06/11

-Vamos, Chee. – Disse pela milésima vez. – Eu preciso ir logo ou eu perco o voo.

-Isso não seria uma má ideia. – Dinah disse saindo do banheiro com os olhos vermelhos.

-Você estava chorando, Dinah Jane? – Disse a lançando um olhar travesso. – Você não era a única pessoa que não se importaria com minha partida?

-E quem te disse que eu me importo? – Ela fingiu indiferença. – Pode colocando esse verbo no tempo certo, o correto é "você é a única pessoa" e não "era". Ainda quer ser escritora...

-E esses olhos vermelhos? É de usar drogas?

-Talvez. – Ela disse e eu ri.

-Eu vou sentir tanta falta desse seu humor. – Disse sincera e pude vê-la chorando. – Não chora, CheeChee.

-Eu não quero que você vá, Chancho. – Ela disse chorando e eu a abracei. – Quem vai me encher o saco por eu deixar garrafa vazia na geladeira?

-Acho que a Normani é capaz de tomar o meu lugar. – Sorri fraco para ela.

-Acho que não, a voz dela não é tão chata quanto a sua. Vou sentir falta da sua voz cantando irritantemente no chuveiro.

-Eu prometo fazer chamadas por Skype para você sempre que for tomar banho, assim você irá me ouvir alcançar as notas mais incríveis. Pode ser?

-Não será a mesma coisa. – Ela disse embargado por conta do choro.

-Mas já é um começo, certo?

-Que seja. – Ela se afastou de mim e limpou os olhos retomando a sua postura normal. – O momento melancólico já passou, lembrei que não terei mais ninguém para roubar meus muffins e isso foi o suficiente para me deixar feliz novamente.

-Fico feliz em saber disso. – Disse sorrindo. – Agora vamos, Mani tem que passar na FIU antes de irmos para o aeroporto.

-Você quer conversar sobre o que aconteceu ontem a noite antes de irmos? Eu acho que será melhor para você.

-O melhor para mim será esquecer tudo que se diz respeito a Lauren Jauregui. – Disse e Dinah negou com a cabeça. – O que? É verdade, o melhor que eu posso fazer por mim é fingir que nesses seis meses eu não a conheci.

-Você sabe muito bem que isso não é o melhor, Chancho. Já ouviu a música nova da Florence and The Machine? – Ela me perguntou e eu neguei. – Pois escute, tem uma parte que se encaixa perfeitamente agora.

-E qual seria?

-"É difícil dançar com um demônio nas costas. Então, liberte-se dele." – Ela disse e sorri fraco para mim. – Você não deve fingir que não a conheceu, mas sim tirar disso um aprendizado e tentar acertar as coisas antes que seja tarde demais. Isso sim seria se libertar de seu demônio, que no caso não é Lauren, mas sim o seu arrependimento por não ter feito nada.

-E quem te disse que eu possuo algum arrependimento?

-Você pode não ter ainda, mas um dia irá olhar para trás e se arrependerá de não ter lutado por ela. Você irá se arrepender de ser uma covarde e será tarde demais.

-Vamos! – Ouvimos Normani gritar da porta.

-Vou deixar do jeito que estar. Ontem eu decidi te ouvir e olha no que deu.

-Depois não diga que não lhe avisei. – Dinah beijou minha testa e se retirou para ajudar Mani com as malas.

Eu as vezes a odeio por que conhecer tão bem. É óbvio que eu me arrependo por ter deixado as coisas com Lauren assim, mas não me arrependo de ter falado o que falei. Como eu disse, eu sei que isso foi o melhor para ela, mas meu lado egoísta me faz remoer cada segundo o momento em que a perdi de vez. Uma hora eu sei que isso vai parar, neste meio tempo eu me limito a ouvir músicas que me lembram seu doce rosto e reviver os momentos que tivemos juntas em minha mente. Superar será difícil, mas acho que não será impossível. Isso somente o tempo me dirá.

The Last Butterfly (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora