Capítulo 4

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Duas semanas depois, encontrou a palavra para definir seu novo trabalho: "esgotante". Ela respirava Grey House, de manhã à noite. Aprendeu que o chefe não tolerava falhas, nem aceitava desculpas. Foi obrigada a descobrir por conta própria os detalhes do serviço. No início, guiou-se só pelo instinto.

Além das longas horas que passava no escritório, levava para casa pastas com relatórios de acionistas. Muitas de suas horas de folga eram passadas examinando projetos de expansão, organograma e currículos dos executivos. Precisava conhecer a fundo a empresa onde trabalhava.

Suas tarefas eram muitas, desde fazer o café, na pequena cozinha colada ao escritório, até servir de motorista para o chefe. Fora isso, ainda tinha que assistir a palestras e conferências. Quando o assunto era confidencial, ela mesma digitava o conteúdo das reuniões.

Outra das suas funções era selecionar todos os assuntos de interesse da diretoria e enviar ao chefe apenas o que lhe interessava. Relatórios financeiros, orçamentos e estimativas tinham que vir sempre acompanhados de sua opinião, antes de serem entregues ao chefe. Quando, por inexperiência, cometia algum erro, era repreendida, geralmente com impaciência.

A única pessoa que o chamava pelo primeiro nome era Travis Dumas, um homem calmo e simples, de cabelos loiros e olhos castanhos e aproximadamente da mesma idade que o Sr. Grey. Se Travis tinha algum título na companhia, ela ainda não sabia. Parecia ser velho amigo de Christian e funcionava como conselheiro, consultor, e seu braço direito, em todos os assuntos.

Ela estava sentada a sua mesa, que ficava na mesma sala que o chefe, selecionando alguns e-mails para passar para o chefe, quando a porta do escritório se abriu. A única pessoa que entrava ali sem bater e sem ser anunciada era Travis, até a Sra Stevens, Secretária Chefe, batia na porta antes de entrar, mas naquele momento quem estava entrando era uma moça loira, pequena e de aparência frágil.

Anastásia ficou tão espantada que só conseguiu olhar para seu chefe, sentado atrás da mesa.

A primeira reação dele foi de espanto, mas depois sua expressão se anuviou:

- O que está fazendo aqui, Elena?- ele pergunta se levantando, mas sua voz ainda era fria.

A loirinha pareceu não se perturbar com a frieza da recepção e se aproximou. Havia uma estranha delicadeza em seus traços e, apesar de toda a sofisticação da roupa e do penteado, parecia uma pessoa muito sensível.

- Eu vim para a cidade com Gail e Taylor, pensei em dar a você a oportunidade de almoçar com sua mulher -anunciou numa voz melodiosa.

Mulher? Aquela delicada criatura era mulher dele? Anastásia sentiu uma pena instintiva da moça que via pela primeira vez. Olhando para os dois foi fácil verificar que Christian Grey dominava a mulher com sua altura, seu corpo musculoso e sua personalidade forte.

- Devia ter telefonado, avisando que vinha, mas tudo bem.- ele olha para Anastásia.- vou sair, volto em uma hora ou mais.

Ela apenas balança a cabeça em sinal que entendeu.

- Que bom, não é sempre que tenho a oportunidade de te tirar do trabalho.- Nesse instante,olha para Anastásia. Havia uma estranha ternura em seu sorriso. Anastásia ficou admirada com a palidez que viu naquele rosto; parecia que a mulher havia estado enclausurada durante anos.- É sua nova assistente, Christian? Você não me disse que era tão bonita.

Anastásia não notou nem maldade nem ciúme naquela voz suave. Por um instante, ele olhou para ela.

- Não havia reparado.

A frase deixou Anastásia arrasada. Ela sabia que seu chefe não perdia tempo olhando para ela. Mas também não precisava ser tão sincero.

- Sou Elena Grey.- a moça estendeu a mão para Anastásia que apertou, se espantando com a fragilidade daquela mão.

50 Tons - Dança ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora