Capítulo 11

7.4K 491 71
                                    

- Adoro dançar e você? - indagava Bill Foster, com o rosto mais vermelho do que o habitual por causa da música.

- Eu também - respondeu Anastásia, fazendo força para não arquejar, depois dos passos tão rápidos da dança. Estava cansada e suada. Uma mecha de cabelos havia escapado do coque no alto da cabeça e estava colada a seu pescoço. Ela precisava de alguns minutos para recuperar o fôlego e se refrescar e pediu: - Será que me dão licença?

- Claro - disse o financista, rindo.

Ela foi se afastando da mesa onde Travis e Christian aguardavam. Não se importava com a discussão de negócios que poderia acontecer em sua ausência, pois estava cansada demais para prestar atenção.

A reunião daquela noite era muito importante. Bill Foster finalmente iria decidir se financiaria ou não o mais novo projeto da Grey House. Estavam em Nova York, onde Bill Foster morava e era acionista de uma grande empresa. Christian preferiu ir até ele, de que ficar correndo o risco de essa reunião ser protelada.

No banheiro do restaurante, do Hotel que estavam hospedados, ela examinou seu rosto no espelho. Suas costelas doíam por causa do aperto forte de seu companheiro de dança. Estendeu a mão, pegou uma folha de papel absorvente e enxugou o rosto e o pescoço.

Os cabelos estavam em desordem. Respirando fundo, ela acabou de soltar o coque, deixando que os cabelos lhe caíssem sobre os ombros. Pegou o pente e ajeitou os cabelos o melhor que pôde.

Esses poucos minutos de inatividade permitiram que sua respiração voltasse ao normal. Passou mais um pouco de batom e deu uma olhada no espelho, lembrando-se do dia do primeiro Jantar com Bill Foster, há alguns meses, quando a esposa e a filha dele também tinham ido.

Depois de tantos meses de conversas e jantares a coisa seria decidida. Ela estava nervosa. Não que o projeto não pudesse existir sem o financiamento dele, mas teriam que perder mais tempo jantando e bebendo vinho com algum outro financista.

Christian também estava tenso. Não que ele demonstrasse isso, mas ela aprendeu a ler todas as suas expressões.

Em situações decisivas como aquela, ele sorria mais com um lado da boca, numa atitude de aparente indiferença. Quem o visse diria que não estava ligando a mínima para o que viesse a acontecer. E talvez isso fosse até verdade. Anastásia já havia descoberto que ele gostava do jogo financeiro, mas que só havia se atirado de corpo e alma nisso na tentativa de fugir dos problemas. Da tristeza de saber que tinha um casamento vazio, uma vida vazia.

Não sentia pena porque ele não era um homem que inspirasse esse tipo de sentimentos, mas ficava triste ao pensar na vida dele. Tanto ele quanto Elena não podiam ser responsabilizados pelo que havia acontecido com a filha. Pelo pouco que sabia, Elena jamais tinha sido uma pessoa emocionalmente forte. E a perda da filha única fora um golpe forte demais para ela. Nem mesmo a força e a coragem de Christian a ajudaram a superar a crise. Não era culpa de ninguém que a vida deles tivesse tomado aquele rumo. Mas ambos, no fundo, sentiam-se culpados. E para livrar-se da culpa, cada um procurou um meio de afogar as próprias mágoas. Ela, no álcool, e ele, no trabalho.

Ela tinha vergonha, mas fez uma pesquisa discreta na agenda pessoal de endereços dele, não continha nenhum nome que não fosse ligado à família ou aos negócios. Ela até havia dado uma olhada no extrato da conta bancária pessoal dele, mas todas as fontes pesquisadas apenas confirmavam que não havia nenhuma outra mulher, permanente ou temporária.

Ela tinha prometido a si mesma não pensar mais na vida particular de seu chefe especialmente na vida amorosa. Ele era seu chefe, era casado, e pronto.

50 Tons - Dança ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora