Olho para ela e mal posso acreditar que ela está aqui, na minha cama, na minha vida novamente. Seu rosto repousa sobre o meu peito, olho para sua mão que está espalmada também sobre ele, olho para o anel que finalmente está no lugar onde sempre deveria estar: No dedo do amor da minha vida, da mulher mais perfeita que um homem poderia desejar para si.
Com relutância e cuidado, a tiro do meu peito e a coloco deitada sobre o meu travesseiro. Estou muito feliz, não conseguirei dormir tão cedo.
Sento-me na cama e a observo um pouco mais. Ela parece realmente mais magra, mas seu rosto continua lindo, acaricio uma mecha de seus cabelos e sorrio ao sentir a maciez deles, penso que nunca esqueci isso, nunca esqueci seu perfume, sua voz.
Penso em como amo essa mulher. Em todo o mal que fiz a ela, em tudo a que fiz sofrer, mas não tive escolha.
Eu realmente iria me separar de Elena. Quando falei de viagem, estava falando sério, iriamos viajar e na volta, meus advogados entrariam com o pedido de divorcio, Gail se propôs a me ajudar a falar com Elena. E finalmente estaria livre para Ana. Só não pensei que isso acabaria em uma tragédia como aquela.
Por isso me afastei, se tivesse ficado com ela, acabaria com a vida dela de vez. Estava muito confuso, quebrado por carregar mais uma culpa. Mais uma vida se perdeu por minha causa. Estava tão amargo que só a machucaria com minhas atitudes. Ela não merecia isso.
Ela merecia alguém que a amasse por inteiro, sem sentimentos de culpa, alguém que trouxesse o Sol para a vida dela, e não nuvens de tempestades.
Sorrio ao lembrar de como ela se refere aos meus olhos, penso que até nisso ela é única.
Precisava de um tempo para me perdoar, de esquecer todo o sofrimento que causei as pessoas.
Foi quando vi que ela era mais uma vitima minha. Que a fazia sofrer com minha distância. Errei com Susan, errei com Elena, mas não poderia continuar errando com ela. Teria que tentar acertar com ela, me redimir com ela, reparar tudo que a fiz sofrer.
Mas como? Se a procurasse, as pessoas continuariam a nos lembrar de toda a tragédia que nos levou a ficar juntos. Foi aí que pensei que do mesmo modo que me afastei e me escondi do mundo, poderia fazer isso com ela.
Construir um mundo só nosso, um lugar onde ninguém saberia quem éramos e poderíamos construir nossa família em segurança, pois me conheço, não gostaria que meus filhos ou mesmo ela fossem apontados como frutos de uma tragédia. Lembro-me como fiquei puto da vida com aquela fofoca sobre nós, naquele tabloide, o modo que se referiam a ela, me deixou cheio de ódio ao ponto de processar o paparazzi, isso se eu o encontrasse pessoalmente, com certeza o mataria.
Navegando na Net, encontrei a Ilha, logo me decidi o que fazer. A casa já existia, só precisei fazê-la ficar com a nossa cara.
Mas queria mais, queria provar a ela, que dessa vez eu não a deixaria esperando. Contatei Travis, pedi ajuda da mãe dela e preparei nosso casamento.
No dia que eles chegaram a Ilha, eu estava lá. A vi chegando de lancha e meu coração se desmanchou de saudades, doeu ver o quão abatida ela estava e pensar que eu era a razão do seu sofrimento , me deixou muito mal.
Queria correr até ela, toma-la nos braços a dizer o quanto a amava, mas tive medo.
Senti-me tão fraco nesse momento, senti medo de ela estar me odiando, de não me querer mais.
Passei a noite na edícula, durante a madrugada me sentei embaixo da varanda do quarto dela, a imaginando lá em cima, dormindo, queria poder invadir seu quarto a fazer minha de novo, mas não tive coragem de novo. O medo de ela me rejeitar era muito grande, senti que não aguentaria isso, apesar de merecer.
Decide ir embora pela manhã, mas passei a mais terrível de todas as noites que passei desde que a abandonei. Saber que ela estava tão próxima e eu não podia toca-la, só piorava as coisas, o desejo por ela aflorava muito mais forte, eu quase podia sentir o perfume dela.
Liguei para Travis, não sabia o que fazer, me sentia perdido, o que antes parecia tão fácil, se tornou difícil. Mesmo ele me assegurando que ela ainda me amava, eu não conseguia ir até ela.
Foi então que tive a ideia, de me expressar do modo que sempre me expressei com ela quando queria que ela tivesse certeza de meus sentimentos. Liguei novamente para Travis e falei meu plano, ele prontamente falou que iria me ajudar.
Quando a vi parada naquela mureta, ela parecia tão perdida quanto eu, tão triste quanto eu estive nesses últimos meses.
Me aproximei dela, senti seu perfume, pude sentir seu sofrimento no ar naquele momento, e então me esqueci de tudo, do medo de ser rejeitado, da dor que a fiz passar, de toda a tragédia que nos separou.
- Dança comigo?- falei antes que perdesse a coragem. Demorou um século até que ela tivesse certeza que era eu. Tive medo da reação dela quando se virasse para mim. – Dança comigo?- insisti e então, ela se virou devagar e me encarou com aqueles olhos de oceano, que pareciam ler através de mim, vi meu reflexo naquele olhar e percebi que vivi minha vida inteira esperando por isso.- você não costumava demorar tanto para aceitar.- falei e sorri de leve para ela, meu coração estava na boca, se ela não aceitasse provavelmente eu morreria ali naquele momento. Mas ela aceitou e eu a tomei em meus braços, depois de tanto tempo, ela estava nos meus braços novamente. Senti-me vindo a tona depois de tanto tempo afogado em um mar de tristeza.
- Christian, eu te amo, nunca mais me deixe sozinha.- ela sussurra, parece estar sonhando. Essas palavras atingem minha alma.
Deito-me novamente a puxo para meu peito , ela vem sem resistência, continua a dormir. Beijo seus cabelos.
- Nunca mais meu amor, nunca mais.- falo e fecho os olhos, procurando dormir, torcendo para o dia mais feliz da minha vida chegar logo, o dia que eu vou ser seu marido e ela minha esposa, finalmente.
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50 Tons - Dança Comigo
FanfictionEle vivia preso ao passado, ela lhe oferecia um presente lindo e um futuro maravilhoso, mas por que era tão difícil para esse homem se libertar e ser feliz ao lado dela?