Capítulo 15

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Anastásia chega em casa depois de ter deixado Travis em casa, e praticamente se joga na cama chorando. Lembra-se da música, dele a segurando como se quisesse fundir seus corpos, de ele ter deixado ela ver sua alma , antes do telefonema. Se sente um nada nesse momento. Chega à conclusão que ele nunca vai deixar de se preocupar com Elena, nem que a interne, ele nunca será completamente livre dela.

Ela quase chega a invejar o poder que essa mulher tem sobre ele. Pensa se não é melhor pedir demissão, se afastar dele de vez. Seu coração já está tão machucado. Ela se lembra da mãe falando sobre o fim de semana, e decide pedir alguns dias para ele, ir ver a mãe em Portland e pensar melhor sobre tudo isso.

Levanta-se mais calma, pensando em trocar de roupa e tomar um banho, quando a campainha toca, ela amaldiçoa o porteiro por deixar subir qualquer um sem avisar.

Ela olha pelo olho mágico e bufa.

- Se você não abrir vou tocar sua campainha a noite inteira.- Christian diz do outro lado, sentindo a presença dela.

Ela abre a porta e o deixa entrar.

- O que você quer?- ela pergunta abraçando o corpo.

Ele a olha confuso, parece triste. Estende uma mão e afasta uma mecha de cabelo, preso no rosto dela, pelas lágrimas. Ele suspira forte.

- Vim te pedir perdão por ter estragado sua festa, por ter te machucado.

- E como vai sua mulher?- fala em tom irônico, enfatizando as duas ultimas palavras.

Ele anda até o sofá e se senta, o olha curiosa, ele faz um gesto para ela se sentar a frente dele e ela o faz, tem ódio de si mesma por estar assim, tão submissa a ele, mas não tem forças para lutar.

- Elena às vezes não quer tomar os remédios que a deixam, mais ou menos controlada e foi o que aconteceu, mas ela se trancou no quarto dizendo que estava com uma faca e exigiu que eu fosse até lá. – ele solta um suspiro de desânimo.- ela faz isso para chamar minha atenção, para me punir, para me sentir culpado pela morte de Susan. Foi só eu chegar lá, ela abriu a porta, deu o show dela, falou as barbaridades que sempre fala, eu a fiz tomar os remédios e ela dormiu. Vai ficar assim por alguns dias, até encontrar uma garrafa de alguma bebida e começar tudo de novo.

Anastásia não sabe o que falar, se sente ressentida em estar envolvida nessa estória, sente pena de Elena ser assim, mas sente raiva dele, por ser tão fraco e não dar um basta nisso.

- Por que você continua tão ligado a ela, se não a ama?

- Ela é sozinha no mundo, não tem irmãos, nem tios, ninguém por ela e depois que Susan se foi, ela se fechou em mundo imaginário, as únicas pessoas que ela aceita em torno de si, sou eu e Gail. – ele abaixa o olhar .- e também, me sinto culpado por tê-la deixado dirigir aquele dia, devia ter cancelado a viagem, ter levado Susan para a apresentação, Elena já havia dado sinais de depressão, mas eu estava tão focado em fazer crescer a empresa que não percebi isso.

Anastásia sente compaixão por ele, um homem tão rico, tão bem sucedido, ainda sofre pela morte da filha e se desdobra em dois para cuidar da esposa doente. Sem pensar muito no que está fazendo, ela se levanta e se ajoelha na frente dele, levantando o rosto dele com as mãos para olhar para ela.

- Você não pode se culpar a vida inteira por isso.

Ele prende a respiração ao olhar para ela, seu olhar é um misto de tristeza e medo.

- Eu nunca vou deixa-la. Esse é o ponto, não consigo isso, nem por você e nem por ninguém. Se eu a deixar, vou sentir que estarei falhando com Susan de novo.

50 Tons - Dança ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora