50 Tons - Dança Comigo

Capítulo 19

- Então agora, sou Ana?- Anastásia pergunta para Christian, observando o sorriso tímido dele, lembrando do que Travis falou de manhã, quando a viu chegando, ele havia ressurgido das cinzas, praticamente o Christian que foi na faculdade ressurgiu.

- Por que? Não gosta?

- Gosto, é que nunca tive apelidos, nunca me chamaram assim.

- Não é apelido, é um modo carinhoso, e fico feliz em ser o único.

Ela se senta a sua mesa sorrindo e volta a analisar alguns relatórios, tudo parecia estar voltando ao normal, Elena havia voltado para casa, continuava grogue por causa da medicação, mas estava mais estável. Christian estava mais relaxado com isso. Anastásia e Travis que seguraram as pontas até esta manhã.

Uma batida na porta e ela se abre, Travis entra sorrindo e falando:

- Preciso bater de agora em diante, senão corro o risco de ter surpresas.

- Não seja ridículo, Travis.- Christian o repreende, mas com um sorriso no rosto.

Ele também ri e olha para Anastásia.

- Você vai viajar quando?

- Depois do almoço, já estou até com as malas no carro, saio direto daqui, quero chegar antes que anoiteça.- ela dá uma olhada para Christian que lhe dá um meio sorriso.- Sente- se deixa eu te passar a agenda e as tarefas dos próximos dias.

- Opa, é pra isso que estou aqui.- ele se senta ao lado dela e começam a trabalhar.

Depois de mais de uma hora, tudo resolvido, Travis inteirado de tudo, ela resolve arrumar suas coisas.

Ela olha para Christian que na ultima hora se fechou em um projeto em seu PC , sente seu coração saltar do peito em pensar que vai ficar alguns dias sem vê-lo. O celular dela vibra em cima da mesa, olha para ver quem é, não gosta de atender ligações no seu horário de trabalho, mas vê que é sua mãe e ela é exceção nessa regra, ela atende sorrindo.

- Mãe, não aguentou de saudades? – ela caçoa da mãe, mas o silêncio dela do outro lado a preocupa.- Mãe? Me responde por favor. -Christian desvia o olhar da tela do PC e olha para ela preocupado.

- Archer, filha, ele foi atingido, não resistiu, eu não sei o que fazer, o sogro dele está cuidando de tudo, mas me sinto tão perdida, vem pra cá, por favor.

-Estou indo , mãe, mas fica calma, fique com Beth.- Anastásia pede, mas não sabe como ser forte também, pensar que seu único irmão se foi deixa um vazio enorme em seu coração. Limpa uma lágrima que desce dos seus olhos, - até daqui a pouco e desliga o celular, não percebe que Christian já está ao seu lado, com uma mão em seu ombro.

- O que aconteceu?- ele pergunta preocupado, Travis também está a encarando com um olhar curioso.

- Meu irmão morreu, provavelmente em uma missão.- ela diz e não se segura mais, cai em um choro sentido. Christian se abaixa, vira cadeira dela e a abraça. Ela se deixa abraçar e chora nos ombros dele, enquanto ele acaricia os cabelos dela, a confortando.- preciso ir, minha mãe precisa de mim.- ela fala se afastando um pouco, ele acaricia o rosto dela com uma mão.

- Travis, manda preparar o Charlie Tango, vou levar Anastásia até lá e volto, alugue um carro com motorista para deixar a disposição dela, dê ordens de nos esperar no Hangar de Portland.- ele se vira e fala para Travis que imediatamente pega o telefone para fazer o que ele manda.- é o mínimo que posso fazer.- ele diz em tom de desculpa, mas ela pode perceber na voz dele algo mais, uma emoção controlada. Ela acena com a cabeça, deixando claro que entende e aceita.

- Preciso levar meu carro em casa, pegar minha mala.- ela balbucia.

- Travis dirige para a gente e traz seu carro de volta para a empresa, cuidamos dele até você voltar.- ele diz e ela admira como ele pensou em tudo.

- Vamos, tudo resolvido.- Travis fala parando ao lado deles.

Christian se levanta pegando a bolsa dela e a entregando.

- Fale com Sra Stevens, peça sigilo.- ele fala para Travis que sai na frente deles.

Anastásia pega a bolsa, coloca no ombro e sai com Christian atrás dela, em silêncio vão para os elevadores.

Quando chegam ao estacionamento, Christian, pega as chaves da mão dela e abre o carro a colocando sentada no banco de trás, ela parece anestesiada de dor. Ele se senta ao lado dela, minutos depois, Travis chega e assume a direção, saindo com o carro.

Quando saem do estacionamento, Christian passa o braço em redor dos ombros dela a puxando para si, ela vai sem resistir e quando encosta a cabeça no peito dele, se deixa chorar novamente. Ele suspira forte e a pega no colo, ela se acomoda mais no peito dele, enquanto ele a embala como uma criança.

Ela se lembra das vezes que brigou com seu irmão e das vezes que fizeram as pazes, das brincadeiras, do sorriso genuíno dele, das ligações semanais que mantinham e isso a machuca mais, já sente falta do som do riso e da voz dele.