Capítulo 7

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O que havia começado como um simples jantar profissional, para persuadir o financista Bill Foster a patrocinar um projeto de uma linha de celulares, transformou-se num acontecimento social, para desagrado de Christian, que não pôde limitar-se apenas às discussões de negócios e ainda teve que chamar Travis para participar do jantar de ultima hora, já que o Financista veio acompanhado de esposa e uma filha de vinte e poucos anos, bastante atraente e que insistia em jogar seu charme para cima dele.

Anastásia teve pena da moça, mal sabia ela que por debaixo daquela casca de homem lindo e sensual, havia um ser insensível, capaz de manipular tudo e todos em beneficio próprio.

Quando viu Travis chegar e estrategicamente se sentar ao lado da moça, ficou mais horrorizada ainda com as atitudes de seu chefe.

O jantar até que transcorreu tranquilo, mas ela percebia a expressão de desagrado no rosto de Christian, mesmo que ele disfarçasse sempre com um sorriso frio nos lábios, ficou surpresa como em tão pouco tempo, já conhecia tão bem o seu chefe.

Um determinado momento, ela pediu licença e foi ao toalete.

Suspirou aliviada quando deu as costas para a mesa de jantar, ela mesma já não estava aguentando tanto teatro.

Demorou um pouco mais no banheiro de proposito, mas voltou quando viu que não tinha mais como escapar do restante da noite, fora que corria o risco de Christian mandar Travis vir busca-la, ela sorriu com ironia ao pensar que ele sempre fazia o que o chefe mandava.

Anastásia caminhou em direção ao lugar que ocupava, ao lado de Christian. Sentava-se sempre perto dele para poder prestar mais atenção ao que ele dizia e às respostas de seu interlocutor. Só que nessa noite duvidava que ainda fossem falar de negócios.

Num gesto raro, ele afastou a cadeira para ela se sentar e disse-lhe, em voz baixa:

- Pedi mais uma bebida para você, um Dry Martinni. Está bom?

- Sim, - respondeu ela, encarando-o com olhar surpreso.

- Christian, escute só essa música! – Lou Foster falou com animação. - Não fica com vontade de dançar?

Anastásia ia se sentar quando sentiu uma mão agarrar-lhe com força o pulso. Levantou os olhos para Christian e ficou mais surpresa ainda ao ouvir o que ele dizia.

-Na verdade, fico mesmo - ele concordava com o comentário da moça. - Acabei de convidar a Srta. Steele para dançar comigo. Com licença.

Tentando disfarçar a surpresa, Anastásia manteve a boca fechada enquanto iam até a pista de dança. Havia sido usada do mesmo modo que Travis, como uma defesa contra os ataques de Lou Foster. Anastásia sabia muito bem que ele não precisava daquele tipo de desculpa. Só a estava usando para evitar uma confrontação direta, que talvez pudesse atrapalhar os negócios. Fora uma bela demonstração de diplomacia, vinda de um homem que ela estava acostumada a ver sempre usando de franqueza rude. Percebeu o ar de ciúme no rosto de Lou ao afastar-se da mesa.

Uma sensação estranha percorreu o corpo de Anastásia quando Christian largou seu pulso, segurou-lhe a mão e passou o braço pela sua cintura. Os outros pares dançavam colados, mas pelo menos quinze centímetros os separavam. Ele dançava bem, de um modo fácil de acompanhar, e a mão em sua cintura a ajudava nos movimentos.

Anastásia não sabia o que a perturbava mais: se o fato de ser mantida a distância ou de estar perto o suficiente para sentir o cheiro agradavelmente masculino dele. De qualquer forma, a situação a deixava tensa.

Resolveu fixar a atenção num ponto imaginário. Mas não conseguiu deixar de admirar a linha forte do queixo dele nem o contorno da boca, que via um pouco acima de sua testa. Era impossível estar nos braços de Christian sem se deixar envolver pelo seu inegável encanto. O aroma masculino da loção de barba entrou pelo nariz dela e mesmo sem querer, foi obrigada a admitir que era gostoso dançar com ele.

50 Tons - Dança ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora