Capítulo 10

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Ela acordou no meio da tarde, olhou para o celular e viu que eram cinco da tarde. Sentou-se na cama, relembrando os acontecimentos daquela manhã. Resolveu se levantar, não queria ficar pensando muito em Christian.

Foi para sala, ligou para a mãe e contou o que acontecerá a tranquilizou e ficaram conversando um pouco.

Desligou o celular, foi ao banheiro, lavou o rosto e viu que sua imagem estava melhor, mas seu braço ainda estava dolorido.

Voltou para a sala e resolveu ler, precisava se concentrar em algo.

Apoiou o braço no colo e tentou ler, mas não conseguiu se interessar pelo romance. Há muito tempo não tinha uma tarde livre. Infelizmente não podia aproveitar bem aquela. Claro que havia muita coisa para fazer dentro de casa, mas com o braço doendo daquele jeito, era melhor não se arriscar.

Se levantou e foi até a geladeira, pensando em tomar um suco.

A campainha tocou, assustando-a. Abriu um sorriso pensando que poderia ser Christian, Abriu a porta e sorriu em ver Travis parado, mas seu coração doeu um pouco com a decepção.

- Travis! Não esperava ver você.- e o convidou a entrar.

- Passei para ver como você estava - disse ao entrar, sorrindo para ela.

- Estou bem, se considerar o que aconteceu. Eu ia tomar um copo de suco, você  quer? Estou contente por ter vindo.

- Quero, sim - respondeu ele, olhando à volta do apartamento. - É bem agradável aqui - comentou.

Anastásia agradeceu e entregou-lhe o copo de suco.

Travis reparou no modo como ela segurava o braço e indagou:

- Como está o ferimento?

- Está doendo.

- Você tomou os comprimidos que o médico receitou?

- Sim, vou tomar mais um daqui a pouco.- ela olhou no celular, para conferir a hora, foi quando ele tocou, ela atendeu com o coração aos pulos em ver quem era.- Alô.

- Anastásia?

A voz vibrante de Cristian atravessou-a como uma faca, criando uma estranha sensação na boca de seu estômago. Ele nunca a chamara assim, era sempre Srta. Steele. Havia algo de íntimo no uso do primeiro nome e ela se sentiu meio sufocada. Depois de uma pausa, conseguiu responder:

- Sim.

- Travis já chegou?

- Já - respondeu, dando uma olhada para o outro.

- Quero falar com ele.

Ela entregou o fone a Travis, explicando:

- Ele quer falar com você. - Agarrou novamente o copo de suco, para controlar o tremor das mãos. Ele podia ao menos ter perguntado como é que eu estava, pensou amargurada.

Estava de costas para ele, mas escutava o que ele dizia.

- Ela não está pálida, mas diz que o braço está doendo muito.- Ele fez uma pausa.- ela disse que está esperando a hora de tomar.

A afirmação fez com que ela se virasse de frente para ele, que continuava ao telefone, mas respondendo apenas com monossílabos. Continuava olhando-a, dando a impressão de que ela ainda era o assunto da conversa. Ela sentiu uma revolta dentro de si, então essa era a razão da visita de Travis, mais uma vez ele estava sendo usado por Christian para sondar o terreno para ver se ela estava bem e se voltaria a trabalhar logo, começou a pensar se as atitudes dele de manhã foram um teatro, ela mesmo já o tinha visto encenar várias vezes, ser agradável com alguém, apenas para beneficio próprio, ela se revolta com ela mesmo por ter deixado se levar por ele.

Ele desligou e lhe entregou o celular.

- Ele estava preocupado, em saber se você tomaria os remédios.- Travis disse.

- É lógico, ele quer que me recupere logo, deve estar sentindo uma falta enorme de me dar ordens.

- Se você tivesse visto o estado dele quando recebeu aquele telefonema do hospital, não diria uma coisa dessas. Ficou preocupado de verdade. -insistiu.

- Claro que deve ter ficado - concordou azeda. - O acidente o forçou a adiar a reunião e ele ainda teve que descobrir se precisaria arranjar uma substituta. Christian deve ser o homem das neves, com todos os sentimentos congelados lá dentro. Por isso nem sabe que as outras pessoas têm sentimentos.

Travis sacudia o suco dentro do copo, olhando o rodamoinho formado pelo líquido.

- Nestes últimos anos, ele suprimiu quase todas as suas emoções e leva uma vida que pode muito bem ser comparada à dos monges, não preciso entrar em detalhes, mas isso faz com que ele pareça uma pessoa insensível e dura, mas, não se engane com essa fachada. Ele se importa com as pessoas. Só que o sofrimento o levou a bloquear todas as válvulas de saída.

Ela escutava entre descrente e interessada. Vida de monge era uma frase que ela nunca atribuiria a Christian Grey. Como poderia imaginá-lo viver uma vida sem sexo, se dele emanava tamanha virilidade?

As palavras de Travis colocaram Anastásia dentro de um labirinto de ideias confusas.

- Seu carro só vai ficar pronto na segunda-feira, a tarde.- ele fala a tirando de seus pensamentos.- passo aqui as oito para te pegar.

- É muito tarde.

- E o que é que tem? Aproveite o acidente - diz ele, brincando, e ela acaba sorrindo.

- Está bem. Então, às oito.

- Você já comeu?

- Só de manhã.- ela se lembra do café que Christian havia preparado e sorri.

- Que tal uma pizza? Tenho o telefone de um delivery ótimo.

- Tudo bem. -Era muito melhor do que comer sozinha.

Travis só foi embora às oito horas. Ele era uma ótima companhia e não haviam conversado nada sobre o serviço, o que era uma novidade. Quando ela foi dormir, a dor no braço já havia diminuído bem.


50 Tons - Dança ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora