Eu odeio cheiro de hospital!

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Eu estava muito aérea, os sons das sirenes pareciam distantes, como um eco. Minha visão estava turva, via vultos de pessoas correndo para todos os lados. Eu estava deitada numa maca, com tubos respiratórios restes ao meu rosto. Um enfermeiro se aproximou, e colocou uma luz forte nos meus olhos.

-Pupilas dilatadas, sem sinal de concussão.- Pressão 120 e caindo.

Olhei fixamente para teto da ambulância, enquanto o enfermeiro terminava de tirar minha pressão. minha visão começava a ficar ainda mais turva, até que por fim eu apaguei. Acordei no hospital, um pouco sonolenta, olhei em volta, não havia ninguém no quarto. Quando finalmente meu corpo acordou, e saiu do estado de inércia. Pude sentir a dor de todo o trauma da noite anterior. Meu braço havia sido limpo e recoberto por uma faixa. Apertei o botam para chamar alguém. Dois minutos depois um médico roliço e engraçado entrou no quarto.

-Vejo que a senhorita acordou-Ele disse.- Como se sente? Alguma dor de cabeça?

-Não, está tudo bem com minha cabeça. Só meu corpo que dói. Disse.- Quando poderei ir embora?

-Breve. Você ficará em observação hoje Alice.

-Mas porquê? Eu estou bem, não estou? então porque não posso ir?

-Seu labirinto foi afetado, isso é causado por toxinas e fatores infecciosos, inflamatórios ou decorrentes de tumores. Faz com que fique com a sensação de perca de equilíbrio. Esse baixo fluxo sanguíneo pode ser desencadeado pelo estresse, que causa maior carga de adrenalina, além disso a respiração desacelera, fazendo com que o pulmão retenha mais gás carbônico e atrapalhe a oxigenação do sangue.

-Tá, hã... deixa eu ver se eu entendi. Eu tenho um tumor ou algo do tipo, é isso?.- Falei assustada.

-Não, você só passou por um estresse muito grande. Terá alta amanhã.

- Hã.. o garoto, o garoto que veio comigo, ele está bem?

-Seu namorado está bem. algumas escoriações, mas bem. Bom, sua família vai entrar agora. Você foi muito corajosa Alice, não pense nem por um segundo que a culpa do que tenha acontecido, é sua.- Ele falou se virando para sair.

-Ele não é meu namorado. Ele é só meu amigo.

-Uma pena, ele é um rapaz corajoso. Ninguém se joga de uma escada para salvar alguém que não ama..-Bom dia Alice.- Ele se virou e saiu.

Aquilo me fez pensar. Pensar no medo que senti ontem. No medo de perdê-lo, sem nem sequer ter a chance de tê-lo para mim. Me fez pensar nas escolhas que me fizeram ter a coragem de atirar. Aqueles pensamentos estavam me consumindo mais e mais.

Eu estava tão distraída que nem percebi quando a tia Ana e a Vanessa entraram no quarto. A tia Ana estava chorosa, e a Vanessa parecia preocupada. Pude notar isso em seu semblante.

-Oh meu amor, eu tive tanto medo de perder você!.-Tia Ana falou.- Tanto medo de que a fizessem mal. Falou beijando minha testa e em seguida me abraçando.

-Eu estou bem, nós estamos bem! passou, ele nunca mais nos fará mal algum. Falei em tom calmo.

-Nunca mais faça isso, isso de nos assustar desmaiando daquele jeito.- Vanessa falou se aproximando. -Você nos assustou.

-Me desculpem, eu juro que não faço mais isso.- Levantei o dedinho.-

Notei que o rodrigo não estava no quarto conosco, tudo parecia muito errado sem ele aqui.

-O rodrigo, onde ele está? ele está bem, não é?

-Ele está fazendo alguns exames. Tia Ana falou um pouco rápido demais. Pude sentir a tensão em sua voz.

Mas, E Se ?Onde histórias criam vida. Descubra agora