Capítulo 27 - Despertar do sonho

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[]  Durante três dias os fugitivos da ASHES, crackers e mafiosos, permaneceram nos subterrâneos da cidade-estado Badlands. Três indivíduos morreram sob circunstâncias misteriosas.
Dois já foram.
Só faltava um.  [



Horas antes

Cal's POV;

Tóxico.

O ar era tóxico.

As portas estavam trancadas, todos estávamos presos. Eu conseguia ver o lado de fora logo depois das escadarias, logo depois da porta de vidro que nos prendia aqui.

Ficamos tentando arrumar uma saída por horas, quase metade de um dia, e não havíamos achado. Era uma sala que mais parecia um bloco de vidro sem escapatória. Depois de dois os mantimentos haviam acabados e a água estava quase a seguir o mesmo destino. Tentamos todo tipo de coisa para quebrar ou rachar aquela porta e chegar ao outro lado.

Até que aconteceu.

Eles liberaram algo no ar, havia um cheiro nítido de substâncias químicas, algo que fazia minhas narinas arderem e meus pulmões queimarem. Eu tinha a sensação de estar morrendo de dentro pra fora, sendo queimado internamente.

Desespero. Desesperança.

Os outros caíam ao chão um por um, com as mãos em suas gargantas ou tentando emitir gritos fracos que não adiantariam de nada. Qualquer que fosse a substância que a ASHES tenha usado no local, agiria rapidamente, em questão de minutos estriamos todos apagados no chão.

Indefesos, esperando a morte. Inúteis.

Minha visão estava turva, era como se eu enxergasse por meio de um vidro esfumaçado e tremeluzente. Meus ossos ficaram moles e cai no chão, sem conseguir fazer um movimento. Aos poucos o ambiente ficava mais escuro.

Olhei para a frente. Jeremy estava se arrastando no chão, tentando chegar a porta. Eu sabia que não adiantaria de nada. Ele sabia. Mas Jeremy DiLaurents nunca desiste. Nem quando ele fora torturado ao ponto de loucura, ou quando fora perseguido pela ASHES em Tóquio ou quando fora sequestrado em Nova Iorque. Eu deveria ser como ele, mas sou fraco. Todos somos.

E todos temos medo.

ASHES não perdoa os covardes.

E fora olhando Jeremy tentar lutar por mais uma saída, que deixei a escuridão me levar.

•••

Tessa's POV;

Abri meus olhos.

A luminosidade fez com que eu quisesse fecha-los novamente, mas com uma careta os abri de novo, enxergando o lugar. Onde eu estava deitada era mole, não duro como o chão dos túneis. Tinha um cheiro bom também. Então percebi que não estava mais nos túneis.

O quarto se materializava ao meu redor. Era grande, espaçoso, com cores em tons pastéis, nada muito chamativo. Do jeito que eu gostava. Sentei na cama e olhei ao redor, vendo as coisas espalhadas pelo chão: muitas peças de roupas, livros e algumas notas de dinheiro. Virei meu olhar para a varanda, com as cortinas se movimentando levemente com a brisa. Conseguia escutar o barulho de buzinas e pessoas.

Sai da cama, confusa. Fiquei ainda mais surpresa quando olhei como estava: de camisola. E uma daquelas marcas famosas da qual Jessie e Sam viviam falando. Logo tratei de pegar um roupão e colocá-lo com vergonha de aparentemente ninguém.

Fearless (Breathless - 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora