Capítulo 11

13.9K 1.3K 31
                                    

Hey, desculpem ter demorado! Mas é que com a chuva que teve naquele dia que eu postei, alguns fios do poste caíram aqui na rua, e só hoje de manhã que concertaram. Mas aqui está o capítulo!


POV. Cider

   Quando terminei de cantar um silêncio tomou conta da sala. Será que fui longe demais cantando essa música para ela? E se ela não gostou? Olhei para Bora e vi que ela me encarava surpresa.

-É... momento estranho... -digo me levantando para guardar o violão. -Pronta para dormir? -pergunto olhando para a menina que se encostava no sofá.

-Ok, vamos.

-Ótimo, vamos para o quarto. -pego sua mão e a puxo, mas ela para de andar e me olha.

-A gente vai dormir juntos? 

-É claro! Ou você acha que eu vou dormir no sofá só porque você está aqui? Sou educado até certo nível, não abro mão da minha cama, não. -digo, mas a verdade é que eu queria dormir com ela. Por mais que a gente talvez não fosse fazer nada, eu ainda queria saber como era dormir junto com uma fêmea. -Prometo que só te tocarei quando eu estiver dormindo, porque ai você não poderá por a culpa em mim, estarei inconsciente.

-Estou confiando em você, hein! -ela sorri andando para o quarto e quase dou pulos pela casa de felicidade.

-Pegarei uma coberta para que você não sinta frio, não quero que você fique doente depois da chuva que pegamos. -digo puxando uma coberta grossa e a abrindo sobre a cama.

-Obrigada. Se importa se eu dormir com as suas roupas?

-Se quiser tirá-las e dormir sem nada eu também não ligo. -brinco apertando sua bochecha e ela revira os olhos.

-Sinto muito, terei que te negar isso, não quero ficar doente. -responde dando a mesma resposta que falei antes. 

   Bora se deitou na cama e se afundou de baixo das cobertas. Bem... Pelo menos um pedaço do meu desejo se realizou, tenho Bora na minha cama. Me deito ao seu lado puxando a coberta até a cintura e tento não tocá-la, por mais que eu quisesse seu corpo colado ao meu para que eu pudesse esquentá-la e sentir seu cheiro, eu tinha prometido que me manteria afastado e era isso que faria.


   "-Olha o que temos para você, 321!  Pode se divertir a vontade com essa. -um dos médicos que fazia pesquisas em mim entra na cela carregando uma fêmea que parecia estar apavorada. -Dessa vez você vai foder essa garota, e se não fizer ela vai se machucar muito, está me ouvindo?

Ele dá um tapa no meu rosto e tento ir para cima dele, mas estou acorrentado. Ele joga a fêmea dentro da ela e a tranca. Segundos depois as correntes que me prendiam se soltaram.

-Por favor, não me machuque. -ela chorava. Eu não gostava de tocar nas mulheres que eles me traziam. Não é como se eu não tivesse vontade de me aproximar, mas elas eram tão diferentes de mim. Será que não existe mais ninguém como eu? Geneticamente transformado? As mulheres que eles traziam sempre eram tão pequenas e frágeis.

-Se eu não fizer nada eles a matarão. -digo me ajoelhando ao seu lado e vejo suas lágrimas escorrerem cada vez mais. -Mas tem algo que posso fazer para que você não sinta nada.

Ela me olha tristemente e me levanto. Me aproximo mais dela e a agarro pelo pescoço.

-O que está fazendo? -ela pergunta assustada e segurando meu pulso tentando soltá-lo de seu pescoço. 

-Não vou deixar eles te machucarem.-digo e aperto cada vez mais minha mão ao redor de seu pescoço. Aos poucos seu corpo começa a se debater em busca de ar e logo seu corpo desfalece em meus braços e deixo seu corpo cair no chão.

  Vou até a porta da cela e dou dois socos.

-Já acabei. -grito e logo a porta se abre. Quando o médico vê a garota morta no chão ele me olha e logo sinto um choque percorrendo meu corpo inteiro.

-Seu animal! Acha que pode nos enganar? Acha que você é superior à nós? Acha que vai matar todas as garotas que você for querer foder? Então desgraça,  a partir de hoje, toda mulher que você desejar você vai ter que matar. Porque a gente vai te perseguir até a tua morte."


POV. Bora

   Acordei de madrugada com o som de vários rosnados e com a cama afundando toda hora. Me sento na cama assustada e estico o braço pela parede até chegar no interruptor. Quando acendo a luz, vejo Cider se contorcendo na cama e rosnando, os dentes bracos e afiados batendo como se quisesse morder algo.

-Cider! Cider! Acorda! - o balanço várias vezes até que seus olho se arregalam encarando o teto. Sua respiração entrecortada e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Sinto uma dor gigante ao ver o garoto que sempre brincava e tinha um sorriso infantil chorando.

Ele olha para mim, as lágrimas escorrendo por seu rosto. Seu braço se estica e ele me puxa para seu abraço. Me encolho e o abraço também, sentindo sua pele quente contra minha bochecha. Ele acaricia meu rosto e vejo seus dedos abaixarem para meu pescoço onde ele começa a fazer carinho.

-Desculpe ter feito isso com você... -ele diz baixinho. -Eu só não queria que ninguém machucasse você.

   Mesmo sem entender o que ele queria dizer eu sorri e acariciei seu rosto também.

-Quando acordarmos novamente, lembre-me de contar minha história para você. -ele diz afundando o rosto no meu pescoço.

-Não precisa contar se não estiver pronto. -digo afagando seu cabelo.

-Eu quero contar. Eu quero que você saiba tudo sobre mim.



É, ainda tem muito para vocês saberem sobre a história de vida do Cider. Para os NE que diziam que ele sofreu pouco, mesmo novinho Cider sofreu bastante! Espero que tenham gostado!

Cider - Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora