Capítulo 3

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Olha quem voltou depois de 3 mil anos! Sorry pessoal, mas teve o ENEM e começou a última semana de provas na escola, e vamos supor que eu precise tirar 8,5 para passar em matemática... Mas aqui está o novo capitulo, com ponto de vista da nossa querida Bora.

POV. Bora

  Ok, eu realmente precisava de um emprego. Eu não queria que o aconteceu com meus pais acontecesse comigo, gastar quatro anos da minha vida fazendo faculdade para depois trabalhar com algo nada haver com o que estudei está fora de questão. E ao que parece também não dá muito certo para uma recém-formada tentar abrir seu próprio escritório, as pessoas não confiam muito bem em uma menina saindo da juventude para construir uma casa ou prédios. Eu estava enviando meu currículo para tantos lugares, que eu não tinha noção de para quem eu já tinha mandado e para quem não.

   Eu estava penando para pagar o aluguel do apartamento que estava morando desde a faculdade, mas eu não queria dar o braço a torcer e pedir meu pai para me ajudar com as contas. Eu ia arranjar um emprego nem que tivesse que rodar bolsinha na avenida. Os homens têm uma queda por asiáticas, não é? Então eu terei clientes na rua.

Eram dez da manhã de uma segunda feira,  no dia seguinte seria feriado e nenhum lugar abriria, então seria um dia na qual eu poderia descansar a vontade. Enquanto rolava na cama de um lado para o outro, meu celular apita e puxo o fio do carregador para que eu possa ver o que é.

Há uma nova mensagem no seu email.

Torcendo para que fosse alguma oportunidade de emprego e não minha mãe me mandando email por não saber usar o celular, o abri nervosa.

   Cara senhorita Yoon Bora,

Viemos por este email lhe avisar que tivemos acesso ao seu currículo e que ele foi aprovado por nossa companhia. Por amanhã ser feriado e ter menos movimento, gostaríamos que fizesse uma visita a Homeland, lar dos Nova Espécies para que possa fazer uma entrevista e conhecer o tipo de trabalho que teria. 

Estamos ansiosos por seu trabalho.

Atenciosamente,

   Equipe Novas Espécies.

Quando eu terminei de ler a mensagem, a primeira coisa que pude pensar foi "Isso é alguma brincadeira de mau gosto?" Eu realmente não lembrava de ter enviado meu currículo para Homeland, mas como eu estava desesperada eu não duvidava nada. Abri um sorriso gigante por pelo menos uma das milhares de empresas que entrei em contato ter me respondido. E tentado não parecer muito desesperada, respondi o email dizendo que estava muito agradecida e que iria sim comparecer a uma reunião amanhã em Homeland.

Dia seguinte

   Sem ao menos saber qual era o caminho certo para Homeland, rodei ruas pelo centro da Califórnia até achar uma rua mais distante com estrada de terra, e ao chegar no fim dessa rua, um portão de ferro gigante cobria uma boa parte da mata. Parei o carro em frente ao portão e enfiei a cabeça para fora da janela. O lugar estava vazio, muito diferente do que se mostrava na televisão quando os manifestantes estavam aqui. Parece que feriados significava dia de paz para os Novas Espécies. 

   Quatro homens estavam no topo do portão, os quatro segurando armas e olhando para mim, mas nenhum me dirigiu a palavra.

-Olá, eu estou aqui para uma entrevista de emprego. Enviei meu currículo como arquiteta para cá. Sou Yoon Bora.

Os homens se entreolharam e um deles falou baixo em um pequeno rádio, segundos depois escuto o portão ser destrancado e aberto. 

Acelero o carro e passo pelo portão, logo sou parada por um homem gigante todo vestido de preto.

-Saia do carro para que possa ser revistada, senhorita. -pede com a voz grossa e logo me prontifico de abrir a porta e sair. -Traga sua bolsa também.

  Eu estava um pouco assustada por ser um homem me revistando, mas ele não fez nada mais do que passar a mão rapidamente por meu corpo e depois revistar minha bolsa.

-Ok, me dê as chaves de seu carro, o estacionarei para você. Você pode ir com um dos guardas até o prédio principal. -pede o homem e entrego-lhe a chave sem hesitar lhe entreguei. Eles não pareciam ter um bom humor.

O homem se afastou com meu quarto e fiquei sozinha com um outro cara maior ainda.

-Olá, sou Vengeance. Vou escoltá-la até o prédio principal. -diz com um sorriso. Sabe aquelas pessoas estranhas, que a única coisa que você quer fazer é sair de perto? Vengeance era uma dessas. O cara me olhava como seu eu fosse um frango assado rodando na vitrine.

-Sou Bora, prazer em conhecê-lo. -lhe respondo subindo no carrinho de golfe e me sentando no banco. Vengeance se senta do meu lado e me pergunto como uma pessoa desse tamanho coube dentro desse trequinho.

   Ficamos em silêncio por um tempo, eu tentando não fazer contato visual com o NE sentado ao meu lado, fiquei o tempo inteiro olhando pela janela. Vendo como os prédios foram construídos e suas estruturas. A maioria era igual, todos de uma cor pastel e com janelas gigantes. Os prédios não eram separados por números, mas sim por letras, e praticamente todas as ruas ali eram iguais. Eu precisaria de um mapa para andar ali.

Eu estava começando a me sentir desconfortável com Vengeance do meu lado. Sabe quando você está no ônibus lotado, e você está mexendo no celular ou lendo um livro e você sente que tem alguém te encarando tentando saber no que você está prestando atenção? Era exatamente isso que ele estava fazendo! 

-Qual sua idade? Você parece tão nova. -ele pergunta e forço um sorriso em sua direção.

-Tenho 20 anos. Faz cinco meses que saí da faculdade. 

-Você entrou na faculdade com quantos anos?

-17, ainda era menor de idade quando entrei. Qual sua idade? -pergunto tentando parecer amigável.

-Acho que 29 ou 30. 

Ora ora, se não temos uma pessoa dez anos mais velho do que eu me encarando como se eu fosse um bacon oleoso por aqui.

-Desculpe a pergunta indiscreta, mas qual é a sua espécie?

-Canino.

Ora ora, se não temos um canino dez anos mais velho do que eu me olhando como se eu fosse um bife oleoso por aqui.

Tentei conter minha risada para caso ele se sentisse magoado.

-Chegamos. -ele avisa e me ajuda a descer do carro. 

-Obrigada. -respondo segurando sua mão, que parece que colou na minha já que ele não a soltou mais. Resolvi não me afastar, o cara tinha força para arrancar meu braço. E ele estava segurando o braço que uso para desenhar. Então melhor não arriscar.

   Íamos entrar no prédio quando um NE sai dele igual um furacão, berrando e rosnando para todos que estivessem na sua frente.  E olha quem estava na frente dele! Se não era a frango assado/bacon/bife, mas conhecida como eu. Seu corpo deu de frente com o meu me fazendo cair no chão e Vengeance rugir de raiva. Logo, o outro NE nervosinho rosnou para ele também. 

-Cider, o que está fazendo aqui? Importunando Justice novamente? Para que continua aparecendo na nossa frente? Vá para a Reserva e assim ninguém precisa olhar para sua cara! -diz Vengeance enquanto eu levantava do chão.

O tal Cider rosna e logo seus olhos fixam em mim.

Ora ora, olha quem vai morrer agora sem saber se conseguiu ou não um emprego!

Cider - Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora