Capítulo 3

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Entre escolher reviver um amor, e por causa dessa escolha, trazer todo rancor e dores outras vez, eu escolho não revive -lo. Escolho fugir. - Inês Huerta .

Inês chegou na fazenda pensativa, Emiliano havia feito inúmeras perguntas sobre quem era Loreto enquanto ele trazia ela de volta . E a única resposta que Inês deu, foi que ele era ninguém .

Mas ele era tudo. Ele era a desgraça que a separou do homem que ela tanto amou e seguia amando. Ele a machucou, a feriu como mulher e o fruto de seus abusos. Era o ser que ela mais amava no mundo, Emiliano foi quem deu forças para ela seguir adiante . Mas agora com Loreto livre ele poderia tira -lo dela a desmascarando . Inês não sabia o que pensar o que fazer, se Loreto dissesse a seu filho que ele estava vivo e era o pai dele, Emiliano certamente a desprezaria. A não ser, se ela contasse a verdade a ele, a verdade que ninguém sabia, que mais de uma vez Loreto havia violentado ela, e que por consequência ela havia engravidado dele . A primeira violência sofrida por ele, havia ficado a dúvida de quem era o pai do filho que Inês esperava, mas quando ela foi abusada mais uma vez, não havia dúvidas alguma, ela tinha dado um filho homem para o homem que ela mais odiava na vida. Enquanto seu outro menino, não havia sobrevivido, ele partiu sem ela saber quem era o pai dele, Loreto ou Victoriano.

E a dor da perca do anjinho junto com o rancor da dúvida ainda afetava Inês que sofria calada em segredo, sem dizer a ninguém, nem ao menos Victoriano que logo depois, a vida depois de tudo voltou uni -los .

E agora Loreto estava de volta, de volta com verdades escondidas, com dores que estavam sendo revividas . E o medo de sofrer e fazer sofrer também Emiliano, que era seu bem maior com a verdade do que sofreu com Loreto deixava Inês aflita.

Sentada na mesa da cozinha , Inês limpou um lado do seu rosto quando viu que alguém se aproximava e podia vê -la chorar. Jacinta chegava e Inês se levantou sorrindo em uma fracassada tentativa de mostrar a ela que estava tudo bem .

Jacinta olhou para ela e perguntou.

— Jacinta : Esta tudo bem dona Inês ?

— Inês : Sim esta Jacinta .

— Jacinta : Bom a senhora foi na feira mas não trouxe nada ?

— Inês : Eu não passei muito bem lá, então Emiliano me trouxe de volta e sem as compras . Mas amanhã voltarei para faze -la .

— Jacinta : Se assim se preferir eu vou para senhora dona Inês .

— Inês : Muito obrigada Jacinta mas não precisa . Eu vou até meu quarto se precisar de mim em alguma duvida pode me chamar .

Inês saiu da cozinha . Jacinta ficou a olhando desconfiada e sozinha ela disse.

— Jacinta : Será que a dona Inês esta chorando pelo patrão?

Inês passava para ir até seu quarto , quando ela e Débora se cruzaram pelo caminho .

As duas no meio da sala se olharam .

Não era segredo mesmo que escondendo seus sentimentos de todos . Inês não gostava de Débora e sentia ciúmes, mas ela conseguia controlar e entender que ela era a senhora da casa quem havia casado com Victoriano, e assim para ela não sofrer, só desejava que Débora um dia fizesse Victoriano feliz. Mesmo que no fundo do seu ser Inês sabia que ele só havia casado com ela por vaidade, por desejo, porque Inês conhecia a forma de amar de Victoriano e a que ela via dele com ela, não era amor .

Mas agora no momento, Inês sentia dificuldade de controlar o que sentia, a raiva e o ciumes de mulher estava gritando dentro do seu ser. Victoriano com sua aproximação tinha despertado outro lado dela, que ela não se orgulhava de sentir o que estava sentindo . Inês só conseguia pensar, que Victoriano era casado, ele não era dela. Era errado o que ela estava sentindo, e tudo era por culpa dele, culpa dos seus beijos e de suas palavras que ela acreditava que jamais voltaria ouvi -las e nem ao menos sentir os beijos dele que a estremeceu tanto. Ela só podia concluir que, Victoriano estava brincando com ela e com Débora .

Entre Amor & Enganos - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora