Babi
Já estava me preparando para passar o meu dia de folga na casa só para mim. Eu, um monte de porcarias e a Netflix. Provavelmente passaria o dia conversando com a Duda pelo Skype. A Carolzinha estava começando a falar algumas palavras e eu iria ficar muito brava com o Gustavo se minha sobrinha não começasse a fala "Babi" logo.
Geralmente eu viajaria com o time por ser um jogo da Champions League. Mas como havia trabalhado no fim de semana e virado algumas noites fechando a campanha de Natal, Mikael havia me dado aquela folga. Sabia como eu ficava em dia de jogos importantes: completamente nervosa e focando apenas no jogo, por mais que eu me esforçasse para fazer outra coisa.
Quanto então, na segunda-feira antes da viagem para Madrid, Mario bate na sala do marketing. Isso não era incomum e os rapazes já estavam acostumados com ele entrando e saindo da sala na qual ele não deveria ter acesso.
- Eu não vou mais para Madrid.
- Você o que?
Apesar dele ter me chamado para o lado de fora da sala, meu grito foi o suficiente para chamar a atenção dos meus colegas. Mikael se levantou para ver se estava tudo bem, mas parou quando escutou a explicação do Mario.
- Estou sentindo dores no joelho. Não vou jogar contra o Real.
Coloquei as mãos na cintura incrédula com o que estava ouvindo. Não sabia se estava mais decepcionada que ele não jogaria um dos jogos mais importantes da temporada ou se porque todo o meu plano de passar o dia de pijama de flanela havia sido colocado por água abaixo.
Não que eu não usasse roubas absurdamente vergonhosas na frente dele. Por favor, morávamos juntos. Poucas coisas estranhas ainda não havíamos feito juntos.
Cruzei os braços, o olhando nos olhos tentando entender como em um dia ele estava ótimo e no outro sentia dores.
- Você está bem? Que pergunta idiota! Claro que não. O que você arrumou? É sério?
- Calma Babi, são só algumas dores. Compressa quente para relaxamento muscular e ver como reage. Nenhuma lesão grave.
- Não me assusta assim.
O abracei sem me importar que estava no nosso local de trabalho e que, geralmente, mantínhamos uma postura profissional.
- Vai ficar tudo bem. Claro que estou triste por não ir a Espanha, mas confio nos rapazes. Vai dar tudo certo.
E então o meu dia de folga foi dividido com a melhor pessoa que eu poderia ter ao meu lado. E é claro, com direito a pijama de flanela, roupas rasgadas, Netflix e o último jogo da Champions League do ano. Borussia Dortmund vs Real Madrid. Disputa pelo primeiro lugar no grupo F.
Dortmund precisava apenas de um empate se quisesse permanecer no topo da tabela. Real precisaria de ganhar.
Não seria um jogo fácil, principalmente porque aconteceria na casa madridista.
Mario
É claro que eu estava muito puto por não ter ido para Madrid,
Poxa, uma dor que surgiu do nada me tirou de um jogo importantíssimo. Ficar em primeiro no grupo permitia a possibilidade de um adversário mais tranquilo nas oitavas.
O time era jovem, inexperiente e ainda em processo de experimentação. É claro que tínhamos talento, e a única coisa que eu podia fazer era confiar nos meus amigos. Confiar em Marco Reus e Pierre-Emerick Aubameyang.
Coloquei a bolsa de água quente no joelho enquanto passava o pré-jogo. Geralmente não prestava atenção nas informações porque eram coisas que eu já sabia. Aquele era o meu time afinal de contas.
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Echte Liebe | Mario Götze
FanfictionUm ano depois de viajar para a Alemanha, Babi já se sente em casa morando em Dortmund. Ela se encontrou naquela cidade que por um acaso é movida a paixão por um time de futebol. Mario Götze voltou para casa. Ele está de volta ao Borussia Dortmund e...