Mario estava vendo o mesmo filme passando na sua frente. Ele sabia que Babi achava que estava diferente, e no início ele também achou que fosse.Os jogos no banco, as lesões musculares.
O auxílio ao técnico no treino organizando os equipamentos. Não que ele se importava de fazer isso, mas tudo parecia familiar demais. E não de um jeito positivo.
Mario começou a sentir que as coisas estavam se repetindo. Mas dessa vez em um lugar que ele nunca imaginou que fosse acontecer: em Dortmund. Na sua casa.
Na manhã da convocação para o jogo contra o Benfica pela Champions League, ele chegou animado na Brackel. Tinha certeza que iria jogar, afinal, não havia tido um jogo da UCL no qual ele não demonstrara um bom desempenho.
Mas seu nome não estava ali. Todas as tentativas de conversar com Thomas Tuchel havia sido falhas. Ele não iria para Portugal. Ficaria sozinho na Alemanha onde pelo visto, era a sua eterna sina.
Babi recebeu a convocação na sala de mídia. A mochila para dois dias de viagem já estava pronta no chão do quarto. Ela já estava sonhando com o pós jogo, ela e Mario pelas ruas portuguesas.
Mas então aquele baque. O nome de Mario Götze não estava na lista.
Ela ficou preocupada, afinal ele havia ficado fora do último jogo por problemas musculares, mas pela manhã ele parecia bem. Inteiro. Feliz.
Babi estava sozinha na sala de mídia quando escutou a familiar batida na porta. Dois toques leves claramente indicando quem seria.
Ela abriu a porta e Mario Götze estava na sua frente. O olhar preocupado, lágrimas brotando no rosto mesmo que ele fosse reprimir até chegar em casa.
Não precisou dizer nada para que Babi o abraçasse. Ele escondeu o resto em seu ombro, e ela acariciou seus cabelos.
- Vamos para casa.
- Babi, você precisa trabalhar. Eu posso ficar sozinho.
- Eu sei que você pode mas eu não quero. Se vai ser do mesmo jeito, eu não consigo mais ficar aqui.
- Não é do mesmo jeito.
- Então a gente precisa descobrir o motivo lindo, porque do jeito que está, para mim, parece que estou passando a mesma fita rebobinada, apenas com cores diferentes e um time com menos nariz em pé.
Babi pegou o casaco e a bolsa, apenas deixando um bilhete para Mikael que ela não estava se sentindo bem. O chefe sabia que ela não era de fazer isso, como também sabia a lista de convocação. Ele entenderia se ela quisesse tirar uns dois dias de folga. Mesmos dois dias que Mario também teria.
No caminho para casa não se ouvia nenhum som no carro. A música que sempre era marca registrada dos dois, estava desligada. Mario estava com os pensamentos a mil e, ao mesmo tempo, não conseguia se expressar.
Ao estacionar o carro na garagem, Babi deixou o namorado sozinho. Simba, o pequeno cachorrinho que ela havia ganhado de presente, corria em volta do veículo querendo atenção.
- Vem pequeno, você deve estar com fome.
Ela levou o cachorrinho para os fundos da casa, não sem antes olhar para Mario imerso em seus próprios pensamentos.
O jogador não conseguia acreditar em tudo aquilo. Ele olhava para o painel do carro tentando entender.
No jogo contra Darmstadt ele havia sido poupado, e acreditava que era por causa da Champions League. Estava animado em jogar na sua liga favorita.
E nos treinos, enquanto seus colegas conversavam, ele havia ajudado Thomas Tuchel a organizar os equipamentos. Tivera tempo para conversar com o técnico sobre sua situação. Não queria levar outra bronca, mas ele queria jogar.
- Tuchel, eu sei que já conversamos sobre isso, mas acredito que com você eu posso abrir minhas insatisfações. Eu quero jogar. Me dê mais chances, por favor.
- Mario, eu já te falei que vou fazer o que eu acho melhor para o time.
- E o que seria isso? Perder para o lanterna no campeonato?
- Você se acha tanto que pensa que se tivesse em campo o resultado teria sido diferente?
- Não. Eu só acho que precisamos fazer algumas mudanças, e eu estou aqui para ajudar. Para fazer pelo time. Concordo com a sua posição de fazer rotação. Precisamos mesmo aproveitar alguns jogos para testar. O futuro do time ainda está em aberto. Eu só quero ser uma opção também.
- Você é garoto. Já te falei isso. Estamos felizes com você aqui e no momento certo você vai jogar.
Mario saiu do treino com esperanças dessa "a hora certa" ser o jogo contra o Benfica. Maldita esperança acumulada. Talvez fosse melhor ele desistir dessa coisa de jogar futebol.
Ele se perguntava se a decisão de ter voltado ao BVB havia sido boa. Ele poderia ter ido para o Liverpool. Será que já era tarde demais para mudar de ideia?
Entrou em casa procurando a Babi. Ele precisava falar com alguém e não havia ninguém melhor que a namorada para expor suas dúvidas.
Ela estava na cozinha fazendo um café. Seu cabelo acobreado preso em um coque alto e murmurava uma música que ele não reconhecia.
- Eu acho que cometi um erro.
Babi olhou para trás ao ver Mario sentando na mesa da cozinha.
- Um erro?
- Sim. Eu deveria ter escutado o Henri e ido para a Premier League.
Babi escorou na mesa em sua frente, olhando nos olhos castanhos que havia aprendido a amar.
- E como você pode ter certeza que seria diferente?
- Eu teria mais chances.
- Mario, eu posso fazer uma lista para você de jogadores da Premier League que estão na mesma situação que você.
- Mas nenhum deles fez um gol na final da Copa do Mundo.
- Mario, pelo amor de Deus. Esquece aquele gol! Foi lindo, você foi espetacular, mas isso foi ha quase três anos atrás. Você não é o mesmo daquele jogo. Aconteceu muita coisa no meio do caminho e está na hora de você parar de usar ele como desculpa e olhar para frente.
- Como eu posso olhar para frente se não consigo ver uma solução Babi? Achei que vir para Dortmund fosse resolver os meus problemas, mas não foi.
- Tem uma diferença que você não conseguiu enxergar Mario.
- Qual? - Ele cruzou os braços, preparado para rebater qualquer argumento que Babi fosse usar.
- Seus fãs. No Bayern todo mundo queria você fora. No Borussia, muita gente está perguntando por você e criticando o Tuchel por te deixar de fora. Você está em casa lindo, e mesmo que fique alguns jogos fora, você continuará em casa.
- E se eu quiser sair? E se me pedirem para sair?
- Aí a gente vai. Juntos. - Ela sentou na frente dele e segurou suas mãos. - Aonde você for, eu vou com você. A gente dá um jeito. Sempre demos.
- Mas e o seu trabalho?
- Louise me deu uma ideia de oportunidade alguns meses atrás. Se realmente o melhor caminho for ir embora, eu posso conversar com ela. O importante é ver você feliz.
- Eu sou feliz. Sou feliz porque tenho a melhor mulher do mundo ao meu lado.
Ele a puxou para um beijo. Era claro que estava chateado com sua carreira. Nada havia acontecido como o planejado. Mas ele também não havia planejado conhecer a Babi, e olha como aquilo havia dado certo.
♡♡♡
Esse capitulo foi um especial não esperado que tive vontade de escrever. Quando vi que o Mario não viajou para Portugal eu me senti mal. Só lembrei de tudo que aconteceu no Bayern e eu precisava colocar para fora.
Espero que vocês tenham gostado desse especial e eu estou planejando mais alguns em um futuro próximo.
Beijos e Mario Götze se o Tuchel não te quer eu quero ta?
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Echte Liebe | Mario Götze
FanfictionUm ano depois de viajar para a Alemanha, Babi já se sente em casa morando em Dortmund. Ela se encontrou naquela cidade que por um acaso é movida a paixão por um time de futebol. Mario Götze voltou para casa. Ele está de volta ao Borussia Dortmund e...