Mais Do Que Um Jogo

Epílogo

Sete anos após A Cabeça de Metal.

- Sim, acho que a expansão pode funcionar nesta área. - Farker diz apontando para o mapa no painel do Conselho4.

- Seria interessante. - Marlon concorda ajustando os óculos. - Quando vai marcar a reunião com o conselho?

- Talvez amanhã. - Diz organizando sua maleta. - Hoje temos que descansar, as homenagens serão longas.

Alguém bate na porta e Farker a abre. Una entra dando um selinho nele.

- Como vai minha linda esposa? - O investigador se dirige a ela.

- Bem, mas tem alguém a espera de Marlon. – Ela diz, olhando automaticamente para ele.

- Quem? - Marlon pergunta do outro lado.

Una hesita um pouco para falar.

- É Kadence.

Não esperava por isso, há anos não tinha notícias do antigo ministro. Nem mesmo Zeno sabia onde o homem estava e por isso, já estavam o dando por morto.

Farker diz algo a Una e se vira ao amigo:

- Tudo bem se formos agora? – Perguntou, preocupado com o outro.

Marlon acenou um sim, deixando o dois saírem. Levantou-se da mesa e começou a andar pela sala, estava nervoso, não sabia como lidar com essa situação. Uma lembrança forte lhe voltou a memória e as palavras de Connor refrescaram sua memória. Não podia continuar preso naquela sala.

Descendo as largas escadas do palácio, agora principal de Uniom, Marlon avistou ao longe, na varanda ensolarada, um homem bem avançado em idade, movendo algumas peças de xadrez. Ao chegar perto, pode reconhecer os olhos claros e a barba feita da mesma forma, apesar dos fios brancos a mais.

Longe de vestir o terno comum, Kadence usava um casaco esporte e uma calça jeans.

O primeiro momento foi de observação. Kadence olhou para Marlon, vendo que já não aparentava ser o jovem inseguro de antes. Sempre de terno pelos corredores do palácio, Marlon fazia a província crescer a cada dia.

Permaneceu de pé perante o senhor, que não se intimidou nem um pouco.

- Não vai sentar? - Kadence disse, voltando sua atenção ao jogo.

Marlon não queria, na verdade, sentia-se aquela pecinha na mão dele.

- Não.

O ex-ministro levantou o olhar lentamente para o homem.

- Ok. - Levantou-se para olhar em seus olhos. - O que te disseram?

- Tudo.

Kadence pareceu surpreendido.

O velho passou as mãos entre os fios brancos.

- Você sabe o que é isto?

Tirou um relógio de bolso puído. Marlon pegou o objeto e abriu a tampinha desgastada. Não soube de imediato de quem era, mas viu uma foto de dois bebês na tampa.

- Estou achando que não te contaram a história verdadeira. – Comentou, observando-o analisar o artefato.

Marlon não sabia se podia confiar nele ainda.

- Mencionaram sobre você e minha mãe, mas...

Kadence sentou-se novamente e pediu que o outro também o fizesse.