Eu poderia ter dançado a noite inteira.

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De volta a Casa, eu tomei banho e arrumei minha roupa íntima, e então coloquei o coldre na coxa e meus sapatos de tiras. Eu optei por um penteado preso essa noite, torcendo meu cabelo em um nó atrás do meu pescoço. Com o básico feito, eu escorreguei cuidadosamente para dentro do vestido. Com tempo curto ou não, o ajuste foi perfeito. O vestido era perfeito. Pele pálida, cabelo escuro, lábios brilhosos, vestido preto. Eu parecia uma princesa exótica. Uma vampira princesa. Mas a pontada de dor remanescente da minha briga com a Mallory diminuía um pouco o conto de fadas. Mais pronta que eu poderia ficar, eu peguei as pressas minha espada e desci as escadas, onde o demônio de Mallory aguardava.
Ele estava de pé na sala de estar, com as mãos nos bolsos, corpo esguio vestido em um smoking. Um smoking preto, de ombros retos, uma perfeita gravata borboleta no seu pescoço. Seu cabelo estava solto, o dourado do cabelo reto em seu rosto, iluminando as suas bochechas cruelmente perfeitas, e seus olhos esmeraldas. Ele era quase bonito demais, lindamente intocável, o rosto de um deus – ou algo bem mais perverso.
— O que há de errado? — ele perguntou, sem olhar para cima. Eu alcancei o primeiro andar, e balancei a cabeça.
— Eu prefiro não falar sobre isso — isso o fez levantar o olhar, seus lábios se repartindo minimamente enquanto ele absorvia a seda do vestido.
— Este é um lindo vestido — sua voz era suave, de alguma forma bem mais masculina.
Eu acenei, ignorando a meia-voz.
— Nós estamos prontos?
Ethan inclinou sua cabeça para o lado. — Você está pronta?
— Vamos — Ethan pausou, e então acenou e foi em direção às escadas.
Ele me deixou em silêncio pela maior parte do percurso para Oak Park, o que era consideravelmente mais rápido do que a viagem para a propriedade Breckenridge.
Mas enquanto ele não falava, ele continuava virando e olhando para mim, lançando olhares preocupados e furtivos para o meu rosto, e alguns mais lascivos para mim, lançando olhares preocupados, enquanto seus olhos percorriam algumas partes
da minha anatomia. Eu notei, mas ignorei.
Na quietude do carro, meus pensamentos ficavam voltando para a conversa com a Mallory. Eu estava esquecendo como eu era antes da minha vida na Casa Cadogan?
Eu conheço a Mal faz três anos. Claro, nós tivemos um ou dois desentendimentos ao longo desse tempo. Nós éramos colegas de quarto, depois de tudo. Mas nunca algo assim. Nunca uma discussão em que questionávamos as escolhas uma da outra, onde nós questionávamos nossos papéis na vida uma da outra.
Isto era diferente. E eu temia o prenúncio de coisas infelizes. Da lenta dissolução de uma amizade já enfraquecida pela separação física, novos laços, desastres sobrenaturais.
— O que aconteceu?
Já que a pergunta do Ethan havia sido feita suavemente e, eu pensei, de forma sincera, eu a respondi.
— Mallory e eu brigamos — sobre você, eu adicionei silenciosamente, e então falei em voz alta. — Basta dizer que ela não está tão feliz com a pessoa, a vampira, que eu estou me tornando.
— Eu entendo.
Ele pareceu tão desconfortável quanto você pode esperar de um garoto,
mesmo sendo um garoto de quatrocentos anos. Eu pulei o aceno em concordância, pois eu não estava com humor para isso. Não para ir ao Oak Park, brincar de me arrumar, estar na mesma sala que o meu pai, fingir ser aquele tipo de garota.
— Eu preciso de um discurso motivacional — eu falei a ele. — A noite até agora tem sido horrível, e eu estou lutando contra a vontade de pegar um táxi de volta para a Casa Cadogan e passar uma noite íntima com duas tortas salgadas. Eu poderia ouvir um daqueles discursos “Faça por Cadogan!” que você gosta tanto.
Ele riu, e o som me confortou de alguma forma.
— Quer que eu fale que você está radiante?
O elogio foi provavelmente a melhor e pior coisa que ele poderia ter dito. Vindo dele, parecia ter mais peso, ser mais válido do que deveria ser. E isso me incomodou.
Muito. Assustou-me. Muito. Deus, a Mal estava certa? Eu estava sabotando minha relação com o Morgan por este homem? Eu estava trocando amizades verdadeiras, relacionamentos verdadeiros, pela possibilidade de ter o Ethan?
Eu me senti caindo em espiral dentro de uma espécie de redemoinho de
vampiros, o resto da minha vida normal se esvaindo. Só Deus sabe o quanto sobraria de mim.
— Que tal eu te lembrar — ele começou. — Que esta é a oportunidade para ser outra pessoa por algumas horas. Eu entendo, talvez melhor do que eu entendia antes, que você é diferente destas pessoas. Mas hoje a noite você pode deixar a verdadeira Merit em Hyde Park. Hoje a noite, você pode brincar de faz de conta. Você pode ser... a garota que eles não estão esperando.
A garota que eles não estavam esperando. Isso meio que soava bem.
— Não está nada mal — eu falei para ele. — E certamente é melhor que o
último discurso que você deu. — Ele fez um olhar ofendido digno de um Mestre vampiro. — Como Mestre da Casa é seu dever me dar o benefício da dúvida — eu terminei por ele. — E me motivar quando você puder. — Olhei-o. — Me desafie, Ethan, se você precisar. Eu entendo um desafio, eu posso aprender com ele. Mas trabalhe a partir da hipótese que eu estou tentando, que eu estou fazendo o melhor que posso — eu olhei para fora da janela.
— Isso é o que eu preciso ouvir.
Ele estava em silêncio por tanto tempo que eu pensei que havia irritado ele.
— Você é tão jovem — ele finalmente disse com aspereza em sua voz. — Ainda tão humana.
— Eu não estou certa se isso é um elogio ou um insulto.
— Francamente Merit nem eu sei.
Vinte minutos depois, nós paramos em um estacionamento circular na frente do prédio quadrado que era a casa dos meus pais em Oak Park.
A casa era uma órfã de estilo, completamente diferente do estilo homenagem a casa-de-campo-dos-Wright das casas ao redor. Mas meus pais tiveram influência suficiente na administração política de Chicago para ter seus projetos aprovados.
Então aqui estava, uma caixa retangular de concreto pastoso cinza no meio de uma pitoresca Oak Park. Ethan parou a Mercedes em frente da porta e entregou as chaves para um dos empregados que aparentemente assombravam estes tipos de eventos.
— A arquitetura é..., interessante — ele disse.
— É horrível — eu respondi. — Mas a comida normalmente é muito boa. — Eu não me importei em bater na porta, e nem ganhei um convite para entrar na casa.
Goste ou não, esta era minha casa também; eu imaginei que não precisaria de um convite.
Mas importante, eu não me importei com o meu primeiro retorno para casa logo após eu ter mudado. E aqui estava eu, a filha pródiga, fazendo seu retorno.
Pennebaker, o mordomo, estava parado dentro do foyer de vidro e concreto, sua estatura rígida e magra se curvando ao passar de cada convidado. Seu nariz levantou-se indignadamente quando eu me aproximei dele.
— Peabody — eu disse saudando-o. Eu adorava provocá-lo.
— Pennebaker — ele me corrigiu com um grunhido. — Seu pai está em reunião no momento. A Sra. Merit e o Sr. Corkburger estão entretendo os convidados. — Ele deslizou seu olhar de ferro para o Ethan e arqueou uma sobrancelha.
— Este é Ethan Sullivan — eu apresentei. — Meu convidado. Ele é bem-vindo.
Pennebaker acenou submissamente, e então olhou novamente para os
convidados atrás de nós. Aquele incômodo acabou, eu levei o Ethan e comecei a caminhada em direção ao longo espaço de concreto nos fundos do primeiro andar onde meus pais se entretinham. Ao longo do caminho, corredores vazios e angulares terminavam em uns becos sem saída. Persianas de fio de aço cobriam não as janelas, mas paredes de concreto puro. Uma escadaria levava para nada mais do que uma alcova que servia de mostruário para uma peça única de arte moderna que ficaria muito melhor na sala de um assassino em série maníaco. Meus pais chamavam o projeto de “instigantes”, e alegavam que era um desafio para a arquitetura popular, as expectativas das pessoas do que viriam a ser “escadas” e “janelas”.
Eu chamava o projeto de “psicopata contemporâneo”. O espaço estava
abarrotado com pessoas vestidas de preto-e-branco, um quinteto de jazz fornecia uma trilha sonora de um dos cantos da sala. Eu olhei em volta, procurando por alvos. Não havia nenhum Breckenridge à vista, e meu pai estava igualmente ausente. Não que isso fosse algo ruim. Mas eu achei algo tão interessante quanto perto do conjunto de janelas que ficavam no canto de um lado do recinto.
— Se prepare — eu o avisei com um sorriso, e o levei para a briga.
Eles estavam juntos de pé, minha mãe e minha irmã, olhos investigando a
multidão perante elas, cabeças juntas enquanto elas fofocavam. E não havia dúvidas que elas fofocavam. Minha mãe era uma das rainhas da fofoca. Ela usava um longo vestido conservador de um dourado pálido, e um bolero que caía bem em sua estatura elegante. Minha irmã, que tinha um cabelo tão escuro quanto o meu, usava um vestido de coquetel azul claro sem mangas. Seu cabelo estava puxado para trás, um prendedor de cabelo brilhoso e fino mantinha cada fio de cabelo escuro no lugar. E em seus braços, mordendo no momento o seu pequeno e gordinho punho, estava uma das luzes da minha vida. Minha sobrinha, Olívia.
— Oi, mãe — eu disse. Minha mãe virou, franziu as sobrancelhas e tocou os dedos na minha bochecha.
— Você parece magra. Você está comendo?
— Mais do que eu comi em toda a minha vida. É glorioso — eu dei um meio abraço em Charlotte.
— Sra. Corkburger.
— Se você acha que estar segurando minha filha vai me parar de te xingar — Charlotte disse. — Você está redondamente enganada.
Sem mover um cílio – e sem explicar porque ela planejava me xingar – ela
passou a minha sobrinha de um ano e meio e o lenço para arrotar que estava no ombro dela.
— Mei, mei, mei.
Olívia alegremente cantava, suas mãos batiam palmas enquanto eu a pegava nos braços. Eu tinha quase certeza que ela estava cantando o meu nome. Olívia, tendo perdido o gene de cabelos pretos dos Merit, era tão loira quanto seu pai, o Major
Corkburger, com uma auréola de cachos ao redor daquele rosto angelical e com olhos azuis vivos. Ela estava usando seu melhor vestido de festa, um vestido azul claro sem
mangas do mesmo modelo de Charlotte, com um laço largo de cetim azul em torno de sua cintura. O sobrenome do meu cunhado era realmente Major Corkburger. Mas
pelo fato de ele ser um ex-jogador de futebol americano loiro e de olhos azuis, eu presumi que já tinham falado muita merda para ele todo dia no colegial por isso.
Entretanto, eu raramente falhava em lembrá-lo disso.
— Por que você vai me xingar? — eu perguntei a Charlotte, assim que eu havia terminado de ajeitar a Olivia e
colocar o pano profilaticamente no meu ombro.
— Primeiro as coisas mais importantes — ela disse olhos no Ethan. — Nós não fomos apresentados.
— Ah, Mãe, Charlotte, este é o Ethan.
— Sra. Merit — Ethan disse, beijando a mão da minha mãe. — Sra. Corkburger.
Ele fez a mesma coisa com a minha irmã, que mordiscou o canto dos seus lábios, e arqueou uma sobrancelha em óbvio prazer.
— É... encantador te conhecer — Charlotte entoou, e então cruzou os braços.
— E como você está tratando a minha irmãzinha?
Ethan lançou um olhar em minha direção.
Não olhe para mim, eu disse a ele mentalmente, presumindo que ele pudesse me ouvir. Isto foi ideia sua. Você se meteu nisso, então você pode sair.
Eu não conseguia segurar o sorriso. Ethan revirou os olhos, mas parecia
divertido.
— Merit é uma vampira muito original. Ela tem certa... — nós todas nos inclinamos um pouco, ansiosas para ouvir o veredicto. — ...qualidade de estrela. — Ele olhou para mim quando falou, uma pontada de orgulho nos seus olhos verde esmeralda. Eu estava chocada o suficiente, eu mal consegui balbuciar um obrigada, mas deve ter havido choque suficiente nos meus olhos que ele não poderia ter perdido isso.
— Você tem uma casa encantadora, Sra. Merit. — Ethan mentiu para minha mãe.
Ela o agradeceu, e a conversa sobre os benefícios e desvantagens de viver em uma obra de arte arquitetônica começou. Eu calculei que deveria ter pelo menos dez ou quinze minutos para botar o papo em dia com a Charlotte.
Charlotte olhou para ele em aprovação, e então sorriu inteligentemente para mim.
— Ele é uma delícia. Diga-me que você já o pegou.
— Eca. Eu não “o peguei”. E nem planejo fazer isso. Ele é problema embalado em um muito bonito pacote.
De cabeça inclinada, ela deu uma verificada completa no corpo do Ethan.
— Muito bonito pacote de verdade. Estou achando que ele pode ser um problema que vale a pena, irmãzinha — ela olhou para mim novamente, e então franziu a sobrancelha.
— O que está acontecendo entre você e o papai? Vocês estão brigando, e
então você vira vampira, e então vocês ainda estão brigando, e agora, de repente, você está aqui. Numa festa. De vestido.
— É complicado — foi a minha admitidamente fraca resposta.
— Vocês dois precisam sentar juntos e resolver esta confusão.
— Eu estou aqui, não? — ela não precisava saber exatamente o quanto eu odiava estar aqui. — E no que diz respeito às brigas, ele ameaçou me deserdar duas vezes no último mês.
— Ele ameaça deserdar todo mundo. Você sabe como ele é. Você o conhece há vinte e oito anos.
— Ele não ameaçou o Robert — eu apontei, minha voz soando muito como a irmãzinha petulante.
— Bem, obviamente não o Robert — Charlotte concordou secamente,
alcançando a barra da saia da Olivia para ajeitá-la. — O querido Robert nunca faz nada errado. E falando de drama familiar, eu recebi um telefonema para me contar que você era um vampiro? Não. Eu tive que descobrir através do papai. — Ela deu um peteleco na ponta da minha orelha com seu indicador e dedão. Eu acho que isso explicava o porquê dela querer me xingar.
— Hey! — eu disse, cobrindo minha orelha com a minha mão livre do bebê. — Isso não era engraçado quando eu tinha doze anos, e não é engraçado agora.
— Aja de acordo com a sua idade, e eu agirei de acordo com a minha — ela
disse.
— Eu estou agindo de acordo com a minha idade.
— Todas as evidências apontam o contrário — ela reclamou. — Só me faça um favor, está bem?
— O quê?
— Só tente, por mim? Para melhor ou pior, ele é o único pai que você tem. E só você é imortal Merit, pelo que eu saiba.
Eu sorri e relaxei um pouco. Charlotte e eu não éramos próximas, mas eu dava valor ao seu uso do sarcasmo. E, claro, nós dividíamos aquele gosto inebriante pela rivalidade entre irmãos com Robert.
— Sobre o negócio de imortalidade — ela disse. — Talvez agora seja a hora de você e o papai consertarem algumas pontes quebradas. — Meus olhos se alargaram para a seriedade repentina em sua voz. — Você estará aqui por mais tempo do que o
resto de nós — ela disse. — Você estará viva até bem depois que nós tivermos morrido. Depois que eu tiver morrido. Você cuidará do crescimento das minhas crianças e dos meus netos. Você os olhará e cuidará deles. E isso é sua responsabilidade, Merit. Eu sei que você tem deveres para com a Casa, eu aprendi o bastante em dois meses para entender isso. Mas você também é um Merit, para bem
ou mal. Você tem a habilidade, você é a única que tem, de deixá-los seguros.
Ela soltou um suspiro abatido, um suspiro materno, e depositou um sério olhar em sua filha, ajeitando novamente o seu vestido. Eu não tinha certeza se era nervosismo, tentando achar algo para fazer com as mãos, ou simplesmente o ato de
tocar sua filha.
— Há pessoas loucas nesse mundo — ela continuou. — Virar um vampiro certamente não evita os loucos. Eles dizem... qual é o nome dela? — Nem
precisa perguntar de quem ela estava falando.
— Celina.
— Celina. Eles dizem que ela está presa. Mas como nós saberíamos disso?
Ela voltou seu olhar para mim, e eu vi uma preocupação de mãe, e a suspeita materna, em seus olhos. Ela podia imaginar que a Celina teria sido solta, mas ela não sabia. Meu pai, aparentemente, havia mantido sua palavra, e não havia revelado o que
o Ethan havia contado para ele.
Eu poderia ter contado tudo para a Charlotte, contar tudo que me incomodava.
Mas ao invés disso, eu mantive o fardo em minhas mãos.
— Já cuidaram disso — eu simplesmente disse. Não haviam claro, cuidado disso. Celina estava por aí em algum lugar. Ela sabia onde eu estava, e ela provavelmente não estava acima de perseguir minha família para mostrar o tamanho
da irritação dela comigo. Eu presumo que isto era o que eu era para ela – uma irritação. Um projeto inacabado. Mas se eu podia fazer dois juramentos para um estranho – na frente de uma Casa cheia de estranhos – eu podia fazer um juramento silencioso para a Charlotte que eu cuidaria da Olivia e de seus irmãos e irmã mais velhos, e se eu ficasse viva o bastante, cuidaria dos filhos dos filhos dela. Eu poderia
prometer em ficar Sentinela, que havia me dado um nome da mesma forma que eu faria pela família para qual eu havia cedido meu nome.
— Já cuidaram disso — eu repeti, garantindo, incutindo sinceridade na minha voz que eu levaria uma estaca antes, do que deixar alguma coisa acontecer com a Olivia. Ela olhou para mim por um longo e silencioso momento, e então acenou, nosso
entendimento alcançado, o trato feito.
— P.S., este vestido é uma afronta.
Desconcertada tanto pela mudança brusca de assunto e com o comentário, eu troquei o peso da Olivia de um lado para outro e olhei para o meu vestido. Charlotte balançou a cabeça.
— Não o seu. O da Lucy Cabot — ela apontou para um grupo, para uma mulher com uma tenda organza drapeada com poás. — Horrível. Não, o seu é um amor. Eu vi na Semana de Moda, não me lembro de quem o desenhou. Badgley? Eu esqueci.
Independentemente, seu estilista foi muito bem. — Ela lançou um olhar astuto de volta para o Ethan, que estava conversando com a minha mãe. — E seus acessórios são fabulosos.
— Ele não é meu acessório — eu a lembrei. — Ele é meu chefe.
— Ele é todo bom, isso é o que ele é. Ele poderia me assediar sexualmente qualquer dia.
Eu olhei de relance para a mais nova Corkburger, que piscava seus grandes olhos azuis para mim enquanto ela mastigava o final do seu paninho para arroto.
— Cadê os protetores de ouvido?
— Vido — Olivia disse. Eu não estava certa se isso eram gases ou a tentativa de imitar o que eu estava falando. Eu aposto no segundo. Olivia me adorava.
— Querida — Charlotte disse. — É o século vinte e um. Vampiros são chiques, os Cubs* têm um uniforme, e é perfeitamente aceitável para uma mulher achar um homem atraente. Estas são todas as coisas das quais minha filha precisa saber.

Mordidas de sexta a noite 2Onde histórias criam vida. Descubra agora