Nós comemos, dançamos e tomamos champagne por quase uma hora e
ainda não víamos um sinal nem do meu pai nem dos Breckenridges. Era difícil fingir ser detetive sem evidências. Quando eu peguei o levantar interessado das sobrancelhas de Ethan, eu automaticamente olhei na direção do seu olhar, esperando ver Joshua Merit perto. Mas ao invés do meu pai, no meio de um círculo de homens rindo, estava o prefeito. Aos trinta e seis, Seth Tate estava no começo do seu segundo mandato. Ele se autodenominava reformista, mas não tinha sido capaz de produzir o renascimento econômico que ele havia prometido quando fez campanha contra a máquina política de Potter que dominou Chicago antes de sua eleição.
Ele também deu a posição ao meu avô de Ombud, logo abrindo oficialmente a administração e a ala de segurança da cidade para os sobrenaturais de Chicago. Tate era alto e surpreendentemente em forma para um homem que avaliava política o dia todo. Ele também era ridiculamente lindo. Ele tinha um rosto de um anjo rebelde – cabelo negro, olhos azul cristal, eu olhei de volta para o Ethan, seu olhar no Tate e vi um estranho olhar de cobiça em seu rosto. Foi aí então que tudo se encaixou. Eu sabia
que o Ethan queria acesso ao meu pai e aqueles da sua laia. Nossa tentativa de manter as Raves fora da imprensa foi uma maneira conveniente de construir aquela conexão.
Mas Raves e matérias de jornal à parte, Ethan queria acesso ao Tate.
Acesso o qual Tate, até agora, não estava com vontade de fornecer.
— Você deveria dizer olá para o nosso jovem prefeito — Ethan disse.
— Eu já disse olá — eu disse. — Eu conheci Tate duas vezes antes. Isto já foi o bastante.
— Sim — Ethan disse. — Eu sei disso.
Devagar, eu lancei um olhar a ele, minhas sobrancelhas levantadas.
— Você sabe disso? — Ethan bebericou seu champagne.
— Você sabe que o Luc faz levantamentos sobre seus guardas, Merit, e que ele fez um levantamento sobre você. Eu revisei aquele levantamento e eu também leio o
jornal Tribune tão bem quanto qualquer um.
Eu deveria ter sabido. Eu deveria ter sabido que ele teria lido o artigo e eu
deveria ter sabido que o Luc o teria dado para o Ethan. Eu havia voltado para casa para um feriado prolongado durante meu terceiro ano na Universidade de NY. Meus pais
haviam conseguido ingressos para o Balé Joffrey, e o repórter do Tribune tirou uma foto minha e do Tate dando um aperto de mãos. Este não é o tipo de coisa que seria normalmente digna de foto, exceto pelo fato de que espelhava quase perfeitamente
uma foto do Tribune de nós, seis anos antes. Na primeira vez, eu tinha quatorze anos com um pequeno papel numa grande produção de balé. Tate era um jovem vereador naquela época, no segundo ano da faculdade de direito. Provavelmente para abrir uma relação com meu pai, ele me entregou flores depois da performance.
Eu ainda estava fantasiada – collant, tutu, sapatilhas e leggings – e o fotógrafo o pegou no meio da entrega do buquê de rosas brancas. O repórter do Tribune que nos pegou na performance do Joffrey aparentemente gostou do simbolismo, e as duas fotos acabaram lado a lado, na página de notícias local. Eu acredito que eu não poderia
responsabilizar Ethan por pensar pra frente, por aproveitar cada gota de oportunidade, mas machucou representar o peão de novo.
— Humanos não são os únicos animais políticos — eu murmurei. De sobrancelhas levantadas, Ethan olhou para mim.
— Esta é uma análise das minhas táticas Sentinela?
Balançando a cabeça, eu olhei de volta para o grupo e surpreendentemente encontrei olhos avaliativos em mim. Eu sorri astutamente.
— Por que não Sullivan. Se você tem a arma perfeita, você tem mesmo que
usá-la.
— Perdão?
— Vamos ver quão bem eu posso atuar, não?
Antes de ele poder perguntar o que eu queria dizer, eu coloquei o meu sorriso familiar Merit mais brilhante, endireitei as costas, e caminhei até a panelinha do prefeito. Seu olhar me seguindo enquanto eu me movia, Tate acenou distraidamente para aqueles em volta dele, e então dirigiu seu caminho entre o povo em minha
direção, dois homens rígidos em ternos atrás dele. Essa comitiva não excitava, mas eu apreciava sua determinação. Tate não parou até chegar a mim, olhos azuis brilhando, covinhas salientes nos cantos de sua boca. Político arrogante ou não, ele era inegavelmente atraente. Nós nos encontramos no meio da sala, e eu achei, dado o seu rápido olhar atrás de mim, que Ethan havia me seguido.
— Bailarina — ele sussurrou, segurando as mãos que eu havia levantado para ele.
— Sr. Prefeito.
Tate apertou minhas mãos. Quando ele se inclinou para frente, apertando seus lábios na minha bochecha, um cacho do seu leve cabelo escuro – usado um pouco longo do que geralmente apropriado pelos votantes mais conservadores de Chicago –
encostou na minha bochecha.
Tate cheirava como limão e luz do sol e açúcar, uma combinação etérea
estranha para um administrar da cidade, mas não menos delicioso.
— Faz muito tempo — ele sussurrou, e um arrepio passou pelas minhas costas.
Quando ele se afastou, eu olhei para trás de mim, e vi fogo o bastante nos
olhos de esmeralda de Ethan para me sentir vingada e indiquei-o com uma mão negligente.
— Ethan Sullivan, meu... Mestre.
Tate ainda estava sorrindo, mas o sorriso não chegava aos seus olhos. Ele estava excitado de me ver, por razões lascivas ou outras que fossem. Ele estava claramente menos excitado de conhecer Ethan. Talvez ele estivesse evitando encontros com os Mestres da Cidade. E aqui eu estava forçando isso. Por outro lado, não tinha como meu pai não ter mencionado que nós tínhamos planejado vir à festa – essa era uma informação que ele não teria conseguido manter para si.
Eu decidi que isso era aviso bastante para o Tate. Ethan deu um passo para frente, do meu lado, e Tate ergueu uma mão dura para ele.
— Ethan, contente de ter finalmente te conhecido.
Mentiroso, pensei, mas assisti a interação com fascinação. Eles deram as mãos.
— É uma honra finalmente conhecer você, Sr. Prefeito.
Tate deu um passo para trás, me dando uma óbvia conferida, o sorriso em seu rosto abrandando um olhar que de outro jeito seria completamente degradante. (E, deste jeito, parecia somente quarenta a cinquenta por cento degradante. Bad boy ou não, ele era terrivelmente bonito.)
— Eu não a vejo há anos — Tate disse. — Não desde a última foto do Tribune — ele sorriu charmosamente.
— Eu acredito que você está certo — ele acenou.
— Eu ouvi que você mudou de volta para Chicago para trabalhar no seu
Doutorado. Seu pai estava tão orgulhoso das suas realizações acadêmicas.
Isto era novidade para mim.
— Eu senti muito ter ouvido que você..., parou seus estudos acadêmicos.
Tate lançou um olhar na direção do Ethan. Desde que eu tinha parado meus estudos somente porque Ethan havia me transformado em vampira, o tiro no Ethan foi completamente descarado e francamente um pouco surpreendente. Tate percebia alguma animosidade entre nós? Ou ele estava tentando criar para criar uma fissura?
Enquanto eu admitidamente gostava de incomodar Ethan, eu ainda estava do seu lado, e eu não era ingênua suficiente para achar que cuspir no prato que eu comia era uma boa ideia, mesmo que fosse para deixar o Prefeito feliz.
— Eu acredito que a imortalidade compensa a falta de diploma — eu disse ao Tate.
— Bem — ele disse, não escondendo sua surpresa. — Eu vejo. Aparentemente, nem o Prefeito sabe de tudo.
Eu gostei que ele sentiu o baque, e que ele reconheceu que a sua informação sobre a suposta animosidade entre eu e Ethan, de quaisquer que fossem as fontes, não estavam inteiramente corretas. Nem, para ser honesta, estava totalmente incorreta.
— Eu queria te agradecer — eu disse a ele, mudando de assunto. — Pela
confiança que você depositou no meu avô. — Eu olhei em volta, pensando que seria melhor limitar o que eu dizia sobre a posição do meu avô em companhias diferentes – e na casa do meu pai. Como em “sem entrar em detalhes, dado que isso não é hora
nem lugar para este tipo de discussão,” eu introduzi e Tate acenou em entendimento.
— Ele está feliz que está se mantendo ocupado, ajudando, e eu estou feliz que eu tenho alguém do meu lado. Todos nós estamos.
Tate concordou como você esperaria de um político em campanha – seriedade e gravidade em sua expressão.
— Nós estamos na mesma página aqui. Você, todos vocês, merecem uma voz em Chicago.
Um dos homens do Tate se inclinou na direção dele. O Prefeito ouviu por um momento, e então acenou.
— Eu sinto deixá-los — ele me disse, seus lábios curvados num sorriso
melancólico. — Mas eu preciso ir a uma reunião. — Ele esticou uma mão para o Ethan.
— Estou feliz que finalmente conseguimos nos conectar. Nós devemos separar um horário para conversarmos.
— Isto seria bom, Sr. Prefeito — Ethan concordou acenando.
Tate olhou para mim novamente, abriu sua boca para falar, mas pareceu pensar melhor. Ele colocou suas mãos na parte de cima do meu braço, se inclinou para mim, e apertou seus lábios contra minha bochecha. E então ele trocou, seus lábios na minha orelha.
— Quando você conseguir escapar, entre em contato. Ligue para meu
escritório, eles te passarão para mim, dia ou noite.
A parte do “dia” era supérflua, dado meu pequeno problema com luz solar. O resto – o fato de ele ter requerido uma reunião comigo, não Ethan, e o acesso que ele acabou de garantir – era surpreendente, mas eu concordei quando ele foi pra trás.
— Boa noite — ele disse, com uma meia reverência para nós dois. Um dos seus seguranças deu um passo a frente dele e começou a abrir caminho pela multidão. Tate
seguiu pelo espaço que o segurança havia acabado de fazer, um segundo segurança atrás dele.
— Ele quer que eu ligue pra ele — eu balbuciei, quando a multidão se formou novamente em volta de nós. — Ele me disse para entrar em contato a qualquer hora. Que o seu escritório ia me passar para ele — eu olhei para o Ethan. — Sobre o que
poderia ser?
Ethan franziu as sobrancelhas para mim.
— Eu não tenho ideia — ele continuou me encarando, uma sobrancelha para cima com óbvia desaprovação.
— Por que a cara comprida?
— Há alguém que não esteja a fim de você?
Eu sorri para ele.
— Se falta alguém, é porque você não me apresentou para eles ainda. Mata Hari* a sua disposição. Você gostaria de adicionar ele a lista?
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Mordidas de sexta a noite 2
VampiroSinopse: Dez meses após vampiros revelarem sua existência aos mortais de Chicago, estão desfrutando de um status de celebridade normalmente reservados para a elite de Hollywood. Mas se as pessoas aprendem sobre as festas Raves, alimentação em massa...