55 - O meu melhor namorado

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Alex estava me pedindo em namoro ali, bem no meio do corredor de um hospital, e a maneira com que ele fez não poderia ser mais ao estilo dele. Em seu rosto havia expectativa, incerteza, ansiedade e aquela dose de divertimento que era tão comum para mim. As mãos grandes e masculinas de Alex seguraram meu rosto e ele arqueou uma sobrancelha em sinal de impaciência.

- O gato comeu sua língua? - Havia um discreto tremor nas palavras dele. - Não vai me responder?

O último ano passou como um filme na minha mente. Cada momento, cada emoção e barreira que foi superada. As dores e as perdas, as pequenas e grandes vitórias. Nossa amizade era mais forte do que nunca naquele momento, e eu tinha plena certeza de que nada e ninguém poderia nos separar.

- Você está me tirando da friendzone, Alex Torres? - Perguntei para ele com um sorriso na voz.

- Cala essa boca... - Ele sussurrou e me beijou intensamente.

- Muito romântico...

- Olha, tá decidido. - Alex falou enquanto acariciava meus cabelos. - Estamos namorando e você me deve flores por causa dessa desfeita toda.

Arqueei a sobrancelha e abracei novamente sua cintura, esquecendo que ele havia machucado as costas no acidente e fazendo com que outro tremor atravessasse o corpo forte do Alex.

- Que desfeita? - Perguntei dissimulada.

- Não dizer sim pra mim. - Ele resmungou e juntou nossas testas.

- Sim.

- Sim o quê? - Ele quis saber.

- Aceito ser sua melhor namorada. - Um sorriso enorme tomou conta do meu rosto.

Alex agradeceu com outro beijo que me fez amolecer por dentro. Como ele conseguia fazer aquilo? Me deixar entregue com um simples sorriso ou com um beijo arrebatador? Eu não me importava mais. Fazia tempo que tinha desistido de lutar contra tantos sentimentos profundos que Alex me despertava, havia mais entre nós do que simples afeição ou apenas atração.

Amava aquele idiota do jeito que ele era, e sabia que ele me amava do mesmo jeito.

- É um milagre a gente ficar junto. - Alex disse.

- Nós sempre estivemos juntos.

- É verdade. - Ele concordou. - Você me faz muito feliz, tem como melhorar?

- Acho que já vivemos o pior não é? - Deixei a frase no ar e voltei minha atenção para a janela de vidro, procurando por Matheus.

Não demorou muito para que as enfermeiras nos deixassem entrar e meu filho voltou para meus braços. Alex já tinha ligado para Joana e explicado a situação do acidente, pedindo para que ela viesse nos buscar. Já estava amanhecendo quando finalmente fomos liberados pelo hospital, a equipe de resgate avisou à polícia sobre o ocorrido na estrada e dois policiais vieram ao nosso encontro ainda na recepção do hospital para colher nossos depoimentos.

- Mamãe está muito nervosa. - Joana disse com receio. - Que tal vocês voltarem lá pra casa?

- Eu quero voltar para o Rio. - Alex respondeu com tranquilidade e eu o encarei com incredulidade. - Se você não puder nos levar, posso pedir ao Saci.

- Isso é mesmo necessário? - Escolhi as palavras com cuidado. - Sua mãe deve estar desesperada.

- Kika... - Ele prendeu Matheus na cadeirinha que Joana trouxe de casa e sentou-se ao lado dele. - Quero ir pra casa.

Joana e eu nos entreolhamos e permanecemos em silêncio.

- Além do mais foi só um susto que destruiu meu carro. - Alex concentrou-se no Matheus.

A irmã do meu melhor namorado apenas assentiu com a cabeça e não demorou para pegarmos a estrada novamente. Quando passamos pelo local do acidente parecia que nunca havia acontecido, pois o local já estava limpo. Apenas um amassado no tronco da árvore onde colidimos anunciava que algo tinha ocorrido fora do normal naquele lugar.

Alex pegou minha mão e eu relaxei um pouco. Viajamos os dois no banco de trás, um de cada lado do Matheus, tentando permanecer juntos o bastante, apesar de sabermos que nada nos afastaria dele.

Quando chegamos no apartamento encontramos minha mãe e Branca paradas no portão. Elas correram na nossa direção e fomos inspecionados minuciosamente para terem certeza de que estávamos realmente bem. Joana não se demorou muito e fez a viagem de volta para Petrópolis no mesmo instante, dizendo que um amigo levaria o carro para ela, o que era bem estranho pois tanto Alex quanto eu não sabíamos que ela tinha amizades no Rio. Depois que confirmaram nosso bem estar, Branca e Dona Ursula foram embora prometendo voltar no dia seguinte e pedindo o para que ligássemos caso alguma coisa acontecesse conosco.

Alex tomou a frente, fazendo questão de cuidar do Matheus e colocá-lo para dormir enquanto eu tomava banho.

Quando saí do chuveiro enrolada numa toalha macia vermelha encontrei Alex no quarto, sentado na beirada da cama, de cabelos molhados e vestindo uma bermuda folgada de tactel.

- Tomou banho?

- No banheiro do corredor. - Ele justificou. - Matheus dormiu rapidinho, estava cansado.

Aproximei-me dele que me puxou pela cintura para me encaixar entre suas pernas. Meus dedos brincavam nos cabelos escuros e úmidos de Alex, que fechou os olhos apreciando o carinho. Segurei seu rosto e inclinei-me um pouco para beijar os lábios macios do meu melhor namorado, enquanto eu me ocupava em explorar cada canto de sua boca com a língua e morder seus lábios de leve, Alex me segurou pelas coxas, me colocando sentada em seu colo. Com o movimento a toalha que me cobria escorregou até enrolar-se na minha cintura, Alex se livrou dela com um puxão e jogou-a no chão do quarto, me deixando completamente nua.

Apertei minhas mãos nos cabelos do Alex, mantendo-o bem próximo de mim enquanto devorava seus lábios. Em resposta as mãos dele percorreram minhas coxas com avidez, subindo para a cintura, braços e envolvendo meus seios, provocando um suspiro excitado em mim.

Alex moveu-se para trás até alcançar o centro da cama, levando-me junto com ele.

O bebê do meu melhor amigo (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora