Cap I - Eu fui

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Amigos, eu fui. Fui passar todo o mês de janeiro em uma das fazendas da minha família. Lembro-me de há muito tempo estar amadurecendo esta idéia. Lá seria perfeito para desenvolver meu projeto de pesquisa e me afastar da minha família tradicionalmente esmagadora. Acordei em um sábado já de férias e coloquei as malas no jipe. Despedi-me dos meus pais e principalmente do meu cachorro, Pierre, um labrador preto que era mais presente em minha vida que estes. Seria ele de quem eu mais sentiria falta. Por fim ouvi as inúmeras recomendações do meu pai, que sempre me faziam pensar em como ele achava que eu era um retardado, e sai da garagem do prédio deixando o sol matinal do fim de semana me recarregar as forças. Coloquei os óculos de sol e abri os vidros do carro. Demorei para finalmente deixar BH para trás, mas a sensação de liberdade era gostosa. Apertar o acelerador do Troller com minha Tiberland marrom mais ainda.


Já passava das 14 horas quando eu avistei um posto de gasolina. Pelas minhas contas às 18 horas eu estaria no povoado de Pinheiros, do qual pegaria a estrada para a entrada da fazenda. Desci do jipe e pisei firme no chão batido do posto. Meus dedos dentro da bota pediam um pouco de liberdade, que àquela hora eu não poderia proporcionar a eles. Entrei na conveniência varado de fome. Logo avistei o buffet e peguei um prato. De tão distraído acabei me esbarrando em um sujeito que ia na mesma direção.


— Me desculpe — Alteei os olhos para encará-lo. A figura que me encarava com o cenho franzido assustaria até o Conan, o bárbaro. Era um sujeito alto e corpulento. Sua pele branca era marcada por algumas tatuagens, e sua careca reluzia. Engoli seco, mas ele pareceu não se importar, apenas entrou na minha frente e encheu o prato. Meio sem graça, me servi, pedi ao atendente uma Heineken que exalava sua alegria verde no congelador ao lado, e me sentei longe dele.

            Enquanto comia eu não conseguia deixar de observá-lo, tentando despistar sempre. Paguei a conta e ele continuou dentro do restaurante. Era hora de partir, ou não conseguiria cumprir meu cronograma.

— Belo carro, play. — Uma voz grave me fez virar quando procurava a chave no bolso. Eu não sabia o que dizer quando vi cinco sujeitos extremamente mal encarados ao meu redor. um negro troncudo de barba cerrada parecia o líder deles, se aproximou e depositou a mão sobre meu ombro. — Você se importa de me emprestar para uma da uma voltinha?


Engoli seco. Meu pai tinha razão, eu sou um idiota. Eu não tinha reação. O sujeito negro apertou forte o meu ombro me fazendo decair um pouco. Apertei a chave do carro entre os dedos e já estava disposto a entregá-la, quando um barulho rasgado de descarga de moto chamou a atenção de todos.


— Solta o garoto, Malboro! — Uma voz cerrada surgiu entre eles descendo de uma Haley Davidson cor de chumbo.


— Vá cuidar dos teus problemas, Pitbull! — respondeu o negro ao sujeito careca do restaurante. Debaixo do sol forte eu pude reparar melhor nele, usava uma bermuda jeans puída e uma camisa xadrezada de azul com preto. Nos pés um all star nitidamente fodido.


— Solta o moleque, Malboro! — disse novamente com calma. O negro sorriu de lado e dois sujeitos tentaram agarrar o careca. Este por sua vez não teve nenhum problema em derrubar os dois. Estalava os dedos quando os outros dois saíram correndo, deixando o negro sozinho no local.


— Isso não fica assim. Você e o seu namoradinho vão me ver outra vez. — Jurou o líder do bando finalmente me soltando e por fim cuspindo no meu sapato. — Pode escrever! — Passou ao lado do pitbull e apontou-lhe o dedo na cara. E ao passar pelos seus comparsas caídos no chão, ateve-se a chutá-los.


— O - obrigado. — Ainda nervoso agradeci.


— Não tem por onde. — Falou o careca me estendendo a mão. —Juan Carllo Pitbull.


— Fabio Henrique. — Apertei-lhe a mão estendida sentido seu sangue pulsar.


— Cuidado garoto, tu não é muito novo para viajar sozinho não?


— Não, tenho 19. Estou indo para a fazenda dos meus pais, em Pinheiros.

— Cuidado! — disse ele montando novamente na motocicleta e torcendo o acelerador com gosto. À medida que meu coração ia se acalmando, meu cacete ia subindo dentro da calça.


Quando ele sumiu deixando o rastro do barulho eu já estava parado ao lado da bomba de gasolina. Ainda um pouco tenso, enquanto o frentista enchia o tanque descalcei os tênis. Minhas meias brancas estava levemente suadas. Exalavam um cheiro gostoso. Quando o frentista voltou para me devolver a chave, fez uma cara engraçada ao sentir o cheiro. Arranquei novamente o jipe agora acelerando de meia.


Era deliciosa a vibração do carro nos meus pés. Meu pau, ao mesmo tempo por Pitbull, latejava na cueca. A alguns metros de pinheiros fui obrigado a parar. Não por problemas no carro, ou por estar cansado, mas para descarregar aquele tesão todo. Descalcei uma das meias e a meti no nariz. Com a outra eu encobri meu pau. Comecei a punhetar. Na minha fantasia Pitbull vinha e me agarrava com sua mão branca e pesada. E me guiava até o chão até a sola do seu all star imundo. Jogado lá, ele me pisava e me encarava com sua face mal encarada. A boca semi aberta e a respiração pesada. Pitbull era meu dono. Não demorei a gozar. Foi muita porra parar dentro da meia, encharcando-a. Demorei alguns segundo para me recompor. Continuei meu caminho descalço, enquanto o sol se punha no primeiro dia da minha aventura.

Meu primeiro mestre [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora