The end - 3

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Não sei quanto tempo
fiquei desacordado, mas quando abri os olhos me vi de volta a sala onde
rodrigão havia me violado. Senti meu coração dar um salto e fiquei com medo do
resgate ter sido somente uma ilusão. O lugar estava quente e percebi que meu
rosto estava suado. Já não mais estava com o capuz e meu cabelos agora estavam
presos a minha testa. Passei a mão e os tirei. Respirei fundo e senti o ar
quente. Minha vista começou a se firmar. Vi então que a lareira do lugar estava
em chamas. O mormaço me abraçou quando vi Jasão e pitbull de costas pra mim e
de frente para malboro e rodrigão. As armas estavam jogadas no chão.
Provavelmente sem munição . Sentia tensão no ar, e em questãod e segundos vi os pares de homens se
engalfinharem.

            Pitbull
estava sendo engravatada por Malboro. A rixa dos dois parecia antiga. Enquanto
o negro tinha o careca preso em seus braços, recebia socos violentos em seu
estomago. Até quando ele agüentaria? Quem agüentaria mais? Enquanto isso, Jasão
havia jogado o chapéu no chão e rodrigão apenas de cueca ficava dando voltas e
o encarando. Vi quando os dois se atracaram e foram parar no chão. Rodrigão
sobre Jasão desferia socos em seu rosto. O peão provavelmente ainda não havia
se recuperado do ataque anterior. Eu senti vontade de gritar, mas me faltou
força. O ar estava mais quente e abafado agora. Pitbull havia se livrado da
gravata de malboro e agora insistia em socos que o negro sempre defendia.
Parecia prever o movimentos do motoqueiro. Em um desse socos, o negro segurou-lhe
o punho e dobrou.

De dor, pitbull veio a
cair de joelhos diante do chefe dos motoqueiros. Vim o semblante de uma risada
em sua face. Não pude fazer nada. Voltei meus olhos para Jasão, e o vi se virar
com força e jogar rodrigão para o lado. O brutamontes caiu de costas e o peão
se levantou. Sua camisa estava suja de sangue, provavelmente as feridas havia
sido abertas. Antes que rodrigão conseguisse se levantar, Jasão o parou com uma
pesada no peito. Vi sua nova bota reluzir e deixar uma marca no peitoral do
motoqueiro. Em seguida  Jasão começou a
chutar-lhe o corpo. Pitbull ainda estava de joelhos. Malboro havia feito algo
que, só de respirar, a dor no punho preso latejava. O negro gigante havia
retirado seu enorme mastro para fora, e com a idéia de humilhar o careca,
começou a lhe dar uma surra de vara na cara. Péssima idéia. Pitbull buscou
forças não sei aonde e agarrou o mastro do negro.  Esse exibiu uma expressão de pavor, e em
seguida de dor quando o careca começou a cravar as unhas em seu pênis. O urro
de dor podia ser ouvido a quilômetros.

Jasão se afastou de rodrigão quando esse pareceu
já estar desacordado. Em meio a nevoa quente que havia se formado no recinto
seus olhos encontraram-se com os meus. Ele veio caminhando em minha direção
quando rodrigão se levantou com salto prestes a lhe atacar pelas costas. Por um
instinto Jasão se virou e acertou pesadamente um chute em suas bolas. Os olhos
do brutamontes se reviraram de dor. Ele caiu de joelhos e em seguida por cima
da barriga. Enquanto ainda urrava pitbull estava disposto a arrancar o membro
de malboro. Sangue já escorria por seus dedos. O motoqueiro careca soltou
finalmente e se pos de pé. Os olhos lacrimejosos de malboro imploravam por
piedade. Mas imploravam para o sujeito errado. Pitbull era um ser vazio. Com
uma pesada certeira o careca o lançou. Agarrado em seu caralho sangrando,
malboro foi parar dentro da lareira, explanado as chamas que logo começaram a
se alastrar pelas cortinas e roupas no chão. Toci e fechei meus olhos. Meu
mestre novamente me pegou no colo. Senti-me seguro e demasiado exausto. Quando
saímos do lugar senti o orvalho gelado da noite fazer carinho em minha pele
quente. Abri meus olhos e percebi que estava cruzando o jardim da mansão
abandonada do capão do lobo. Ela agora ardia em chamas às nossas costas. Nós
três cruzamos o jardim até um jipe que ascendeu os faróis quando nos
aproximamos. Tomás estava na direção. Me sorriu precendo aliviado.

Devolvi o agrado. Meu
mestre me colocou no banco trazeiro e se sentou ao meu lado. Tomás me olhou
pelo espelho retrovisor e fiz sinal de ok. Ele manobrou e saímos da propriedade
amaldiçoada deixando a casa arder em suas chamas de pecado e sangue.

            Acordei com os olhos pesados. Estava em minha cama e
coberto com meus lençóis. Demorei para me situar. Meu corpo doía. Depois de
quase uma hora encarando o teto eu resolvi colocar o pé direito no chão. Me
levantei, me vesti, comi alguma coisa e sai para fora da casa. O dia estava
morno. O vento corria fresco e fingia que anda havia acontecido ontem. Caminhei
até o troller e entrei. Coloquei a chave na ignição certo do que tinha que
fazer. De longe vi Jasão arrastar o bárbaro. Ele me notou dentro do carro e
aquiesceu com um sorriso fechado. Eu devolvi o aceno e liguei o motor. Dentro
de poucas horas estaria com o meu mestre.

Dirigi refazendo o
caminho até o esconderijo de pitbull. Desejei muito que ele ainda estivesse lá.
Quando por fim vi o carro de Tomás fiquei mais contente. Nessa ocasião não bati
a porta. Entrei de uma vez e me deparei com um cena extremamente tesuda. O japa
massageava o enormes pezões do motoqueiro. Ele sorriu  ao me ver. Aquele sorriso safado. Fechei a
porta às minhas costas  e me dirigi até
ele. Ao ficar a sua frente me ajoelhei e peguei um dos seus pés. Senti a  textura quente ao massagea-los. Tomás ao meu
lado massageava o outro. Pitbull tinha mão enorme sobre o pacote.

            — A que devo a honra fabinho? — Perguntou o motoqueiro
ascendendo um cigarro.

            — Vim lhe agradecer! — falei com toda a sinceridade
enquanto corria meus dedos pelas suas solas largas e perfeitas. — A você e ao
tom. — Virei e encarei os olhos do japa.

            — Não ia deixar meu garotão morrer na mão daqueles
desgraçados néh. — Justificou pitbull. — Além de que, estava a anos esperando
para dar cabo do malboro.

            — Como você encontrou o Jasão? E se uniu a ele? —
Perguntei agora apertando levemente seus dedos. Sentia que o cheiro do seu pé
ficaria impregnado para sempre em minha pele. 

— Foi idéia do pikachu.
— Ele apontou. — Quando o peão ficou sabendo pulou da cama como se ela
estivesse em chamas. — Senti uma ponta de ciúmes nas palavras do careca.
Devolvi caprichando mais na massagem. Modelar aqueles pés fazia meu cacete  saltar preso na cueca.

            — Você conseguiu um cãozinho esperto cara! Vai ser fiel a
ti para o resto da sua vida. — Falei entregando o outro pé do pitbull para
tomás. Ele anuiu com o cenho franzido. Eu me levantei. Ele também. Apertei sua
mão com bastante gosto. — Pitbull, você é foda cara!

            Um abraço seria demais. Deixei os dois na cabana e voltei
para o carro. Senti o cheiro dele em minhas mãos. Me levou a  loucura. Segurei meu pau firme dentro da
calça e disse para ele que ele havia perdido. Meu coração havia vencido. Liguei
o motor e dirigi sentindo uma euforia tão alarmante que me deixava aéreo.

Quando cruzei o campo da
fazenda calçando as botas que Jasão havia me emprestado no dia em que eu
cheguei. O sol estava estampado em um céu azul vivo. Eu o encontrei dentro de
um cercado gramado onde ele adestrava uma égua clara. Estava perfeito. Seu
porte dominador. Camisa para dentro, jeans desbotados  e chapéu. As botas que eu tanto amei deviam
ter ido queimadas no incêndio da noite passada. Ele agora usava um par de botas
pretas. Tão tesudas quanto as outras. Me sentei na cerca e fiquei admirando-o
sem nenhuma palavra. Ele me percebeu e soltou a égua no campo.  Caminhou em minha
direção com seus passos firmes. Senti uma alegria tão forte que me pareceu  embriagar meus sentidos. Quanto se aproximou,
me desceu da cerca sem fazer nenhum esforço. Ignorou a possibilidade de alguém
ver e me encarou com olho ternos. Vi meu futuro em suas pupilas. Vi minha
alegria. Vi que Jasão era sem duvidas o mestre da minha vida, o mestre do meu
destino. E eu iria aprender muito com ele. Sobre tudo. Sobre todos. Eu seria
seu eterno discípulo, seu capacho, amigo. Eu seria de Jasão!

Meu primeiro mestre [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora