O sorriso sínico de pitbull me deu ânsia. O japa nos olhou sucessivamente confuso, provavelmente havia reparado alguma coisa no ar.
— Por mim tudo bem. — Falou ele ainda me olhando.
Soltei a bola sobre a mesa com força. Pitbull manteve o sorriso. Me afastei um pouco da mesa e corri meus olhos por seu corpo com uma expressão de desprezo. Usava uma camisa preta que colava em seus músculos. No peitoral uma caveira mordia o mundo. A calça jeans esfolada e um coturno preto mal amarrado. Voltei meu foco para sua face. Ele levou o cigarro levemente aos lábios e deu uma tragada profunda.
— Fabinho, Tá tudo bem? — Tomás perguntou arrumando as bolas no triangulo.
— Tudo. — Me afastei mais. — Vamos fazer o seguinte Japa, eu vou na casa da irmã de dona Ana porque prometi passar lá para cumprimentá-la. Às seis horas te encontro no juazeiro ali na saída pra gente ir pra sua fazenda. Beleza?
— Quer que eu te acompanhe? Você ta pálido, man.
— To tranqüilo, e cansado de perder, só isso. Joga aê. — Mascarei um sorriso e deixei os dois pra trás.
Enquanto fiz a visita, fiquei me perguntando se teria sido uma boa idéia ter deixado meu amigo com aquele louco. Mas ele não se atreveria a fazer nada com ele na luz do dia. Ou se atreveria?
— Fabinho, já está voltando pra fazenda? — Perguntou dona Ana.
— Não, vou sair com o Tomás. Por quê?
— Queria uma carona.
— Vai no meu jipe. Peço pra ele me levar. — Entreguei à ela as chaves. — A senhora conhece direção hidráulica néh?
— Meu filho, dirijo trator com direção hidráulica. — Zombou ela pegando a chave. — Muito obrigada. Você chega pro jantar?
— Acho que não. Não precisa me esperar.
Me despedi dos anfitriões e agradeci pelo doce. Olhei no relógio e já era seis e quinze. Cruzei o povoado com o céu quase que todo escuro, e logo avistei a pik up de Tom parada em baixo da árvore. Apertei o passo e abri a porta quando cheguei.
— Desculpa a demora brother, esse povo daqui conversa demais. — Fui logo colocando o cinto.— Tem problema não. — Estranhei a voz que me falou, e me assustei quando vi pitbull no acento do motorista.
— O que você ta fazendo aqui? Cadê o tomás?
— Tá lá atrás. – Pitbull apontou pra carroceria fechada com a capota.
— Filho da P... — Ele veio em minha direção em um bote, e logo enfiou um pano no meu nariz. Senti meu corpo ficar mole, e minha vista embaçada.
— Vim te convidar para jantar comigo. E você nem me deu assunto... — Foram as ultimas palavras que ouvi antes de apagar.
Minhas pálpebras estavam pesadas. Com muito custo consegui abrir meus olhos. O corpo ainda mole não foi empecilho para a adrenalina ricochetear em minha cabeça quando eu percebi onde estava e como estava. Era um banheirinho minúsculo. As paredes mal rebocadas, um chuveiro que pingava insistentemente e uma privada imunda. Levei minha mão ao nariz e levantei meu corpo nu daquele chão imundo. Na porta um bilhete estava pregado. Assustado, o peguei e li.
“Você é meu convidado hoje. Jantar comigo. Vista-se com essas roupas e saia do banheiro, estou te aguardando na sala de jantar. Não se preocupe, seu amigo nos acompanhará.”
Era o que dizia a caligrafia exprimida de pitbull. O amaldiçoei baixinho enquanto peguei a roupa que ele havia me mandado vestir. Resolvendo cooperar com aquele louco comecei pela cueca de couro que com dificuldade entrou. Em seguida foi um colete também de couro preto, e por fim munhequeiras e tornozeleiras do mesmo material. Abri a porta e ela rangeu.
Meu pés descalços pisavam naquele assoalho imundo e me guiavam por um minúsculo corredor escuro. Avistei uma porta e entrei, lá encontrei pitbull sentado na mesa de uma sala.— Até que não demorou muito. — Sorriu ele.
— Cadê o tom? — perguntei me aproximando com cautela.
— Já já vem.
— Que palhaçada é essa? — Perguntei pegando nas roupas.
— Se você soubesse como esta tesudinho.— Elogiou pitbull, senti fome em seu olhar.
— Cara, o que você quer de mim? Achei que você fosse gente boa. Por que está fazendo isso comigo?
— Eu sou gente boa, Fabinho. É que gosto de você — sua voz era mansa. — Vem, sente-se aqui — ele apontou uma cadeira a sua frente. Sequer me movi. — Senta logo ,caralho — falou ele chutando algo debaixo da mesa, e logo percebi que tomas estava lá. Apressei meu passo e sentei como ordenado.
— Solta ele cara. Seu lance é comigo — implorei. Olhei para baixo e vi a expressão assustada do japa. Apenas de cueca e meias, meu amigo estava com os pulsos amarrados e os pés piados. Em sua boca, uma gag Ball enorme e totalmente furada o impedia de conversar, além de fazer escorrer muita baba.
— Você é convencido hãn?
— Eu faço o que você quiser.
— Vai fazer mesmo, sei disso. Agora fique quietinho aí que vou preparar nosso jantar. — Falou ele se levantando. Assustado e atordoado, comecei a observá-lo com a boca semi aberta.
Pitbull se levantou e logo puxou Tom pelo cabelo. Arrastou meu amigo até para fora da mesa. Abri a boca para contestar, mas ele virou a face do japa para mim ainda segurando-o pelo cabelo. O suor e a baba lavavam o corpo do garoto. Pitbull fez sinal para que eu fizesse silêncio. Obedeci. Ele em seguida jogou Tomás em cima da mesa, meu amigo se debateu, mas foi acalmado com um forte tapa na cara. Me senti culpado, mas meu pau tentou saltar dentro da apertada cueca de couro. Virei o rosto, mas meus olhos me traíram, e viram pitbull forçar o japa a ficar na posição de frango assado. Em seguida ordenou que meu amigo alteasse a bunda, e ele obedeceu com medo de outro tapa.
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Meu primeiro mestre [+18]
RomanceSaudações, senhores... Trago para vocês um projeto de série escrita voltada para o universo BDSM. É uma serie dinâmica, que não aborda somente questões sexuais. Acompanharemos o nosso protagonista em uma jornada interior, onde ele procura fugir dos...