Um último adeus

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Sinto leves chacoalhes, abro os olhos.

- Annie, acorde. – diz Rick. – Como você está?

- Me sinto um pouco tonta. – respondo.

Aos poucos vou voltando ao normal, noto que estou apoiada em uma grande árvore. Sento. Passo a mão sobre a testa e sinto um ardor, há um corte no local.

- Tome um pouco d'água. – sugere ele, estendendo uma folha com o líquido.

Pego o recipiente improvisado e acabo com minha sede. De repente, lembro da nossa atual condição.

- Os rebeldes! Temos que sair daqui. – digo assustada.

- Calma, não se preocupe, eles não são mais um problema. – esclarece Rick.

- O que aconteceu a eles? – indago.

Nesse momento Edgar chega, ele está sem camisa, a qual se encontra amarrada na altura do seu estômago, sua mão permanece no lado direito de seu abdômen, percebo que o local está sujo de sangue.

- O que aconteceu? – pergunto olhando na direção do amigo de Rick.

- Naquela confusão toda, acabei levando um tiro. – ele explica.

- Mas enquanto permanecer pressionando o local, nada de mal acontecerá. – completa Rick.

- Onde está Luke? – questiono olhando em volta.

- Você sabe o quanto nosso amigo é teimoso, logo depois que Edgar se machucou, ele resolveu ir por outro caminho, a essa hora já deve estar no vilarejo. – conta Rick.

Miro o braço esquerdo de meu amigo, ele possui um corte que sangra pouco.

- Seu braço, você também foi baleado? – falo preocupada.

- O tiro passou de raspão, mas já fiz um torniquete com a manga da minha blusa, vou ficar bem. – diz ele tentando me acalmar.

Rick me ajuda a levantar e partimos por entre a floresta.

- Vocês sabem o caminho até o vilarejo? – pergunto.

- Iriamos pelo rio, mas na situação que me encontro não consigo atravessa-lo, então daremos a volta, pegando alguns atalhos. – explica Edgar.

- Eu conheço mais ou menos o local, vamos andar o mais rápido que pudermos, pois meu amigo precisa de atendimento médico urgente. – Rick fala.

- Pare com isso cara, não sou feito de papel, aguento chegar no vilarejo, demorando o tempo que for. – reclama Edgar. – Annie, você sabia que esse rapaz ai do seu lado te carregou enquanto você estava desmaiada, por quase cinquenta metros?

- Obrigado. – digo.

- Não foi nada Annie, se fosse preciso te carregaria por mais cinquenta metros, sempre prezo pela vida dos meus amigos. – responde ele.

- Você precisa ver, a maior parte do dia ele só fala de você. – Edgar expõe em tom de brincadeira.

O constrangimento da situação fica estampado no rosto de meu amigo.

- Não ligue pra ele Annie, é tudo mentira. – afirma Rick. – E você Edgar, pare com essas brincadeiras idiotas.

- Estou dizendo a verdade, você pode perguntar a Luke ou a... Logan – Edgar termina a frase de forma triste. – É melhor mudarmos de assunto.

- Eu sei que é difícil, também estou muito triste. Sinto uma grande dor por ter concordado em envia-lo para executar aquele plano. – falo de forma solidária.

Capuz de Sangue - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora