The Misunderstanding.

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Boa leitura!

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Lauren's pov

Me sentia um pouco perdida e fora de órbita desde que coloquei o olho em Camila. Algo nela me deixava estranha, não consigo explicar. O modo que ela olha para mim tão intensamente, como se nada mais existisse além de mim, é bem incômodo, e me deixa desconfortável. Eu não sei qual o interesse dela e não sei se quero saber suas reais intenções. Confesso que não tenho certeza se a ideia de Ally era boa, porém eu confio na minha amiga o suficiente para seguir o seu conselho.

A pedido de Ally, dividi um dos quartos com ela, pois ela não queria ficar sozinha com o Troy em um. Meu amigo ficou um pouco chateado, mas eu não pude fazer nada por ele. Percebi minha amiga inquieta, andando de um lado para o outro no quarto, como se estivesse pensando na melhor forma de falar comigo sobre algo. Permaneci em silêncio e fiquei aguardando ela ter coragem de me falar.

- Preciso desabafar com você. – Disse bem baixinho.

- Pode falar. – Bati no espaço ao meu lado na cama para que ela sentasse.

- Aconteceu algo hoje cedo e eu estou apavorada. – Era evidente o medo estampado em seus olhos. – Pela primeira vez o espírito assumiu meu corpo enquanto curava a Taylor. Eu me vi perdendo o controle das minhas ações, mas foi por um espaço curto de tempo. – Fiquei surpresa ao ouvir aquilo, mas eu meio que tinha percebido na hora.

- Acho que eu percebi quando aconteceu. – Ela me olha triste e começa a chorar. – Ei, não precisa chorar, vai dá tudo certo. Você mesma disse que ele nunca fez nada de ruim, deve ser um bom espírito. – Ally soluçava a cada palavra dita por mim.

- Eu não quero virar uma abominação. – Levantei o seu rosto para que ela me olhasse.

- Eu não vou permitir, Ally. Esse espírito não é um demônio, fique tranquila.

Fiquei acalmando minha amiga de todas as formas possíveis. Ela estava com medo de que o espírito assumisse seu corpo de uma vez por todas, mas eu não permitiria isso de forma alguma. Depois de tanto chorar, Ally acabou adormecendo em meus braços, como uma criancinha pequena. Sorri para o seu jeito fofo e acomodei ela na cama, cobrindo seu pequeno corpo com o cobertor. Suspirei ao imaginar em como deve ser difícil ter uma segunda alma dentro de você, disputando controle em suas ações. Logo lembrei que a garota dos olhos de ouro deve passar pelo mesmo conflito interno com o espírito do deus antigo dentro dela.

Por falar nela, meu coração estava apertado, sentia saudades. Minha necessidade pela garota passara o limite do saudável e eu não sabia mais como agir em relação a tudo isso. Eu queria encontrá-la o quanto antes, eu precisava sentir seus toques e seus beijos de verdade.

Antes de pegar no sono, senti sede e desci para a cozinha beber água. Para a minha surpresa, Camila estava preparando o que parecia ser um sanduíche. Parei na porta da cozinha sem fazer barulho, não queria que ela soubesse que eu estava ali. Comecei a rir internamente enquanto a observava. Seus gestos eram tão estabanados que chegava a ser engraçado. Naquele momento, eu me sentia bem na presença dela, não existia aquela atmosfera esquisita que me atormentava quando estávamos perto uma da outra. Camila se virou para sentar na mesa e quase derrubou o prato, assustada ao me perceber perto da porta. Sua reação foi tão cômica que eu não aguentei e comecei a rir baixinho.

- Desculpa, só vim beber água. – Falei divertida, tentando me controlar para não rir mais.

- Por que você não senta aqui e me ajuda a comer esses sanduíches.

The Prophecy of Love [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora