Capítulo 2: Caminho sem volta (7th Anniversary)

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Desde o trágico acontecido de décadas antes, o rancor dominara Bruce Wayne. Ele nunca descobriu, na verdade, se realmente havia sido o único sobrevivente da Liga da Justiça. O triunfo de Lex Luthor empurrou o morcego para as sombras permanentemente.

Com isso, passou a dividir seu tempo entre treinar seu filho para substituí-lo e construir a lendária máquina que poderia ser a salvação da humanidade – um trabalho que levara décadas inteiras.

Contudo, essa máquina tinha um limite. Neste, ele sabia que seu filho precisaria de ajuda. O máximo que poderia ser atingido era um tempo no qual os metahumanos já haviam sido, teoricamente, extintos. Praticamente às vésperas de Luthor Jr instalar seu reinado.

Todavia, Bruce Wayne sabia onde eles encontrariam quem os poderia ajudar. A partir de objetos do antigo Beyond Heroes, conseguira restreá-los através do tempo-espaço com tecnologia e magia. Uma equipe extinta pelas forças do destino, consumida aos poucos antes de Luthor espalhar o gás que intoxicou e matou (quase) todos os metahumanos do planeta. Um time de heróis que tinham fortes laços e faziam um ótimo trabalho em equipe. Era um reforço ótimo, considerando as opções restantes.

Contudo, cada um havia desmoronado de sua forma. Como se não bastasse Orion e Lislac terem que viajar às vésperas do início dos ataques, ainda teriam que procurar e recrutar os heróis decadentes. Os três se sentaram em cadeiras posicionadas à frente de uma comprida mesa. Era uma sala escura e silenciosa, não fosse o barulho de Bruce remexendo em papéis jogados em um painel ao lado. Ao juntar alguns, terminou e trouxe para a mesa. Sentou-se e girou uma imagem, para que os três pudessem ver a foto de uma garota segurando uma placa de presidiário.

– Rylai Vengeance – ergueu os olhos para os encarar. – Mais conhecida por Templarix. Cometeu suicídio na penitenciária de Belle Reve uma semana à frente do dia no qual vocês irão chegar. Condenada por uma explosão que matou cerca de mil pessoas em Gotham, mas o único crime dela foi ser burra.

– Como uma pessoa é burra o suficiente para matar mil pessoas? – Orion levantou a foto da garota.

– Ela foi uma heroína – Lislac rebateu, cerrando os dentes. – A explosão teria sido muito maior.

– Certo, crianças – Bruce empurrou a foto de Rylai para Lislac. – Você fica encarregada de busca-la – rapidamente, tirou uma outra foto do bolo. Essa era de um homem cabisbaixo e surrado. – Jay Philip, o Lanterna Verde. Depois de falhar em uma missão, o que resultou em centenas de mortes, renegou o anel e vagou pelo submundo. Foi espancado até a morte por dívidas de jogo cerca de três meses após o dia da chegada de vocês.

– Eu fico com esse – Orion se adiantou e pegou a foto de Jay, analisando com cuidado.

– Jessica Prince – Bruce colocou a terceira foto sobre a mesa. – Também conhecida por TalkieWarrior. General de Themyscera. Recrutada para auxílio na guerra de Atlantis que até dias atuais é governada por Circe.

– Isso significa que ela pode estar lá até hoje? – Lislac questionou, surpresa. Quando Bruce afirmou que sim com a cabeça, ela continuou: – E por que ninguém tentou tirá-la de lá?

– Mexer com magia é difícil. O campo isolante de Circe nunca se desfez e pode ter sido, inclusive, o que manteve Prince viva... se estiver.

– Eu fico com essa – Lislac alcançou a foto de Talkie, analisando.

– Kyle Vengeance – Bruce colocou a última foto em cima da mesa. – Vocês conhecem a história. O fato é que ele desapareceu após tentar enfrentar Luthor sozinho, e nunca encontramos uma pista concreta sobre seu real fim. Apenas contos. – inspirou fundo, encarando a foto – Era um bom garoto. Vai estar na Floresta Congelada quando vocês chegarem.

Todos se entreolharam, decidindo quem iria ao seu encontro.

– Eu fico com esse, também – Orion pegou a foto.

– Certo, vamos para o aparelho – Bruce se levantou e os deu as costas, indo para outra sala.

– Já? – Lislac arregalou os olhos.

– Sem tempo a perder – foi a resposta seca de Bruce.

Em seguida, Orion e Lislac também foram para a segunda sala. Esta tinha uma cápsula metálica no meio, rodeada por muitos fios e luzes. De diferente, apenas um painel na frente da máquina.

– Ouçam bem – Bruce disse, enquanto marchava na direção da máquina seguido pelos dois. – Vocês vão para dois mil e dezessete.

– Não faria mais sentido ir para antes da arma química ser lançada? – Lislac questionou, observando a grande máquina no centro da sala.

– Vocês não irão viajar no tempo, apenas – Bruce sentou-se atrás de um painel rico em botões. – A máquina tem alcance espacial limitado, e como o sol está rodando na galáxia, nos afastamos com o tempo. Espacialmente, dois mil e dezessete é o máximo que a máquina alcança.

Lislac e Orion seguiram para o centro de uma cápsula, passando por Bruce. Quando ela passou pelo herói, ele lhe entregou um pequeno papel dobrado, indicando que ela colocasse dentro do próprio traje. Ele disse:

– Entregue isso à minha versão do passado.

Ela indicou que sim com a cabeça e tomou o papel, enfiando-o pela parte do busto. Ela e Orion foram para o centro do aparelho enquanto Bruce se dirigiu para uma mesa cheia de botões no canto da sala. Ele começava a tocar aqui e ali no painel, dizendo:

– Atenham-se a localizar os quatro remanescentes para ajudar, mas não se esqueçam de libertar Mulher Maravilha, Super-homem e... Batman – franziu as sobrancelhas. – Não gastem tempo procurando outros metahumanos sobreviventes em buracos por aí, o tempo de vocês será curto.

– Faremos o nosso melhor – Lislac abaixou a cabeça em sinal de agradecimento e reverência, antes de se acomodar em um canto da cápsula.

– E quanto ao paradoxo? – Orion disse, ao se acomodar. – Não teremos para onde voltar, se formos vitoriosos.

– Então não voltem – Bruce disse e fechou a cápsula usando comandos do painel.

Através o vidro, Orion despediu-se do pai com um leve aceno com a cabeça, enquanto Bruce levantou a mão em resposta. Girou uma chave no centro do painel e, de repente, um clarão tomou conta do local.

Beyond Heroes 3: StelliumOnde histórias criam vida. Descubra agora