Não passava do meio dia quando Zenith e Ririo avistaram o aeroporto abandonado. Ririo fez sinal para Zenith, sinalizando para que o seguisse. Ambos pousaram na parte de trás de um dos prédios, esgueirando-se pelas carcaças abandonadas e enferrujadas dos aviões.
Rondaram o local duas ou três vezes antes de decidirem entrar em algo que mais parecia um enorme galpão.
– Oracle, não vimos ninguém do lado de fora – Zenith atualizou Oracle pelo comunicador.
Após Zenith dar sinal para Ririo, este projetou uma enorme esfera maciça com o anel. Jogando-a na direção da porta de duas folhas, arrancou-a, fazendo ambas deslizarem pelo chão em diferentes direções e soltarem faíscas. Imediatamente, entraram no local. Aparentemente, nenhum sinal dos metahumanos.
Após a missão de Kahndaq, Zenith e Ririo haviam se voluntariado para procurar metahumanos remanescentes por toda a face do planeta, afim de reestabelecer a força de resistência contra os vilões – e ajudar aqueles que pensavam ainda estar sob perigo.
De repente, um barulho de algo ou alguém se esgueirando à direita deles. Ambos se entreolharam e Ririo começou a preparar um novo construto – afinal, não sabiam se o que havia ali era hostil. Caminhando lentamente, Zenith andou até atrás dos barris que cobriam a visão deles.
Encolhida, tremendo, chorando, com roupas rasgadas, extremamente magra e assustada, uma garota disse:
– Ne me faites pas de mal, s'il vous plaît. Je m'appelle Fleurea. – "não me machuque, por favor. Eu sou a Fleurea", Ririo entendeu e repetiu para que Zenith entendesse.
– Está tudo bem, Fleurea – Zenith disse, mostrando as palmas das mãos para ela, esperando que ela entendesse. – Eu vim ajudar.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ela estendeu suas mãos na direção dele. Ele viu, perplexo, saírem das palmas das mãos dela finas linhas verdes. O impacto o fez cair para trás e as linhas se envolveram em torno dele, aderindo-o ao chão amarrado. Instantaneamente, ela se levantou e pôs-se a correr desesperada.
Ririo foi até Zenith, segurando as linhas e puxando, fazendo com que se despedaçassem. Zenith se levantou, observando as linhas e pegando uma ou duas para analisar. Após tocá-las, levou dois dedos úmidos até o nariz para sentir cheiro de seiva. Eram minúsculos cipós.
Plantas. Essa era nova.
Zenith e Ririo sabiam que não importa o quanto ela tentasse, não seria páreo para eles, então deixaram que ela corresse e os guiasse para seu local seguro – qualquer que fosse. Seguiram de longe, tomando cuidado para não assustá-la ainda mais.
Quando ela parou e arrastou uma tampa de bueiro no meio da grama, pouco longe da pista de pouso, Zenith e Ririo aceleraram, não demorando para chegar. Arrancando a tampa sem dificuldade, saltaram dentro para dar de cara com dezenas de matahumanos mal-encarados e em condições não muito diferentes das dela. Todos os encaravam, prontos para atacar.
– Zenith? – Ouviram uma voz baixa e fina soar.
Como que por mágica, os metahumanos se afastaram, abrindo um corredor entre Zenith e uma garota atrás de pelo menos dez filas de pessoas.
– Nova – Zenith murmurou, pouco acreditando no que via. Quando ela acelerou na direção dele quase correndo, ele abriu os braços preparando-se para um abraço com o qual sonhara por muito tempo. Então, ela chegou.
E deu um tapa nele.
– Ai – Ririo disse. Quando Zenith se ergueu e olhou para ele, a garota bravejou:
– Como você pôde?!
– Ele pode explicar! – Ririo se prontificou, mais assustado com o olhar de "me ajuda" de Zenith do que com os metahumanos em volta. Quando a garota olhou para ele com os olhos cheios de raiva, Ririo se diminuiu, dizendo mais baixo: – acho que ele não pode explicar.
Zenith se virou para Nova, tocando a própria face levemente enquanto sentia o ardor em sua pele. Deu um longo suspiro.
– Nova, estamos em missão – Estranhamente controlado, Zenith disse. Ririo olhou para ele, quase suando frio quando os metahumanos começaram a se aproximar muito. – Precisamos levar esses metahumanos para a Torre para serem... tratados.
– Como sei que posso confiar em você?
– Mulher, olha o buraco em que vocês estão – Ririo disse. – Agora não é hora de uma cena de romance e você provavelmente não pode confiar no Zenith, mas precisamos que você confie no seu próprio bom senso – Ririo terminou um tanto quanto ofegante por ter dito todas as palavras sem respirar.
– Você sabe que eles ficarão bem... como você... ficou... – Zenith foi dizendo enquanto abaixava cada vez mais o tom de voz.
– Depois do que você fez comigo – Nova completou um tanto quanto impaciente.
– É... – Quase se podia ver a estatura de Zenith diminuindo enquanto ele implorava por socorro e gritava em pânico como uma garotinha (internamente).
– Vão na frente – ela terminou e deu as costas para ambos, irredutível. – Alcançaremos vocês.
Zenith fez sinal para Ririo e eles saíram pela passagem disfarçada de bueiro. Esperaram alguns poucos segundos e alçaram voo, olhando para trás o tempo todo para saberem se eles já haviam saído.
– Kyle, o que você fez? – Ririo olhou para ele enquanto voavam.
– Não importa – Zenith olhou para trás, sentindo alívio por ver os primeiros metahumanos que saíam para segui-los. – Isso é outra história.
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Beyond Heroes 3: Stellium
Science FictionTrailer no primeiro capítulo! As forças de resistência se curvaram à vontade de Lex Luthor. Cada herói foi suprimido (se não morto) por seu reinado. Com os metahumanos e a Liga da Justiça extintos a seus olhos, Luthor governou por décadas. Contudo...