Beyond Heroes 3: Stellium

Cena extra: Controle (3/3) (7th Anniversary)

Batman e Talkie estavam parados na frente de um vidro e observavam Lislac lá no fundo da sala de contenção, sentada em uma cadeira e debruçada sobre a escrivaninha.

– Como ela está? – Talkie olhou para ele.

– Continua treinando. Ela nos trouxe um bilhete do futuro. Em papel, mesmo. Escrito por Lynda Carter, a mãe dela no futuro. O bilhete diz, basicamente, que ela entrou em contato com um objeto enfeitiçado por um de nossos magos. O objeto em questão era a marreta metálica da própria Templarix, e estava enfeitiçada com um feitiço localizador para que a dona pudesse ser rastreada. Basicamente, a marreta estava cheia de memórias cravadas, e Lislac tentou nadar por essas memórias para conseguir descobrir a localização do Zenith através das memórias dela. Eles conseguiram. O preço a pagar foi que o feitiço que chamava por Templarix se infiltrou em Lislac como uma doença. E a está consumindo. O feitiço trouxe consigo as memórias da Templarix, e as mentes começaram a se trançar. Isso começou a fazer Lislac perder o controle... enlouquecer, resumidamente.

– Quem é Lynda Carter?

– Ela é da tribo dos Lanternas Índigos. Tentei rastrear há quanto tempo ela está na Terra, mas a cada vez que tento ela parece ser cem anos mais velha. Trabalha na Torre de Vigilância há cerca de quatro anos e parece se sentir uma espécie de anjo da guarda de Rylai Vengeance. Onde uma está, a outra estará: apenas dê alguns dias.

– Templarix? Por quê? – Talkie franziu o cenho.

– Lynda era amiga do pai de Rylai, mas ainda não sei o porquê.

– Certo.

– Lislac tem muito poder, mas vai precisar de uma equipe para mantê-la nos eixos. Foi por isso que te chamei aqui. A equipe Beyond Heroes já está recrutando?

– Não fazemos caridade.

– Entendo – Batman desviou o olhar. – Mas preciso de alguém de confiança perto dela. Você sabe, um poder que controla mentes precisa ser controlado.

– Você sabe que Zenith é o líder da equipe. Está pedindo para mim porque sabe ele não concordaria com isso?

– Exatamente. Não sabemos com o que estamos lidando aqui, General. Acho que você consegue entender que precisamos estar no controle dessa situação.

– Vou marcar um teste para ela em alguns meses. Era só isso? – Quando Batman assentiu silenciosamente com a cabeça, ela continuou: tenho uma missão com as amazonas em Gotham Under Siege agora, preciso ir – e lhe deu as costas. Antes de sair da sala, parou, dizendo um tanto quanto baixo e hesitante: – Foi uma honra guerrear ao seu lado.

– Acredite em mim, General, – Batman respondeu quando ela voltou a andar – a honra foi minha por lutar ao lado de vocês.

Depois que Jessica se retirou, Bruce aguardou alguns minutos enquanto outra pessoa chegava. O bilhete, na verdade, falara um pouco a mais do que ele contara. Porque Jessica não precisava saber de tudo. E ainda havia algo a resolver com Lislac: o feitiço que a enlouquecia. O bilhete dizia, além de quem era a mãe de Lislac, também quem era seu pai. Revelava que o mago que enfeitiçara a marreta fora, também, seu pai no futuro. E que ele não pôde retirar o feitiço dela simplesmente porque já estava morto quando Lislac nasceu.

Mas, em 2017, estava vivo.

E seus sapatos estalavam no piso metálico anunciando a sua chegada. Bruce o saudou com um aceno de cabeça e Lislac, como se sentisse a presença dele (por mais que não os pudesse ver do outro lado do vidro), levantou a cabeça da escrivaninha.

Bruce entregou para ele o bilhete, falando:

– O feitiço é seu. Remova-o.

O homem saiu da presença de Bruce, abrindo a porta moderna da cela e entrando.

De lá de dentro, Lislac se levantou e ergueu um papel, mostrando-o para Bruce (através daquele vidro que ele pensava que não permitia que ela o visse). Estava dobrado e havia escrito "para Templarix" em cima. Ela disse:

– Entregue para ela quando o tempo chegar. Você saberá quando chegar.

E colocou o papel em cima da escrivaninha, de volta. Pôs a cadeira no lugar e foi até o mago que a esperava no centro da sala. O coração dela estava acelerado quando ela disse, pura e simplesmente:

– Pai.

Ele sorriu e falou:

– É um prazer. Sou Giovanni "John" Zatara.