Doze

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Caio Mkaby

Não consigo dormir, passo toda a noite acordado e quando amanhece decido ir até a casa da Lilian.

Já banhado e vestido toco uma vez a campainha e espero. Estou preparando um breve discurso de desculpas quando a porta é aberta.

- Eu sei que..- Começo.

- Caio?

- Théo? O que você está fazendo aqui? – Pergunto. Que diabos o meu irmão está fazendo ali?

- O que você quer aqui, Caio? – Lilian aparece atrás de Théo, com os olhos cheios de lágrimas e me sinto um completo imbecil.

- Nós precisamos conversar. Vaza. – Digo olhando para meu irmão.

- Você quer que eu fique? – Théo pergunta e sinto meus nervos tremerem. Vaza, bendito Theodoro.

- Pode ir, muito obrigada. – Ela sorri e ele vai até ela, lhe dando um beijo na bochecha, passando por mim e deixando também um beijo estalado em meu rosto e sai rapidamente. Pode ser da minha família mas tenho vontade de arrebenta-lo neste exato momento.

Entro e fecho a porta atrás de mim, enquanto Lilian caminha para o centro da sala, cruzando os braços e me encarando.

- O que ele estava fazendo aqui?- Pergunto curioso, chegando perto, mas não tão perto, temo por minha vida.

- Não que eu te deva satisfações, ele me encontrou saindo da sua casa ontem, me trouxe e acabou amanhecendo.

- Nós brigamos e você amanhece com meu irmão na sua casa. – Afirmo rindo sem vontade e uma lágrima escorre no canto dos seus olhos.

- O que você acha que sou? Ele é seu irmão, meu Deus, Caio.

Não sei que merda aconteceu na sua vida amorosa mas por favor, pare de ser um imbecil vinte e quatro horas. – Bate os pés com a voz falhando.

- Eu.....- E sou interrompido.

- Não gosta de cobranças, mas gosta de cobrar? Chega, eu cansei disso. – Seu rosto está vermelho de raiva, de mim.

- Não haverá mais nada disso.- Respondo por fim sentindo meu coração doer.


Lilian Muniz

- Realmente, não irá.

- É isso que você quer?- Pergunta, arqueando as sobrancelhas.

- Sim, pra mim já deu, estou cansada disso, desconfiando de mim o tempo todo. – Sinto meus olhos arderem.

- Me desculpe por isso. – Tenta me tocar e me afasto.

- Eu nunca precisei disso, Caio. Eu ando chorando mais do que nunca chorei, desde quando te conheci. – Coloco tudo para fora, sentindo um grande alivio percorrer meu corpo.

- Acabou então, é isso? Mas quero uma coisa antes. – Se aproxima e confirmo com a cabeça.

- O que? – Pergunto e ela traz suas mãos para meu rosto.

- Uma despedida. – Sorri aproximando seu rosto do meu.

- Tchau, a porta está logo atrás de você. – Ele joga a cabeça para trás rindo, e quando tento sair de seus braços sua boca encontra a minha.

- Vamos parar com essa brincadeira agora. – Acaricia meu rosto com o polegar quando nos afastamos.

- Não é brinca....- Seu celular começa a tocar me interrompendo e ele atende, sem ao menos olhar a tela, ainda com os olhos sem deixar os meus.

- O que? Não, agora não dá, estou ocupado. – Responde para pessoa do outro lado da linha, andando.

- Chega, Anne. Eu já estou indo, caramba. – Desliga, se virando para mim.

- Eu posso explicar isso. – Aponta para o celular.

- Vai, por favor. – Abro a porta, apertando os lábios um no outro.

- Lilian, não é assim.- Tenta conversar mas sinto meus olhos já pesados e cansados.

- Por favor. – Ele me olha antes de assentir e sair.

Após muitos sapos de Math, de que homens não merecem nossas lágrimas e blabla, algumas semanas depois, cá estou, sentada em meu sofá sendo produzida feito uma palhaça para sair, para um lugar que desconheço.

Tento me equilibrar retamente nos saltos que estão presos em meus pés, me apoiando em meu querido e agora odiado amigo, para entrar no mais novo barzinho da cidade. 



PLÁGIO É CRIME!


Meu JuizOnde histórias criam vida. Descubra agora