Onze

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Caio Mkaby 

Lilian e eu passamos uma boa tarde juntos após nossa reconciliação, me sinto bem quando estou com ela, mas continuo não querendo nada mais sério que uma amizade.

Mesmo contra minha vontade de deixá-la, tive que ir para o escritório revisar e terminar algumas coisas pendentes, após uma ligação de minha secretária.

- Já está indo, Sr Mkaby? – Paula pergunta, enquanto retira a xícara vazia da mesa.

- Estou, por que? Precisa de algo? – Pergunto e ela nega.

- Não, é que normalmente fica até mais tarde. – Pontua.

- Tenho compromisso. – Alcanço o paletó do encosto da poltrona e me despeço.


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- Jorge? O que está fazendo aqui? – Pergunto quando o encontro em minha sala, segurando o braço de Lilian.

- C-Caio. – Gagueja surpreso, se afastando rapidamente dela.

- Você não respondeu a minha pergunta. – Me aproximo, largando minha pasta em cima do sofá.

- Eu vim te procurar para conversarmos e me esbarrei com Lili, aliás, é uma moça muito bonita. - Finalmente abre a boca e parece ter um tom de ironia na voz.

- Chame-a de Lilian. Por que estava segurando em seu braço? – Interrogo e ele parece engolir em seco.

Jorge era um dos meus amigos do colegial, não nos víamos a um bom tempo e encontrá-lo na minha casa do nada é estranho o bastante.

- Claro, Lilian. Estava apenas me despedindo e acabei tocando seu braço. Acho melhor eu ir, depois marcamos uma cerveja. É bom te ver, amigão. – Deixa dois tapinhas em minhas costas e sai, fechando a porta principal atrás de si.

- Ele te chamou de Lili? Já conhecia ele? – Pergunto.

- Não, claro que não, acabei de conhecer ele. - Sua voz está trêmula.

- O que ele te falou?- Arqueio as sobrancelhas.

- Eu.... É que...- Tenta se explicar, se atrapalhando toda e me deixando ainda mais estressado por essa bagunça.

- Não precisa dizer mais nada, é melhor você ir. – Vou em direção das escadas e sou parado por sua voz.

- Não tenho que ficar te explicando tudo.

- Ah claro, você estava na minha sala, vestida com apenas uma camiseta minha e com um cara agarrando seu braço, e não me deve explicações sobre, corretíssima. – Sorrio sem vontade sentindo minha cabeça latejar.

Ela passa por mim em um vulto e após poucos minutos volta, vestida em suas roupas e levando consigo sua bolsa, sai batendo fortemente a porta.


Lilian Muniz

- Quem é você? – Pergunto tentando parecer calma.

- Jorge, é um enorme prazer finalmente te conhecer. Vim lhe trazer um recado. – Sorri debochadamente.

-Um recado?- A curiosidade me atiça.

- Sim. - Responde tocando o grande jarro perto do sofá com as pontas dos dedos.

- Pode falar. – Impaciente, reviro os olhos ainda gélida.

- É melhor ficar bem longe do Caio, não é muito legal belezinhas como você terminarem machucadas. – Ri sem vontade e sinto meu coração errar uma batida. Que merda está acontecendo?

- Não vai me dizer que está interessado nele? – Sorrio nervosa olhando para os lados, procurando algo para me proteger e torcendo que alguém apareça ali.

- É melhor seguir meu conselho, lindinha. Mocinhas como você não tem sorte alguma.- Se aproxima enquanto profere as ameaças, agarrando meu braço e apertando-o.

E é quando a porta se abre me dando a visão de Caio.

Ando em direção da rua com os olhos marejados, quando meu corpo se bate contra uma pessoa e vejo Théo.

- Ei, está tudo bem? – Pergunta, analisando meu rosto e um soluço me escapa.

-Não, não chora, odeio ver mulher chorar. Se continuar assim vou terminar chorando também. – Me abraça fortemente e quase sorrio por suas palavras.

- Eu preciso ir embora. – Me afasto, enxugando os olhos com as costas da mãos.

- Vamos, eu te levo. Se oferece e não recuso, já era tarde e achar um táxi ou pegar um ônibus demoraria muitos minutos, até mesmo horas.

Já em casa me sento no sofá, tampando o rosto com as mãos e sinto Théo parar em minha frente.

- Quer me dizer o que aconteceu?- Pergunta depois de um tempo.

- Não. Seu irmão é complicado, nós somos, na verdade. – Me viro, encostando a cabeça em uma almofada.

- Tudo bem. – Ouço por fim e acabo adormecendo.

Desperto com as costas doloridas por ter passado a noite no sofá, e minha visão alcançar Théo jogado no chão, que abre os olhos pouco inchados pelo sono.

A campainha toca e mal estou acordada para atender, então ele se apressa em levantar antes de mim e vai.



PLÁGIO É CRIME!!

Meu JuizOnde histórias criam vida. Descubra agora